Vaticano, Março de 2006: optando por um ritual simplificado, o Papa Bento XVI impõe o Barrete púrpureo ao novo Cardeal de Croácia Stanislao Dziwsz. O ritual de investidura, cujo momento alto se polariza na imposição de uma coroa (monarquias) ou chapéu (antigas universidades ibéricas e Igreja Católica) apresenta similitudes que são filhas da mesma matriz cultural.
A Murça ("muceta", simples, de botões peitorais e pequeno capuz), e o revestimento das mangas da Batina com os punhos rendados do Roquete, sublinham a proximidade imagética entre o cerimonial religioso e as manifestações do actual procolo adoptado na Universidade de Salamanca (Muceta simples, de setim, com botões; Toga com punhos ornados de renda). Flagrante é também a proximidade entre os diversos momentos do ritual romano de entronização e as cerimónias de colação dos antigos graus na Universidade de Coimbra, quando celebrados no "teatro" da Igreja de Santa Cruz perante o Cancelário Abade do Mosteiro.
Ao contrário dos barretes protocolares dos cónegos, bispos e arcebispos, o Barrete cardinalício tem quatro nervuras superiores, mas não comporta qualquer borla ornamental presa à copa.
A descrição da imposição do Barrete cardinalício por Pio XI a D. Manuel Gonçalves Cerejeira, no dia 18 de Dezembro de 1929, informa que o neófito foi chamado ante o Papa à Aula do Consistório. Frente ao trono papal, Gonçalves Cerejeira ajoelhou-se três vezes e beijou a sandália de Pio XI. Feita a imposição do Barrete, o agraciado proferiu uma oração congratulatória em latim. O "osculum pacis", comum às universidades de Salamanca e Coimbra, aparece referido no momento da entrega do Anel.
AMNunes
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