Evocação de Hylario
Lisboa, Sociedade Histórica da Independência de Portugal, dia 13 de Dezembro de 1996: dois apaixonados pela CC, Fernando Murta Rebelo e José Anjos de Carvalho, proferem uma alongada e cativante palestra, onde a pretexto da evocação da vida e obra algo fugazes de Augusto Hylario se dissertou criticamente sobre a "origem e evolução do chamado Fado Hilário". A exposição teórico-documental foi complementada com interpretações pianísticas de Nuno Lopes, por forma a exemplificar ao auditório o conteúdo das obras musicais invocadas. Tratou-se de uma meritória iniciativa didáctico-pedagógica que bem poderia ter constituído o ponto de partida para a reconstituição/gravação dos temas que se tocavam e cantavam em Coimbra na época de Augusto Hylario.
O conteúdo da palestra e respectivo material de apoio vieram a ser editados numa brochura de 64 páginas, contendo textos, 16 ilustrações, biografias, anotações, bibliografia e seis partituras musicais impressas. "Evocação de Hylario na Coimbra do seu tempo. Origem e evolução do chamado Fado Hilário", Lisboa, Edição da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 1998, não sendo uma obra revisionista ou branqueadora da memória, vem confirmar a tese expressa por Divaldo Gaspar de Freitas quando em finais da década de 1980 revelou que o "Fado Hylario Moderno" era um apócrifo. Motivos mais do que suficientes para não sufragar a reprodução passiva do criacionismo hylariano vertido ad infinitum no DVD "História do Fado de Coimbra", Coimbra, Contarcom/Estem, Janeiro de 2004.
Obrigado a Murta Rebelo e a Anjos de Carvalho, para quem a CC é fruição e causa merecedora de salvaguarda. Outrotanto fizessem as editoras fonográficas e os centros de ensinança e a CC seria melhor conhecida e respeitada como produto artístico-cultural.
AMNunes
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