domingo, janeiro 14, 2007

Chegámos à Índia... e 'voltámos' a Goa

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Foto eliminada acidentalmente do local correcto;
recolocada aqui em recurso

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Foto suplementar, colocada em 2007/01/15



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O doutoramento h.c. do PR





Doutorado por York (1973), Aníbal António Cavaco Silva ensinou em Portugal no actual Instituto Superior de Economia e Gestão / UTL, na Fac. Economia / UNL (onde em 1979 prestou provas de agregação e atingiu a cátedra) e na Universidade Católica Portuguesa / Lisboa; na segunda metade da década de 70 pertenceu por algum tempo ao Conselho Científico da Fac. Economia / UC, Escola a dar então os seus primeiros passos (1973 ss.); nessa qualidade, tomou assento ao lado dos Doutores Eduardo Correia (Presidente da Comissão Instaladora), José Joaquim Teixeira Ribeiro, Alfredo de Sousa (seu Mestre, com quem depois se incompatibilizaria), A. H. de Oliveira Marques, António de Sousa Franco, Boaventura de Sousa Santos e José Veiga Torres (informação do Doutor Oliveira Marques); provavelmente, só a entrada na vida política, com a assunção do ministério das Finanças no Executivo Sá Carneiro (1980; cf. il. 1.), ditou a não-continuidade de contactos estreitos com esta Escola da UC. Em matéria de doutoramentos h.c., Cavaco Silva está obviamente longe, tantos dos 34 (dos quais 2 em Portugal) do Dr. Mário Soares, como da não-posse, até agora, deste tipo de honor pelo Dr. Jorge Sampaio (enquanto que o Gen. Ramalho Eanes é, recentemente, dr. em Ciência Política pela U. Navarra e, em Portugal, dr. h.c. pela U. Lusíada - 1995):




  • Nos anos 90, recebeu a láurea h.c. da sua ALMA MATER inglesa, a U. York (cf. il. 2.; não está identificada a «partenaire» doutoral, provavelmente sua apresentante na cerimónia);

  • e em 2004 recebeu outro tanto da U. Corunha / Fac. Ciências Económicas e Empresariais (cf. il. 3.).


A cerimónia de hoje constituiu portanto a sua terceira honor. Apesar da contestação no exterior - estudantil e não só; um comentarista presente à hora de almoço na SIC/Notícias (canal 5 da TVCABO) relacionou o facto com questões goesas (religiosas e políticas), em parte face ao Governo federal, e também com alguma xenofobia, já que se tratava do 1.º doutoramento h.c. numa Universidade com cerca de 20 anos de existência, e logo atribuído a um estrangeiro, ainda por cima da antiga Potência colonizadora... -, a cerimónia realizou-se mesmo (em 1992 gorou-se a hipótese, aquando da visita do Dr. Mário Soares), e dela dão testemunho 5 imagens patentes no «site» oficial da Presidência da República (cf. ils. 4./8.).


Estas ilustrações (mormente a 5. e a 6.) mostram-nos um vestuário com claros pontos de contacto com o patente no meu post de ontem sobre um doutoramento h.c. na Punjab Technical University: togas de tecido sedoso, eventualmente encrepado (caso das de cor lilás), abertas na frente e debruadas, mas apertando aqui na base do pescoço com um laço que pode ser na cor-base (caso do grupo de lentes em que Cavaco Silva se insere) ou em preto (restantes casos); as mangas podem ostentar canhões na cor do debrum (que é em branco no grupo, uma vez mais, que inclui o PR). Mas a toga pode ter como cor-base o preto, sendo então o debrum na cor da especialidade: vermelho, amarelo, castanho-claro, cinza, verde, branco... Este caso e os restantes levam-nos ao problema do significado da paleta das cores: depara-se-me alguma dificuldade, quer face aos nossos hábitos, quer quanto aos da vizinha Espanha, quer quanto aos da França (e tenha-se em conta o post de hoje do Dr. António M. M. Nunes sobre as U's francesas); avento, de qualquer modo, estas hipóteses:




  1. Contrariamente ao que li algures, Cavaco Silva não terá sido feito dr. h.c. em Literatura: o lilás do grupo em que se insere poderá ter antes uma conotação de Ciências (duras) «lato sensu», onde a Economia e as Finanças Públicas se poderão inserir;

  2. o vermelho poderá corresponder ao Direito e o amarelo à Medicina;

  3. o castanho-claro poderá ter a ver com as Ciências do Desporto;

  4. enquanto que o branco e o cinza poderão reportar-se, repectivamente, às Belas-Artes e à Arquitectura;

  5. e não me atrevo a enunciar hipótese para o verde...

  6. registe-se o peso presencial de lentes (presumivelmente) de Direito e de Ciências «lato sensu»; o que, até comparado com o que sucede entre nós, é natural...

Legenda:


  • Il. 1. - Aníbal Cavaco Silva toma posse como ministro das Finanças do VI GC (1980, Jan.); reconhecem-se António Ramalho Eanes (PR), Francisco Sá Carneiro (PM, 1932-1980), Silva Costa (assessor de Imprensa do PR; já desaparecido), major Morais Barroco (assessor militar), coronel Garcia dos Santos (chefe da Casa Militar do PR), Maria de Lourdes Pintasilgo (PM cessante; m. 2004) e Luís d'Orey Pereira Coutinho (secretário-geral da Presidência da República - SGPR; filho, sobrinho e neto de generais, o Dr. Pereira Coutinho desempenhou estas funções coms os PR's Craveiro Lopes, Américo Thomaz, António de Spínola, Francisco da Costa Gomes, António Ramalho Eanes e Mário Soares - 1956/1987; a frequência de posses de Executivos - com cobertura televisiva - entre 1974 e 1985 tornaram-no figura relativamente familiar ao «grande público», já que é o SGPR quem dirige todos os passos do cerimonial; o cargo é, desde há 1 ano, desempenhado por outro «Pereira Coutinho», certamente seu familiar).


  • Ils. 2. e 3. - Aníbal Cavaco Silva, dr. h.c. pels U's York e Corunha, respectivamente.


  • Ils. 4./8. - Passos da cerimónia de hoje na U. Goa.


  • Il. 9. (não resisto...) - Foto oficial do PR, envergando casaca, banda das 3 ordens e uma condecoração. Dois erros neste retrato: o colete deveria ser preto e não branco, cor específica de cerimónias nocturnas, i.e., post-18.3o h. (qualquer manual de protocolo diz isto; mas já não é a 1.ª vez que o lapso ocorre); um erro de confecção: o colete de uma casaca - por maioria de razão se branco - não deve ser visível, como é aqui, abaixo do 'corte' da mesma: já diversos alfaiates artesanais mo afirmaram; mas também não é a 1.ª vez que este «erro técnico» ocorre...

Fontes: www.presidencia.pt; http://uploadwikipedia.org; e www.udc.es/honoriscausa/images/hc04.jpg.

Armando Luís de Carvalho HOMEM

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