Novo Método de Guitarra Portuguesa
de José Santos Paulo
É com prazer que recebo a notícia de que um novo método para guitarra portuguesa vai surgir. Irá para a gráfica , segundo indicações do autor, na próxima terça-feira. O livro vai ter 400 páginas, com teoria aplicada ao instrumento, com exercícios e estudos progressivos inéditos a maior parte, também segundo afirmações do autor. Poderá consultar-se neste Blog, no dia 20 de Junho, o seu curriculum vitae. Segue-se uma nota de apresentação, enviada por aquele.
"O autor do presente volume, docente de Guitarra Portuguesa no Conservatório de Música de Coimbra, há já alguns anos que vinha sentindo a necessidade de um método para o ensino do referido instrumento, que não ficasse apenas por um mero conjunto de peças dispostas sem a devida ordenação progressiva quanto a dificuldades técnicas, quanto à teoria e leitura musical, bem como o que se refere a digitações – aspecto importante que, para além de poupar bastante tempo ao guitarrista, é susceptível de interferir favorável ou desfavoravelmente na interpretação. Refira-se que, para além da própria constatação do trabalho a fazer, que agora se completa e edita, o autor recebeu um inesquecível estímulo quando, em 1981, teve um encontro ocasional com o mestre Carlos Paredes que então o encorajou para a presente tarefa.
O título Método Progressivo de Guitarra Portuguesa inclui, por motivos de evidência musical, um «corpus» substancial onde cabe a chamada «Escola Coimbrã», pois tem sido incontestável o seu contributo para a evolução deste instrumento dentro do amplo contexto «Guitarra Portuguesa». Não fica porém - assim crê o autor – incompleta a técnica de quem utilizando este método se proponha tocar com outra sensibilidade, seja na chamada «Guitarra de Lisboa» ou porventura noutra, considerando-se, como é natural, que todos os estilos têm as suas próprias particularidades. Obedece, assim, o presente método a um critério didáctico-pedagógico tão rigoroso quanto ao autor foi possível, numa progressão ordenada de exercícios, estudos de complexidades várias, peças de diversa natureza (para guitarra solo, ou com acompanhamentos vários, desde a “viola” ao piano), em simples formações com outros instrumentos, até arranjos de obras para Guitarra e Orquestra, tal é o caso, por exemplo, de Verdes Anos, de Carlos Paredes, Canção da Primavera nº 1, de Francisco Martins e Valsa de Outros Tempos, de Gonçalo Paredes e Artur Paredes.
Quanto aos acompanhamentos deve dizer-se que muitos deles foram concebidos e escritos propositadamente para as peças originais, e outros a partir de audições de peças de vários autores registadas em discos de vinil e CDs. Nestas últimas, em alguns casos, houve a preocupação de refazer certas passagens musicais onde, atendendo à lógica do fraseado, havia lacunas ou pequenos erros pontuais. Esta particular atitude, que em nada diminui ou altera o espírito da obra, foi ditada pela formação em composição do autor do presente método, pelo facto de ser guitarrista e cantor, e ainda acompanhador de “viola”, tudo isto fruto de uma vivência do Fado e da Guitarra de Coimbra, durante mais de vinte anos. Quanto à importância da teoria e da leitura musical, basta dizer que só através delas, a par da técnica instrumental, é possível uma integração completa da guitarra com outros instrumentos, muito especialmente numa orquestra alargada. Assim, desde o início do método, a aprendizagem dos aspectos musicais e da técnica própria do instrumento seguem par e passo, não impedindo que, no caso do aluno já estar familiarizado com os primeiros, a evolução se faça porventura mais rapidamente.
Por último, como nota de regozijo, é bom frisar que, à semelhança de outros instrumentos (como, por exemplo, o Acordeão e o Bandolim), também a Guitarra Portuguesa, depois de longo tempo em andanças no seio do povo, entrou muito recentemente e dum modo definitivo nos conservatórios, constituindo-se em curso oficial. A Guitarra Portuguesa assume-se, hoje, como um instrumento de claras e já evidenciadas possibilidades melódicas e imprevistas virtualidades harmónicas, a par de um timbre tão singular, inquestionavelmente nosso".
