VIOLA TROPEIRA
No Brasil subsistem alguns tipos regionais de violas de arame, com a Tropeira e a Caipira. Até ao presente, o único investigador português a dar notícia substancial sobre as violas tradicionais brasileiras foi o Dr. José Alberto Sardinha, in "A Viola Campaniça. O outro Alentejo", Vila Verde, Tradisom, 2001, pp. 79-85. Algumas destas violas mais rústicas eram directamente escavadas em troncos de madeira, a golpes de canivete, não conhecendo embutidos nem envernizamento.
Para um conhecimento mais aprofundado desta realidade brasileira, onde também encontramos violas de dois corações como a Amarantina (Minho e Douro Litoral) e Viola da Terra (ilhas dos Açores), vale a pena visitar, ler, ver e ouvir o site VIOLA TROPEIRA, dedicado ao notável tocador Ricardo Anastácio e ao seu Grupo Viola Tropeira.
Presença regular em festejos e programas televisivos, a formação liderada por Ricardo Anastácio editou recentemente um cd que pode ser adquirido via net. Em algumas peças desse disco, a técnica do ponteio com a unha do polegar (ou postiça) é notável, denotando um horizonte sonoro que nos séculos XVIII e XIX terá conhecido elos de comunhão com a Viola da Terra e outras violas de arame oriundas de Portugal Continental. Há coincidências demasiado óbvias entre a técnica de mão direita do brasileiro Ricardo Anastácio e a do excepcional tocador de Viola da Terra, Miguel Pimentel, com actividade na cidade de Ponta Delgada (Ilha de São Miguel, Açores), como também as parece haver nos resíduos sonoros deixados por Raul Simões em trechos da Viola Toeira (Coimbra). Sabido que estes artistas jamais se encontraram, não valeria a pena aprofundar raizes ocultas de um passado não muito distante que importaria desocultar?
(descubra http://www.violatropeira.com.br)
AMNunes
<< Home