Alguns chapéus de estudantes
De acordo com o relato convencional, LA CALOTTE é o barrete adoptado pelos estudantes universitários católicos belgas, por volta de 1870, ano em que terão combatido na Itália em defesa dos territórios papais.
Segundo dados que se nos afiguram mais fiáveis, La Calotte terá sido introduzida no meio académico de Louvaina pela mão do estudante Edmond Carton em 1895, aluno que se destacou como fundador da Société Générale Bruxelloise des Étudiants Catholiques da Universidade de Louvaina.
A configuração da Calotte é semelhante à da Kippa dos judeus orientais, podendo também comparar-se com a Skophia dos cristãos ortodoxos (apesar de esta ser muito requintada). Os estudantes belgas assumem sem complexos que a sua Calotte resultou de um transplante do barrete do corpo de Zuavos do Papa, força militar instituída por Pio IX em 01 de Janeiro de 1861. Calcorreando as diversas pistas que esta informação oferece, não sobejam dúvidas que o barrete usado pelos zuavos papais na década de 1860 era o chamado FEZ ou CHÉNIA de estrutura mole vulgarmente envergado pelos turcos otomanos e pelos descentes dos mouros expulsos de Granada em 1492 que se haviam radicado no Norte de África. Como tal, este tipo de barrete ocorre largamente nos povos islamizados do Norte de África, em particular na Tunísia. Uma sua variante muito simplificada era usada na passagem do século XIX para a centúria de XX por porteiros de hotéis portugueses e fotografias do período 1916-1925 dão conta da sua presença em alguns liceus (ver "Tacho" e "Barretina").
Voltando ao relato belga, a Calotte praticamente desapareceu entre os anos de 1950-1970, para ressurgir com grande veemência na década de 1980, associada a valores como o academismo, o catolicismo e o patriotismo bairrista.
Para mais dados sobre imagens, história, simbologia, cores e associações:
-"La Calotte", http://fr.wikipedia.org/wiki/Calotte;
-"La Calotte", http://www.geocities.com/Athens/7371/calotte.html-30k;
-"Namuroise", http://www.namuroise-namur.be/.
AMNunes
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