História da Queima das Fitas
(Diário de Coimbra)
A queima das Fitas tem as suas origens na década de 50 do século XIX, podendo já encontrar-se nas celebrações estudantis da época muito do que hoje temos por instituído: estudantes quartanistas, um cortejo da Porta Férrea ao Largo da Feira, e a queima simbólica das fitas “numa pequena cova no chão onde ardia um pequeno fogo”, segundo Eduardo Proença-Mamede.
Entre 1880 e 1898 celebraram-se os Centenários, marcados pela realização de um cortejo, de um sarau e de touradas, bem como pelo fogo de artifício. Mas foi em 1899 que as comemorações adquiriram o seu lado de crítica social e cultural: o Centenário da Sebenta (assim chamado por ter por base as Sebentas dos professores), que procurava ridicularizar os Centenários anteriores, surgiu nesse ano, através de cortejos alegóricos e de um sarau.
Já no novo século, estruturam-se os primeiros programas de festas ligadas à Queima das Fitas: em 1901, “os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta”; em 1903, realizaram-se duas queimas das fitas (quartanistas de direito e de medicina); em 1905 decorrem as comemorações do “Enterro do Grau”, em que, pela primeira vez, as celebrações da Queima aparecem ligadas à comunidade coimbrã.
A 27 de Maio de 1913, a polícia decide controlar a latada; desse ano salienta-se o episódio do boné, roubado por um estudante a um tenente da guarda; o espírito da Academia encarregou-se do resto, e o “olha o boné!” tornou-se mote.
A conjuntura política e social não passava ao lado da Queima das Fitas, tendo motivado alguns interregnos até 1919. Foi exactamente neste ano que a estrutura das celebrações se aproximou em definitivo da actual: todas as faculdades participam no Cortejo dos quartanistas; o dia passa a ser feriado académico, não havendo praxe; a Queima torna-se o momento da “subida de grau” na hierarquia praxística.
A partir dessa data, foram sendo adicionados os outros eventos que hoje conhecemos: a Garraiada (1929/1930); a Venda da Pasta (1932); o Baile de Gala das Faculdades (1933).
Mais uma vez, a situação política, desta feita nacional, repercutiu-se na Queima das Fitas: a 22 de Abril de 1969 é decretado o luto académico, tendo-se este período caracterizado pela greve às aulas e pelo debate exaustivo dos problemas das faculdades e da Universidade; o descontentamento reflecte-se no cancelamento das festividades: “O Conselho de Veteranos decretou o luto, com capa e batina fechada e proibição do uso de insígnias, e a Reunião Geral de Grelados deliberou o cancelamento da Queima das Fitas”.
Em 1972 alguns estudantes tentam realizar festejos comemorativos – houve selo e cartaz, mas não cortejo.
A Queima só regressaria em 1980, motivada pela significativa adesão que a “Semana Académica” do ano anterior tinha tido. A organização passava então “por uma comissão central constituída por um comissário de cada faculdade que superintendiam e coordenavam todo o trabalho de organização da Queima das Fitas”.
Entre 1880 e 1898 celebraram-se os Centenários, marcados pela realização de um cortejo, de um sarau e de touradas, bem como pelo fogo de artifício. Mas foi em 1899 que as comemorações adquiriram o seu lado de crítica social e cultural: o Centenário da Sebenta (assim chamado por ter por base as Sebentas dos professores), que procurava ridicularizar os Centenários anteriores, surgiu nesse ano, através de cortejos alegóricos e de um sarau.
Já no novo século, estruturam-se os primeiros programas de festas ligadas à Queima das Fitas: em 1901, “os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta”; em 1903, realizaram-se duas queimas das fitas (quartanistas de direito e de medicina); em 1905 decorrem as comemorações do “Enterro do Grau”, em que, pela primeira vez, as celebrações da Queima aparecem ligadas à comunidade coimbrã.
A 27 de Maio de 1913, a polícia decide controlar a latada; desse ano salienta-se o episódio do boné, roubado por um estudante a um tenente da guarda; o espírito da Academia encarregou-se do resto, e o “olha o boné!” tornou-se mote.
A conjuntura política e social não passava ao lado da Queima das Fitas, tendo motivado alguns interregnos até 1919. Foi exactamente neste ano que a estrutura das celebrações se aproximou em definitivo da actual: todas as faculdades participam no Cortejo dos quartanistas; o dia passa a ser feriado académico, não havendo praxe; a Queima torna-se o momento da “subida de grau” na hierarquia praxística.
A partir dessa data, foram sendo adicionados os outros eventos que hoje conhecemos: a Garraiada (1929/1930); a Venda da Pasta (1932); o Baile de Gala das Faculdades (1933).
Mais uma vez, a situação política, desta feita nacional, repercutiu-se na Queima das Fitas: a 22 de Abril de 1969 é decretado o luto académico, tendo-se este período caracterizado pela greve às aulas e pelo debate exaustivo dos problemas das faculdades e da Universidade; o descontentamento reflecte-se no cancelamento das festividades: “O Conselho de Veteranos decretou o luto, com capa e batina fechada e proibição do uso de insígnias, e a Reunião Geral de Grelados deliberou o cancelamento da Queima das Fitas”.
Em 1972 alguns estudantes tentam realizar festejos comemorativos – houve selo e cartaz, mas não cortejo.
A Queima só regressaria em 1980, motivada pela significativa adesão que a “Semana Académica” do ano anterior tinha tido. A organização passava então “por uma comissão central constituída por um comissário de cada faculdade que superintendiam e coordenavam todo o trabalho de organização da Queima das Fitas”.
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