Traje Académico Feminino no Orfeon da UP
Um grupo de orfeonistas (do Orfeão Universitário do Porto) em 1946/47. Fotografia cedida em 1995 pelo Dr. Álvaro Andrade (atrás na foto) a João Caramalho Domingues. Refira-se que o Dr. Álvaro Andrade, além de solista da Orquestra de Tangos do OUP (e mais tarde, e até aos anos 90, da Assoc. dos Antigos Orfeonistas da UP), cantava fados de Coimbra. Ao contrário do que se faz muitas vezes crer, o Orfeão Académico da Universidade do Porto (re)organizado em 1937 teve duração efémera (talvez uns dois anos). A chamada "reorganização definitiva" do Orfeão Universitário do Porto só se deu no ano lectivo 1942/43, por iniciativa dos estudantes René Guimarães, Mário Vieira de Castro e Joaquim Barros. O OUP "definitivo" era mais uma vez regido por Afonso Valentim, mas era agora exclusivamente masculino! A possibilidade de aceitar raparigas colocou-se mais tarde (1944?) e só se concretizou depois de algumas dificuldades (há um artigo publicado no Comércio do Porto na primeira metade dos anos 90 que conta esta história, e que tenho de tentar relocalizar). É só então, na segunda vez que as raparigas passam a ser aceites como orfeonistas, que é adoptado o "traje académico feminino" que se pode ver na imagem (fato saia-casaco preto, capa preta, camisa branca, gravata ou laço preto) - com um pormenor que daria origem a décadas de discussões: as meias cor de pele! Questões mais difíceis: saber quando é que algumas estudantes não orfeonistas começaram a usar traje académico (só para a Queima das Fitas, com certeza); e porque é que adoptaram meias pretas (influência de Coimbra?).
Foto e texto: João Caramalho Domingues
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