Guitarrilha de Coimbra
Grácil e elegante Guitarrilha de Coimbra, proveniente da oficina conimbricense de Augusto Nunes dos Santos. Pertence ao Dr. Moreira de Figueiredo que a herdou de seu sogro, antigo estudante da UC e tocador de guitarra no período 1910-1916. Madeiras baratas, escala longa de 17 pontos, ilhargas rebaixadas, decoração muito austera, chapa de leque e voluta oval. A caixa tem 32 cms de largura e 34 cms de comprimento. O modelo é exactamente idêntico à Guitarrilha do Dr. Francisco Menano, oriunda da mesma oficina, com data de 1905, depositada no Museu Académico. A ilharga tem 5,3 cms junto ao cepo e 6,5 cms ao atadilho. O modelo em questão, com voluta oval documentada pelo menos desde 1905, embora continuassem a fabricar-se variantes com florão até à década de 1920, confirma os dados avançados pelo estudioso Armando Simões sobre a origem da Guitarra de Coimbra. Foi a partir de um processo de fusão/adaptação feito pelos guitarreiros locais Armando Neves e Augusto Nunes dos Santos sobre a guitarrilha de tipo Lisboa derradeiramente tangida por Hilário e dos modelos da antiga Guitarra Inglesa+Guitarra do Porto que entre 1895-1905 se desenrolaram as diversas experiências convergentes que conduziram a uma definição estável do 1º tipo Coimbra. Digamos que se definiu o modelo, mas não o respectivo código genético que alimenta as estruturas antropológicas do imaginário. O ADN só apareceu com Artur Paredes, uma vez neutralizados e ultrapassados elementos inibitórios como a afinação natural e o esquema convencional de dedilhação.
Imagem: José Alberto Sardinha, "Tradições Musicais da Estremadura", Vila Verde, Tradisom, 2000, pág. 441.
AMNunes
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