José Santos Paulo
de José Santos Paulo
É com prazer que recebo a notícia de que um novo método para guitarra portuguesa vai surgir. Irá para a gráfica , segundo indicações do autor, na próxima terça-feira. O livro vai ter 400 páginas, com teoria aplicada ao instrumento, com exercícios e estudos progressivos inéditos a maior parte, também segundo afirmações do autor. Poderá consultar-se neste Blog, no dia 20 de Junho, o seu curriculum vitae. Segue-se uma nota de apresentação, enviada por aquele.
"O autor do presente volume, docente de Guitarra Portuguesa no Conservatório de Música de Coimbra, há já alguns anos que vinha sentindo a necessidade de um método para o ensino do referido instrumento, que não ficasse apenas por um mero conjunto de peças dispostas sem a devida ordenação progressiva quanto a dificuldades técnicas, quanto à teoria e leitura musical, bem como o que se refere a digitações – aspecto importante que, para além de poupar bastante tempo ao guitarrista, é susceptível de interferir favorável ou desfavoravelmente na interpretação. Refira-se que, para além da própria constatação do trabalho a fazer, que agora se completa e edita, o autor recebeu um inesquecível estímulo quando, em 1981, teve um encontro ocasional com o mestre Carlos Paredes que então o encorajou para a presente tarefa.
O título Método Progressivo de Guitarra Portuguesa inclui, por motivos de evidência musical, um «corpus» substancial onde cabe a chamada «Escola Coimbrã», pois tem sido incontestável o seu contributo para a evolução deste instrumento dentro do amplo contexto «Guitarra Portuguesa». Não fica porém - assim crê o autor – incompleta a técnica de quem utilizando este método se proponha tocar com outra sensibilidade, seja na chamada «Guitarra de Lisboa» ou porventura noutra, considerando-se, como é natural, que todos os estilos têm as suas próprias particularidades. Obedece, assim, o presente método a um critério didáctico-pedagógico tão rigoroso quanto ao autor foi possível, numa progressão ordenada de exercícios, estudos de complexidades várias, peças de diversa natureza (para guitarra solo, ou com acompanhamentos vários, desde a “viola” ao piano), em simples formações com outros instrumentos, até arranjos de obras para Guitarra e Orquestra, tal é o caso, por exemplo, de Verdes Anos, de Carlos Paredes, Canção da Primavera nº 1, de Francisco Martins e Valsa de Outros Tempos, de Gonçalo Paredes e Artur Paredes.
Quanto aos acompanhamentos deve dizer-se que muitos deles foram concebidos e escritos propositadamente para as peças originais, e outros a partir de audições de peças de vários autores registadas em discos de vinil e CDs. Nestas últimas, em alguns casos, houve a preocupação de refazer certas passagens musicais onde, atendendo à lógica do fraseado, havia lacunas ou pequenos erros pontuais. Esta particular atitude, que em nada diminui ou altera o espírito da obra, foi ditada pela formação em composição do autor do presente método, pelo facto de ser guitarrista e cantor, e ainda acompanhador de “viola”, tudo isto fruto de uma vivência do Fado e da Guitarra de Coimbra, durante mais de vinte anos. Quanto à importância da teoria e da leitura musical, basta dizer que só através delas, a par da técnica instrumental, é possível uma integração completa da guitarra com outros instrumentos, muito especialmente numa orquestra alargada. Assim, desde o início do método, a aprendizagem dos aspectos musicais e da técnica própria do instrumento seguem par e passo, não impedindo que, no caso do aluno já estar familiarizado com os primeiros, a evolução se faça porventura mais rapidamente.
Por último, como nota de regozijo, é bom frisar que, à semelhança de outros instrumentos (como, por exemplo, o Acordeão e o Bandolim), também a Guitarra Portuguesa, depois de longo tempo em andanças no seio do povo, entrou muito recentemente e dum modo definitivo nos conservatórios, constituindo-se em curso oficial. A Guitarra Portuguesa assume-se, hoje, como um instrumento de claras e já evidenciadas possibilidades melódicas e imprevistas virtualidades harmónicas, a par de um timbre tão singular, inquestionavelmente nosso".
José Santos Paulo
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