Eugénio de Andrade (1923 – 2005)
(Poesia enviada pelo meu amigo orfeonista, José Paracana)
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Nota: Este poema foi cantado por Heirique Veiga no disco "Coimbra Eterna" - já apresentado neste Blog no dia 10 de Março - pelo Grupo de Fados da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto.
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