Alguns conceitos necessários para o estudo da Guitarra de Coimbra
(Extraído do Método de Guitarra Portuguesa, de Paulo Soares, já apresentado neste Blog, nos dias 14 de Março e 1 de Junho)
Guitarra de Coimbra
Quando falamos em Guitarra Portuguesa referimo–nos, antes de mais, a duas orientações técnico–culturais distintas: Guitarra de Lisboa e Guitarra de Coimbra. A característica fundamental de qualquer destes sub–géneros é a técnica usada pelo guitarrista; o instrumento em si, como suporte dessas técnicas, evoluiu em dois formatos distintos: Lisboa e Coimbra.
Tradicionalmente, a Guitarra de Coimbra é aquela que tem uma ‘lágrima’ na cabeça como forma ornamental. Mas o que determina a sua sonoridade diferente é a sua afinação mais grave, servida por um maior comprimento de corda vibrante (tipicamente de 470 a 475 mm), por um encordoamento mais expesso e pela morfologia da caixa de ressonância.
As duas orientações atrás referidas são os dois grandes géneros nacionais de Guitarra Portuguesa, encontrando–se guitarristas de ambas as escolas em todo país. Por razões históricas, estas duas formas de encarar a guitarra começaram por se desenvolver em Coimbra e Lisboa, a par dos respectivos géneros de Fado; daí as suas designações actuais. Guitarristas há, hoje–em–dia, que procuram reorientar tecnicamente o instrumento segundo parâmetros não directamente ligados à cultura tradicional.
Este livro ocupa–se das bases da Guitarra de Coimbra, entendida, tal como foi dito, como um conjunto especial de técnicas de utilização do instrumento.
SOARES, PAULO: «Método de Guitarra Portuguesa», pág 37, Ed. do autor, Coimbra, 1997.
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