Esconjurar o Ano Velho
N'algum tempo, as horas que antecediam a Passagem do Ano eram dedicadas nas casas e tascas de Coimbra a farta e regada ceia. Ao soar da meia noite, ruas, portas e janelas eram invadidas por frenéticos tocadores de testos e panelas, num impressionante esconjuro ao Ano Velho. Noutras localidades, havia quem partisse copos ou uma peça de louça.
Nos tempos do Eça, do Antero e do Mata Carochas, era chic fazer-se uma boa ceia na Tasca das Camelas (havia muitos alunos do Brasil, ilhas, províncias distantes, que passavam o Ciclo do Natal em Coimbra), seguindo-se cantoria e petiscada no Penedo da Saudade com vinho, guitarras, violas, archotes, sardinhas, broa e quejandos.
A 1ª metade do século XX trouxe o Réveillon com ceia, espumante e baile organizado pelos melhores hotéis da cidade.
Na Alta, para que o Ano Velho deixasse entrar no Ano Bom com o pé direito, ainda se ouviam testos e panelas pela década de 1980*.
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*Um dos nossos leitores fala na introdução de buzinas. Há que acompanhar a modernização e os favores do "choque tecnológico"...
AMNunes
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