quinta-feira, dezembro 14, 2006

Primeiro-ministro luxemburguês recebe doutoramento h.c. na Grécia (2004)














O repto que lancei há tempos, a propósito de uma fotografia do Pleno dos Juízes do Tribunal Constitucional, tem dado resultados: em numerosos posts, o Dr. António M. M. Nunes aqui tem evidenciado o quanto há para indagar, comparatisticamente, entre vestes, insígnias, rituais e cerimónias dos mundos universitário, judiciário e eclesiástico. Apesar de as fontes iconográficas e fotográficas serem bem mais numerosas do que julgaríamos à partida, estes terrenos não nos são fáceis, por falta de referenciais bibliográficos fornecedores de um quadro sólido de questionamentos. Particularmente difícil é o mundo do alto-clero, v.g. os cardeais e o próprio Papa: porque aí nem sempre nós, 'leigos' em todas as acepções, temos bases para distinguir o que é roupa secular (i.e., o que um alto eclesiástico traga em circunstâncias profanas, de maior ou menor cerimonial) do que é vestuário litúrgico.
Aqui inicio hoje uma ronda, porventura longa, por imagens de actos académicos por esse Mundo fora (às vezes em Geografias bem inesperadas...). Depois das imagens um ensaio reflexivo de conjunto.
Vemos aqui o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker (à esquerda), a receber em 2004 o grau de dr. h.c. em Direito pela U. Demócrita da Trácia (Grécia) (fonte: www.gouvernement.lu). O traje nada tem de «ar de família» em que nos reconheçamos: uma casaca em vermelho-cereja com gola agaloada, a fazer mais lembrar os trajes das Academias «stricto sensu», v.g. o Institut de France e as suas 5 Academias (o «site» é um filão de imagens) ou, desde o séc. XIX, a Academia das Ciências de Lisboa e, por extensão, a partir de 1936, a então criada Academia Portuguesa da História. Só que, entre nós, estes trajes (onde à casaca - negra - era sobreposta uma capa com gola e apertando com um par de alamares) há muito caíram em desuso; mesmo os académicos que são lentes deixaram de levar as vestes respectivas para os actos solenes das Academias a que pertençam: limitam-se ao colar académico sobre um fato escuro. Fardas académicas, hoje só em retratos a óleo (v.g. antigos Presidentes ou académicos de destaque) ou em velhas fotografias...
Armando Luís de Carvalho HOMEM

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