sábado, dezembro 31, 2005


Retrato de Família: José de Anchieta, executante de guitarra. Posted by Picasa
José Alberto de Oliveira Anchieta Portes Pereira de SAMPAIO nasceu em Lisboa a 09 de Outubro de 1832, tendo falecido em Angola no dia 14 de Setembro de 1897. Era filho de José Anchieta Sampaio. Antes de se transformar num dos mais prestigiados nomes das explorações científico-naturalistas africanas de oitocentos, Anchieta ficou conhecido como inveterado boémio, esturdioso folgazão, brigão, além de executante de rabeca e de guitarra. Passou a correr pelo Colégio Militar, pela Escola Politécnica de Lisboa e pelos bancos da Faculdade de Matemática e da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra no ano lectivo de 1852-1853. Como estudante universitário sem vocação, não foi além do 1º ano, com moradia na Rua do Cosme, nº 1. Tendo abandonado os estudos, em 1956 já se tornara um nome prestigiado nos meios científicos portugueses graças aos estudos concretizados nas Ilhas de Cabo Verde. O nome de Anchieta como discreto executante de guitarra em Coimbra estava destinado ao esquecimento, não fora uma curta mas oportuna nota escrita pelo seu velho amigo de juventude Raymundo Bolhão Pato, "Memórias. Cenas de infância e homens de letras", Tomo I, 2ª edição, Lisboa, Perspectivas e Realidades, 1987, pág. 45. Esta mesma nota veio depois transcrita por João Pinto de Carvalho (1858-1930) na sua "História do Fado" (1903). Nenhum dos publicistas referidos especifica que tipo de "guitarra" executava Anchieta. Ora, na época a que nos reportamos não há muito por onde divagar. Uma hipótese credível será o modelo mais vulgar de guitarra-cítara, usado em contexto de Fado (de Lisboa), com o seu cravelhame de madeira. Outra hipótese, não menos credível, será o emprego da Guitarra Inglesa, disponível nas casas de venda de instrumentos da Baixa e nas oficinas de violaria de Coimbra.
Nota 1: "Relação e Indice Alphabetico dos Estudantes matriculados na Universidade de Coimbra e no Lyceu no Anno Lectivo de 1852 para 1853", Coimbra, Imprensa da Universidade, 1852, págs. 35 e 44.
Nota 2: retrato à pena, publicado na capa de "O Occidente. Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro", 4º anno, Volume IV, Nº 92, de 11/07/1881.
Pesquisa e texto: António M. Nunes

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