Centenários do Nascimento de Armando Goes e Afonso de Sousa
Por José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Sinal do reconhecimento do valor cultural da Canção de Coimbra enquanto manifestação artística singular, diversos vultos da Galáxia Sonora Coimbrã têm sido alvo de homenagens, em vida ou post mortem, desde a década de 1960. Na maior parte das situações conhecidas, as câmaras municipais da naturalidade dos biografados assumiram a realização das homenagens. Sem preocupações de exaustividade poderíamos indicar as homenagens feitas a Augusto Hilário (CMViseu), António Menano (CMFornos de Algodres), Nuno Guimarães (CMVila Nova de Gaia), Flávio Rodrigues (CMCoimbra), Edmundo Bettencourt (CMFunchal) e Ângelo de Araújo (CMSão João da Madeira).
Em 06 de Outubro de 2005 noticiámos no Blog “guitarradecoimbra” que em 2006 passariam 100 anos sobre o nascimento de duas importantes figuras da Galáxia Sonora Coimbrã, respectivamente Armando do Carmo Goes (Leiria, 01 de Março de 1906) e Afonso de Sousa (Leiria, 24 de Junho de 1906).
Em termos de blog não seriam exequíveis mais iniciativas do que a sensibilização pública para a proximidade das datas, a publicação exaustiva de inventários fonográficos, a divulgação de notícias biográficas e a salvaguarda de iconografia e recolhas sonoras. Todos estes objectivos foram concretizados até finais do 1º semestre de 2006, sem quaisquer gastos financeiros nem subsídios de espécime alguma.
À data da divulgação da notícia sobre os centénarios de AGoes e ASousa, que então se avizinhavam, acalentávamos a esperança de que estas duas figuras pudessem merecer alguma consideração em termos mais institucionais.
Parecia-nos razoável que AGoes e ASousa viessem a ser alvo de homenagens junto de instituições como o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra e a Câmara Municipal de Leiria (terra da naturalidade dos dois artistas).
Tudo parecia indicar que a Câmara Municipal de Coimbra não deixaria passar em claro esta oportunidade, dado que em 2004 anunciou publicamente um monumental projecto de estudos e publicações que visavam suportar a candidatura da Canção de Coimbra a património classificável pela UNESCO.
Entrados no 2º semestre de 2006, não pudemos deixar de estranhar um tamanho silêncio institucional, quando os artistas em questão integram o pelotão das figuras maiores da chamada “Década de Oiro”.
Sem pretendermos usurpar as responsabilidades institucionais de quem se esperaria a iniciativa comemoracionista, sugerimos:
1 – Local: o local das comemorações tanto poderá ser Coimbra (espaço onde os dois artistas amadores efectivamente se afirmaram), como Leiria (local de nascimento);
2 – Biografias: os dados biográficos destes dois artistas encontram-se já devidamente levantados, sendo de esperar que motivassem uma brochura impressa minimamente digna;
3 – Inventários fonográficos: encontram-se concluídos e já divulgados neste blog, sendo oportuna a sua inserção em volume impresso;
4 – Recolhas musicais e respectiva salvaguarda: a obra fonográfica dos dois artistas foi transcrita neste blog na sua parte mais substancial, merecendo oportuna divulgação impressa;
5 – Reedições fonográficas: estão disponíveis e estudadas quase todas as matrizes fonográficas gravadas por AGoes e ASousa, registos que deveriam ter sido remasterizados e reeditados. Em nossa opinião, o trabalho de reedição ficaria enriquecido com uma reconstituição global da obra dos dois artistas, a qual se poderia confiar a duas ou três formações a convidar para o efeito;
6 – Sessão Solene: as comemorações poderiam rematar com palestras, espectáculo musical dedicado aos homenageados, lançamento de um livro (biografias, fotografias, inventário fonográfico, transcrições musicais e duplo cd anexo), incluindo as participações do Dr. Luiz Goes e Dr. Afonso de Oliveira Sousa.
2006 encaminha-se para o fim. Seria pedir muito? A “crise” económica justificará também a crise de ideias e de iniciativas?
