Bloco de Notas (16)
1981 ... Fui ao Teatro Maria Matos gravar um programa para a televisão. O Rui Gomes Pereira cantou “Canção para um menino” de Durval Moreirinhas, que também o acompanhou, seguindo-se “Cantiga para quem sonha” e “Sonhei contigo ó Coimbra”. Terminei com a “Balada de Coimbra”.
No dia aprazado vi o programa transmitido pela televisão, em casa do meu irmão José Luís. Não notei falhas. A Balada achei-a tocada como poucas vezes a ouvi. Fiquei deveras satisfeito com a minha actuação. Gostaria de ter tocado peças minhas, mas o Durval nunca se dispôs a acompanhá-las.
Estive no Arnaldo Trindade com Durval Moreirinhas a ensaiar com José Afonso para a gravação do disco. Agora José Afonso está a cantar meio tom e até um tom abaixo do que fazia nos primeiros ensaios.
Tenho passado por cima da indicação de muitas actuações em espectáculos referidas no bloco de notas. Na verdade, nesta altura, o nosso grupo era muito solicitado. Numa destas actuações em que foi Machado Soares, este disse que foi muito bem acompanhado, que éramos artistas e que só assim se compreendia os bons acompanhamentos sem nenhum ensaio. Gostou muito duma introdução em si maior que fiz para o disco “Melro” de Janita Salomé.
Num restaurante em S. Pedro de Alcântara, “Porta Branca”, a convite da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em que estava Jorge Tuna a assistir, este apreciou muito a minha maneira de tocar a “Rapsódia nº 2” de Artur Paredes. Estava também lá o Alcides, um belíssimo acompanhador de viola que conheci há uns vinte anos , em Viseu, quando ainda estudante. Na altura eu e os elementos do meu grupo ficámos surpreendidos com a desenvoltura daquelas mãos sobre a escala da viola. Abriu-nos os olhos em muitos aspectos da execução deste instrumento. Disse-me então que tinha lá feito a tropa no RI 14, durante dois anos. Pena foi só o termos encontrado uma vez!
Gravei a 22 de Junho, seis números com José Afonso. A 26 coloquei uma segunda guitarra e o som ficou de facto melhor.
Fui com José Afonso e Durval Moreirinhas tocar aos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, um espectáculo de apoio a Carlos Antunes do PRP que se encontra já há oito dias em greve de fome na prisão de Caxias.
Ontem, dia 1?, fui aos anos de Jorge Tuna, acompanhado por Armando Luís de Carvalho Homem, Durval Moreirinhas e a Isabel. Ofereceu-nos um excelente jantar. Tocámos “Flores em Abril”. Cantaram Sutil Roque e António Bernardino. À vinda, na subida de Alcântara para a ponte 25 de Abril, despistei-me com o meu Cortina GT e fui de encontro à divisória central, ficando virado em sentido contrário.
Estive com Armando Luís de Carvalho Homem num jantar da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra. Acompanhou-nos também António Toscano e o Jacques. Cantaram Luiz Goes , Carlos Teixeira e Ângelo de Araújo. Toquei “Flores em Abril” e “Variações sobre o tom de Lá”. Foram peças muito aplaudidas. A Isabel ouviu dizer a seu lado “este guitarrista toca mesmo bem”. Felizmente, estas bocas não me sobem à cabeça! No final fomos para a “tasca” do Rui Gomes Pereira, o restaurante Conde Andeiro.
Esteve em Almada, na minha casa, um guitarrista clássico de nome Eudoro, a pedir para lhe ensinar guitarra portuguesa. Trazia uma guitarra semelhante à minha primeira, do Zacarias. Ficou de cá voltar. Tocou umas peças clássicas na viola. Vê-se que já tem um bom desenvolvimento de dedos. Disse que vai fazer o 6º ano, na Academia dos Amadores de Música. É aluno de José Miguel Coutinho.
Nos dias 9 e 10 de Julho gravei com José Afonso o “Vira de Coimbra” e a “Senhora do Almortão” e a 29, “Balada do Outono”. Gravei novamente a introdução do “Vira de Coimbra”, pois a afinação da primeira não estava perfeita.
Comecei no domingo, 2 de Agosto, a compor uma nova peça a que vou concerteza chamar “Estudo em Bordões”. Tem uma parte em harmónicos, o que penso ser inédito em guitarra portuguesa.
Mais uma música começada a 7 do mesmo mês. A tonalidade é sol maior, com passagem a mi menor. Incluí uma parte que encontrei no gravador e que já tinha sido feita há uns meses atrás. Entretanto o “Estudo em Bordões” está praticamente concluído.
Armando Marta esteve na minha casa em Almada. Continua com uma bela voz embora mais fechada mas, com uns ensaios, vai voltar a abrir. Quer gravar um disco com música regional de Coimbra, na Valentim de Carvalho.
No dia 7 de Setembro saíu o disco “Guitarra Portuguesa – Raízes de Coimbra”, com dez peças minhas para guitarra, que gravei com Armando Luís de Carvalho Homem.
Fui tocar à Amadora, nas escadas da igreja, nas comemorações do 2º aniversário de elevação a cidade. Tivemos um grande sucesso. Acompanhou-me Lopes de Almeida e Durval Moreirinhas.. Cantaram Machado Soares e António Bernardino, duas vozes completamente diferentes, o que tornou o espectáculo mais variado. Na mesma sessão actuou outro grupo constituído por João Moura, à guitarra, e Carlos Caiado à viola. António Nogueira foi o cantor. Gostei imenso deste e dos instrumentistas.
