segunda-feira, janeiro 01, 2007


Processo do Duque de Alençon

Iluminura relativa ao Processo do Duque de Alençon perante o Parlamento francês constituído como tribunal na Vendoma em 1458.

Esta iluminura constitui um documento notável no que concerne a capelos de veludo e peles, no "endardecer da Idade Média", estando os seus portadores quase sempre com os capuzes "deitados pela cabeça". Com variantes, desde o meio veludo/meio peles até aos arminhos integrais, este modelo foi de uso corrente nos séculos XV e XVI em reitores, lentes universitários, humanistas da renascença, parlamentares franceses, clérigos de diversas categorias, juristas e altos funcionários de estado ligados ao clero e nobreza.

O Capelo de luxo, bem como a murça, eram elementos vestimentários distintivos do clero e da nobreza, abrangendo a ascensional nobreza de toga.

Na passagem para o século XXI são ainda detectáveis reminiscências dos capelos medievais nos meios universitários italianos - com adesões na Polónia - , e em altos representantes dos tribunais superiores de França, Grã-Bretanha, Escócia, Canadá, Jamaica, Uganda, Zimbabwe, Hong Kong, Nova Zelândia...

Quanto ao mundo católico, as murças de arminhos dos cónegos, bispos, arcebispos e cardeais, como que foram desaparecendo paulatinamente no rescaldo do Vaticano II. Tenho na memória a imagem da que pertencia ao Cónego Doutor Isaías da Rosa Pereira e de outras que estudei no vestiário da Sé Catedral de Braga. Quanto à aristocracia ocidental, só muito raramente aparece um manto régio guarnecido com murça de arminhos...

Ilustração de Jean Fouquet, Bayrische Staatsblibliotek, Cod. Gal. 369

BnF-Jean Fouquet: expositions.bnf.fr/

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