Por José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Sinal do reconhecimento do valor cultural da Canção de Coimbra enquanto manifestação artística singular, diversos vultos da Galáxia Sonora Coimbrã têm sido alvo de homenagens, em vida ou post mortem, desde a década de 1960. Na maior parte das situações conhecidas, as câmaras municipais da naturalidade dos biografados assumiram a realização das homenagens. Sem preocupações de exaustividade poderíamos indicar as homenagens feitas a Augusto Hilário (CMViseu), António Menano (CMFornos de Algodres), Nuno Guimarães (CMVila Nova de Gaia), Flávio Rodrigues (CMCoimbra), Edmundo Bettencourt (CMFunchal) e Ângelo de Araújo (CMSão João da Madeira).
Em 06 de Outubro de 2005 noticiámos no Blog “guitarradecoimbra” que em 2006 passariam 100 anos sobre o nascimento de duas importantes figuras da Galáxia Sonora Coimbrã, respectivamente Armando do Carmo Goes (Leiria, 01 de Março de 1906) e Afonso de Sousa (Leiria, 24 de Junho de 1906).
Em termos de blog não seriam exequíveis mais iniciativas do que a sensibilização pública para a proximidade das datas, a publicação exaustiva de inventários fonográficos, a divulgação de notícias biográficas e a salvaguarda de iconografia e recolhas sonoras. Todos estes objectivos foram concretizados até finais do 1º semestre de 2006, sem quaisquer gastos financeiros nem subsídios de espécime alguma.
À data da divulgação da notícia sobre os centénarios de AGoes e ASousa, que então se avizinhavam, acalentávamos a esperança de que estas duas figuras pudessem merecer alguma consideração em termos mais institucionais.
Parecia-nos razoável que AGoes e ASousa viessem a ser alvo de homenagens junto de instituições como o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra e a Câmara Municipal de Leiria (terra da naturalidade dos dois artistas).
Tudo parecia indicar que a Câmara Municipal de Coimbra não deixaria passar em claro esta oportunidade, dado que em 2004 anunciou publicamente um monumental projecto de estudos e publicações que visavam suportar a candidatura da Canção de Coimbra a património classificável pela UNESCO.
Entrados no 2º semestre de 2006, não pudemos deixar de estranhar um tamanho silêncio institucional, quando os artistas em questão integram o pelotão das figuras maiores da chamada “Década de Oiro”.
Sem pretendermos usurpar as responsabilidades institucionais de quem se esperaria a iniciativa comemoracionista, sugerimos:
1 – Local: o local das comemorações tanto poderá ser Coimbra (espaço onde os dois artistas amadores efectivamente se afirmaram), como Leiria (local de nascimento);
2 – Biografias: os dados biográficos destes dois artistas encontram-se já devidamente levantados, sendo de esperar que motivassem uma brochura impressa minimamente digna;
3 – Inventários fonográficos: encontram-se concluídos e já divulgados neste blog, sendo oportuna a sua inserção em volume impresso;
4 – Recolhas musicais e respectiva salvaguarda: a obra fonográfica dos dois artistas foi transcrita neste blog na sua parte mais substancial, merecendo oportuna divulgação impressa;
5 – Reedições fonográficas: estão disponíveis e estudadas quase todas as matrizes fonográficas gravadas por AGoes e ASousa, registos que deveriam ter sido remasterizados e reeditados. Em nossa opinião, o trabalho de reedição ficaria enriquecido com uma reconstituição global da obra dos dois artistas, a qual se poderia confiar a duas ou três formações a convidar para o efeito;
6 – Sessão Solene: as comemorações poderiam rematar com palestras, espectáculo musical dedicado aos homenageados, lançamento de um livro (biografias, fotografias, inventário fonográfico, transcrições musicais e duplo cd anexo), incluindo as participações do Dr. Luiz Goes e Dr. Afonso de Oliveira Sousa.
2006 encaminha-se para o fim. Seria pedir muito? A “crise” económica justificará também a crise de ideias e de iniciativas?
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