Pedro Caldeira Cabral e a Orquestra Clássica do Centro
Ensaio nas ruínas de Conimbriga, minutos antes do espectáculo com a Orquestra Clássica do Centro, dirigida por Virgílio Caseiro, tendo como solista em guitarra (de Coimbra), Pedro Caldeira Cabral.
Começou com a orquestra a executar Abertura Mar Calmo e Próspera Viagem, de Mendelsshon, seguindo-se Recercada Primeira e Segunda de D. Ortiz, para orquestra e guitarra, com o solista a mostrar os seus dotes de virtuoso. Seguiu-se Concerto em Ré Maior para guitarra, de António Vivaldi, peça bem conhecida por quem se interessa pela guitarra clássica, não ficando nada atrás dos habituais intérpretes deste instrumento. O som da guitarra estava magnífico. Foi usada uma versão com mais ornamentos que o habitual, o que lhe deu um sabor especial.
Na segunda parte, a orquestra começou com Chegada da Raínha do Sheba, de G. Haendel, com muito boa dinâmica, imprimida pelo seu maestro.
Entrou-se depois num ciclo de quatro peças originais para guitarra portuguesa: Danças Portuguesas nº 1 de Carlos Paredes, orquestrada por Jorge Costa Pinto, Bailados do Minho de Antero da Veiga, com orquestração de Eurico Carrapatoso, Canção da Primavera de Francisco Martins, orquestrada por Paulo Soares e Virgílio Caseiro, terminando com Baile dos Caretos, da autoria do solista e com orquestração de Marco Santos. Aqui, novamente, Caldeira Cabral voltou a brilhar. Destas peças foram novidade, Danças Portuguesas, com uma orquestração bastante interessante e ainda Baile dos Caretos, também com a orquestração a valorizar o original, já de si de muito valor.
Depois deste concerto resta-nos esperar que a guitarra portuguesa venha a adquirir o estatuto dado à dita guitarra clássica, ao passar pelas mãos de Andrés Segovia. Para isso, os compositores da nossa praça têm que começar a olhar para a guitarra portuguesa como uma mais-valia e não como um instrumento apenas do Fado. Em Espanha também havia o Flamengo e isso não traumatizou a guitarra espanhola.
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