1981 ... Fui ao Teatro Maria Matos gravar um programa para a televisão. O Rui Gomes Pereira cantou “Canção para um menino” de Durval Moreirinhas, que também o acompanhou, seguindo-se “Cantiga para quem sonha” e “Sonhei contigo ó Coimbra”. Terminei com a “Balada de Coimbra”.
No dia aprazado vi o programa transmitido pela televisão, em casa do meu irmão José Luís. Não notei falhas. A Balada achei-a tocada como poucas vezes a ouvi. Fiquei deveras satisfeito com a minha actuação. Gostaria de ter tocado peças minhas, mas o Durval nunca se dispôs a acompanhá-las.
Estive no Arnaldo Trindade com Durval Moreirinhas a ensaiar com José Afonso para a gravação do disco. Agora José Afonso está a cantar meio tom e até um tom abaixo do que fazia nos primeiros ensaios.
Tenho passado por cima da indicação de muitas actuações em espectáculos referidas no bloco de notas. Na verdade, nesta altura, o nosso grupo era muito solicitado. Numa destas actuações em que foi Machado Soares, este disse que foi muito bem acompanhado, que éramos artistas e que só assim se compreendia os bons acompanhamentos sem nenhum ensaio. Gostou muito duma introdução em si maior que fiz para o disco “Melro” de Janita Salomé.
Num restaurante em S. Pedro de Alcântara, “Porta Branca”, a convite da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em que estava Jorge Tuna a assistir, este apreciou muito a minha maneira de tocar a “Rapsódia nº 2” de Artur Paredes. Estava também lá o Alcides, um belíssimo acompanhador de viola que conheci há uns vinte anos , em Viseu, quando ainda estudante. Na altura eu e os elementos do meu grupo ficámos surpreendidos com a desenvoltura daquelas mãos sobre a escala da viola. Abriu-nos os olhos em muitos aspectos da execução deste instrumento. Disse-me então que tinha lá feito a tropa no RI 14, durante dois anos. Pena foi só o termos encontrado uma vez!
Gravei a 22 de Junho, seis números com José Afonso. A 26 coloquei uma segunda guitarra e o som ficou de facto melhor.
Fui com José Afonso e Durval Moreirinhas tocar aos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, um espectáculo de apoio a Carlos Antunes do PRP que se encontra já há oito dias em greve de fome na prisão de Caxias.
Ontem, dia 1?, fui aos anos de Jorge Tuna, acompanhado por Armando Luís de Carvalho Homem, Durval Moreirinhas e a Isabel. Ofereceu-nos um excelente jantar. Tocámos “Flores em Abril”. Cantaram Sutil Roque e António Bernardino. À vinda, na subida de Alcântara para a ponte 25 de Abril, despistei-me com o meu Cortina GT e fui de encontro à divisória central, ficando virado em sentido contrário.
Estive com Armando Luís de Carvalho Homem num jantar da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra. Acompanhou-nos também António Toscano e o Jacques. Cantaram Luiz Goes , Carlos Teixeira e Ângelo de Araújo. Toquei “Flores em Abril” e “Variações sobre o tom de Lá”. Foram peças muito aplaudidas. A Isabel ouviu dizer a seu lado “este guitarrista toca mesmo bem”. Felizmente, estas bocas não me sobem à cabeça! No final fomos para a “tasca” do Rui Gomes Pereira, o restaurante Conde Andeiro.
Esteve em Almada, na minha casa, um guitarrista clássico de nome Eudoro, a pedir para lhe ensinar guitarra portuguesa. Trazia uma guitarra semelhante à minha primeira, do Zacarias. Ficou de cá voltar. Tocou umas peças clássicas na viola. Vê-se que já tem um bom desenvolvimento de dedos. Disse que vai fazer o 6º ano, na Academia dos Amadores de Música. É aluno de José Miguel Coutinho.
Nos dias 9 e 10 de Julho gravei com José Afonso o “Vira de Coimbra” e a “Senhora do Almortão” e a 29, “Balada do Outono”. Gravei novamente a introdução do “Vira de Coimbra”, pois a afinação da primeira não estava perfeita.
Comecei no domingo, 2 de Agosto, a compor uma nova peça a que vou concerteza chamar “Estudo em Bordões”. Tem uma parte em harmónicos, o que penso ser inédito em guitarra portuguesa.
Mais uma música começada a 7 do mesmo mês. A tonalidade é sol maior, com passagem a mi menor. Incluí uma parte que encontrei no gravador e que já tinha sido feita há uns meses atrás. Entretanto o “Estudo em Bordões” está praticamente concluído.
Armando Marta esteve na minha casa em Almada. Continua com uma bela voz embora mais fechada mas, com uns ensaios, vai voltar a abrir. Quer gravar um disco com música regional de Coimbra, na Valentim de Carvalho.
No dia 7 de Setembro saíu o disco “Guitarra Portuguesa – Raízes de Coimbra”, com dez peças minhas para guitarra, que gravei com Armando Luís de Carvalho Homem.
Fui tocar à Amadora, nas escadas da igreja, nas comemorações do 2º aniversário de elevação a cidade. Tivemos um grande sucesso. Acompanhou-me Lopes de Almeida e Durval Moreirinhas.. Cantaram Machado Soares e António Bernardino, duas vozes completamente diferentes, o que tornou o espectáculo mais variado. Na mesma sessão actuou outro grupo constituído por João Moura, à guitarra, e Carlos Caiado à viola. António Nogueira foi o cantor. Gostei imenso deste e dos instrumentistas.
<< Home