Manuel Teixeira de Sampaio Mansilha, nasceu em Alijó no dia 29 de Novembro de 1875, tendo falecido em Alijó a 28 de Novembro de 1956. Aluno de Direito diplomado em 1898, com formação musical, além de bom executante de bandolim na TAUC, foi a mais importante figura da Canção de Coimbra na década de 1890. Coube a Mansilha a iniciação de Augusto Hylario na arte da guitarra. Não tendo conquistado a fama atingida por Hylario, Mansilha era em tudo superior ao viseense (só não cantava), distinguindo-se como compositor de inúmeras peças (quase todas perdidas ou entradas anónimas no repertório da CC) e como concertista de guitarra em afinação natural. Deu incontáveis serenatas nas ruas de Coimbra e não houve acto de variedades da TAUC que não abrilhantasse com a sua guitarra um pouco por todo o país.
Formado em 1898, peregrinou por Angola e Macau até se radicar na terra natal onde continuou a tocar guitarra quase até falecer. No 1º quartel do século XX Mansilha ainda era muito recordado como o grande divo das guitarradas em afinação natural "que faziam chorar as pedras da calçada". Com a afirmação de Artur Paredes na década de 1920, velhos guitarristas como João Duarte de Oliveira, Francisco Menano, João de Deus Filho e Borges de Sousa, não hesitavam em afirmar que o Paredes até poderia ser muito revolucionário mas "Mansilha havia só um." De Mansilha se conhecem umas Variações de Coimbra em Lá Maior, gravadas por Borges de Sousa, e a Balada da Despedida do 5º Ano Jurídico de 1898, com letra do seu amigo Gonçalves Cerejeira (Corações novos, almas em flor), cuja capa traz Mansilha erecto a dedilhar violão. Armando Simões refere muito um célebre "Fado Mansilha" em Mi menor cujo rasto parece perdido.
Fotografia: Dr. Manuel Francisco Fernandes de Mansilha
AMNunes
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