domingo, março 04, 2007

Costumes Académicos (II Série)
"Cap and Gown", versão feminina publicitada na obra norte-americana de Sons Cox e Vining, "Catalogues and Leaflets of Academic Robes, Ecclesiastical Vestements, Clerical Clothing", New York, The Firm, sem data. O desenho remete-nos para as estilizações em voga nos períodos 1890-1900-1910.
Esta gravura pode constituir um bom ponto de partida para uma reflexão sobre as reacções/decisões surgidas nas universidades portuguesas em termos de trajos e de insígnias, quando foram confrontadas com a feminilização dos seus corpos docentes e discentes.
Assim, considerando a conjuntura de transição da Monarquia Constitucional para a Primeira República:
-quando e como a Universidade de Coimbra decidiu sobre os modelos de Traje e de Insígnias a usar pelas alunas e docentes?
-quando e como a Universidade de Lisboa deliberou sobre modelos de Traje e de Insígnias a usar pelas alunas e docentes?
-quando e como a Universidade do Porto tomou posição institucional sobre modelos de Traje e de Insígnias a usar pelas suas alunas e docentes?
-eventuais decisões governamentais sobre Trajes e Insígnias encontraram bom acolhimento por parte dos órgãos representativos dos docentes/discentes das três universidades referidas, ou fez-se letra morta da intenção do legislador, sendo registáveis nesses estabelecimentos de ensino superior duas situações paralelas: a) o órgão de gestão reitoral, ou o orgão de gestão de Faculdade deliberou apenas quanto ao Traje e Insígnias das membros do seu corpo docente; b) a Academia, espontaneamente, ou por intermédio dos seus representantes, adoptou Traje facultativo próprio e Insígnias, as mais das vezes à margem de qualquer acordo com a Reitoria/Senado?
-quais as universidades criadas ou reformadas na Primeira República que adoptaram um traje de modelo único para os docentes masculinos/femininos, e quais as que optaram por um figurino distinto?
-no Portugal da Primeira República e do Estado Novo prevaleu um Traje único, nacionalizado e uniformizado em todas as universidades, à semelhança do que vinha a contecer em França e em Espanha (tendências para a semelhança nos EUA, Grã-Bretanha e seus domínios ultramarinos)?
-como explicar as hesitações e (in)decisões por vezes pouco sugestivas vividas após 1910 no mundo universitário português, face à boa concertação espontânea vivida no mundo judiciário em termos de feminilização da Toga na Ordem dos Advogados em 1913 (advogada Regina Quintanilha) e da Beca logo após 1974 (ingresso das primeiras mulheres no Ministério Público, com trânsito para a magistratura judicial)?
Fonte: gravuras da New York Public Library, NYPL DIGITAL GALLERY. The Picture Collection, http://digitalgalery.nypl.org/.
AMNunes

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