José Maria Amaral (1919-2001), executante de Guitarra de Coimbra e médico. Momento descontraído na casa do guitarrista e compositor amador, em Abrantes, no dia 15 de Julho de 1998. Amaral dedilha uma Guitarra de Coimbra da primeira geração do novo modelo desenhado e construído por Joaquim Grácio/Artur Paredes. Por influência do violino, apresenta sob o tampo superior duas "almas" ou "discos deflectores". Foi este modelo que o tímido tocador de guitarra e tuno Vergílio Correia viu em Março de 1939 nas mãos de Artur Paredes/Carlos Paredes, durante um concerto na Casa das Beiras (Lisboa). A impressão de Vergílio foi tão desvastadora que deixou de tocar guitarra, tal qual fizera Jão Duarte de Oliveira ao escutar o divino Manuel Mansilha (ele que fazia "chorar as pedras da calçada"!).
Na data em que se realizou esta fotografia, o Dr. José Amaral já se encontrava bastante adoentado, estando a recuperar lentamente dos efeitos de um diagnóstico errado. Caso para dizer, "em casa de ferreiro...". Faleceria pouco depois, amargurado com atitudes menos polidas de alguns seus pares de geração. Coimbra não foi a tempo de lhe prestar a devida homenagem. No funeral, o grupo que o acompanhara nos derradeiros anos despediu-se com uma sentida interpretação da "Balada de Coimbra".
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