JOSÉ ALÃO
(† 2006)
Da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto (AAOUP) – organismo congregante dos ex-membros do Orfeão Universitário do Porto (OUP) – chega-me a notícia da morte do Eng. José Tristão Eiras Bessa Alão. Contando 70 e poucos anos, era o irmão mais velho de Paulo Alão – executante de viola não carente de apresentações – e de Carlos Alão, um jurista que foi também executante de viola e membro da TAUC em finais dos anos 60 / princípios dos 70.
Natural de Paços de Ferreira, José Alão cursou Engenharia Química na UP e pertenceu ao OUP nos anos 50, integrando aqui o naipe dos barítonos e sendo executante de viola no Grupo de Fados e de acordeão na Orquestra de Tangos.
Frequentandor da Tertúlia que semanalmente se reunia em casa do guitarrista Lauro de Oliveira («o Tio Lauro», † 1970)[1], José Alão não tinha formação de viola clássica, mas desde a dita década de 50 que assimilou as práticas de executantes também frequentadores da dita Tertúlia e que, possuindo tal tipo de formação[2], começavam ao tempo a utilizar violas de concerto – entenda-se: com cordas de «nylon» – no acompanhamento do Canto e da Guitarra de Coimbra. Esta foi também a ‘Escola’ de Paulo Alão, que a partir de 1958/59 tal tipo de instrumento passou a utilizar em Coimbra, integrado no Grupo de António Portugal[3].
Só conheci José Alão nos anos 70. Com ele privei assiduamente entre ca. 1979 e ca. 1983, no âmbito de um Grupo que ensaiava em casa do cantor Raul Barros Leite: pela Av. de França passaram então nomes como os dos guitarristas António Cunha Pereira e Arnaldo Melo e Castro, os dos violas José Alão, Paulo Alão, Carlos Teixeira, Arnaldo Brito e eu próprio e os dos cantores José Vitorino Santana (1931-2004), Óscar França, Henrique Gameiro dos Santos, Fernando Tavares Fortuna, José Horácio Miranda, Hernâni Pinto, Alfredo Pais da Rocha e o absolute beginner Vítor [Almeida e] Silva, estudante de Economia que mais tarde se transferiria para Coimbra, integrando aí diversos grupos, com realce para o Praxis Nova, com quem participou num LP (ca. 1989) e gravou um CD de originais (ca. 1996).
De José Alão fica-me a lembrança de uma extrema cordialidade e bonomia, de um admirável conversador, de um bom narrador de episódios picarescos, de alguém com uma preparação cultural porventura pouco vulgar nos engenheiros da sua geração e de uma extrema disponibilidade para colaborar musicalmente em quanto lhe fosse solicitado.
Este é um apontamento necessariamente breve, redigido em cima da notícia da morte de José Alão e saído da pena de quem o conheceu já na casa dos 40 anos. Espero que outrem possa em breve aqui deixar uma evocação mais longa, sabedora e documentada e com o devido complemento de imagens.
Por mim só acrescento: - Até sempre, Bom Amigo !
Lisboa, 8 de Maio de 2006
Armando Luís de Carvalho Homem
Da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto (AAOUP) – organismo congregante dos ex-membros do Orfeão Universitário do Porto (OUP) – chega-me a notícia da morte do Eng. José Tristão Eiras Bessa Alão. Contando 70 e poucos anos, era o irmão mais velho de Paulo Alão – executante de viola não carente de apresentações – e de Carlos Alão, um jurista que foi também executante de viola e membro da TAUC em finais dos anos 60 / princípios dos 70.
Natural de Paços de Ferreira, José Alão cursou Engenharia Química na UP e pertenceu ao OUP nos anos 50, integrando aqui o naipe dos barítonos e sendo executante de viola no Grupo de Fados e de acordeão na Orquestra de Tangos.
Frequentandor da Tertúlia que semanalmente se reunia em casa do guitarrista Lauro de Oliveira («o Tio Lauro», † 1970)[1], José Alão não tinha formação de viola clássica, mas desde a dita década de 50 que assimilou as práticas de executantes também frequentadores da dita Tertúlia e que, possuindo tal tipo de formação[2], começavam ao tempo a utilizar violas de concerto – entenda-se: com cordas de «nylon» – no acompanhamento do Canto e da Guitarra de Coimbra. Esta foi também a ‘Escola’ de Paulo Alão, que a partir de 1958/59 tal tipo de instrumento passou a utilizar em Coimbra, integrado no Grupo de António Portugal[3].
Só conheci José Alão nos anos 70. Com ele privei assiduamente entre ca. 1979 e ca. 1983, no âmbito de um Grupo que ensaiava em casa do cantor Raul Barros Leite: pela Av. de França passaram então nomes como os dos guitarristas António Cunha Pereira e Arnaldo Melo e Castro, os dos violas José Alão, Paulo Alão, Carlos Teixeira, Arnaldo Brito e eu próprio e os dos cantores José Vitorino Santana (1931-2004), Óscar França, Henrique Gameiro dos Santos, Fernando Tavares Fortuna, José Horácio Miranda, Hernâni Pinto, Alfredo Pais da Rocha e o absolute beginner Vítor [Almeida e] Silva, estudante de Economia que mais tarde se transferiria para Coimbra, integrando aí diversos grupos, com realce para o Praxis Nova, com quem participou num LP (ca. 1989) e gravou um CD de originais (ca. 1996).
De José Alão fica-me a lembrança de uma extrema cordialidade e bonomia, de um admirável conversador, de um bom narrador de episódios picarescos, de alguém com uma preparação cultural porventura pouco vulgar nos engenheiros da sua geração e de uma extrema disponibilidade para colaborar musicalmente em quanto lhe fosse solicitado.
Este é um apontamento necessariamente breve, redigido em cima da notícia da morte de José Alão e saído da pena de quem o conheceu já na casa dos 40 anos. Espero que outrem possa em breve aqui deixar uma evocação mais longa, sabedora e documentada e com o devido complemento de imagens.
Por mim só acrescento: - Até sempre, Bom Amigo !
Lisboa, 8 de Maio de 2006
Armando Luís de Carvalho Homem
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