quarta-feira, abril 12, 2006


Folia dos presos Posted by Picasa
Múltiplas foram as funções desempenhadas em Portugal pelos gaiteiros: alvoradas festivas, animação de arraiais populares, encabeçamento de procissões, participação em missas (arredores de Coimbra), visitações de presépios, abertura de cortejos festivos (Coimbra), e peditórios para festas religiosas (Espírito Santo). Faceta menos conhecida será esta da participação activa na recolha de donativos para os presos da cidade de Lisboa.
Este ingénuo óleo de Nicolas DELERIVE intitula-se "Peditório para o caldo dos presos", podendo datar-se do período 1800-1818. A actividade benemerente é publicamente anunciada nas ruas pelo menino da caixa e respectivo gaiteiro. Seguem-se dois homens que carregam aos ombros uma pesada talha com hortaliças e legumes (ou a sopa?). Um carro de bois transporta produtos hortícolas e um "irmão" recebe donativos numa cesta.
A assistência aos reclusos pobres em Portugal, no que respeita a alimentos e cuidados médicos, foi um complexo problema que se prolongou até à decada de 1850 sem honrosas soluções por parte do Ministério da Justiça. Implementado o sistema prisional com a Revolução Liberal, os serviços de Estado continuavam dependentes das Santas Casas das Misericórdias e das recolhas de esmolas por confrarias.
AMNunes

relojes web gratis