segunda-feira, outubro 23, 2006


FESTA DAS LATAS

FESTA DAS LATAS (LATADA) 19 a 25 de Outubro/2005.
As latadas do começo do ano, ou de imposição das insígnias, deve dizer-se que tiveram origem numa outra latada, tradicional na 2.ª metade do séc. XIX, com finalidades completamente diferentes. A “arruaça das latas” que os estudantes das Faculdades de Direito e de Teologia promoviam com o propósito de incomodar e aborrecer os colegas de outras Faculdades, empenhados na sua preparação para os actos finais. Acabavam o ano lectivo quase sempre mais cedo e, por isso, sabendo do momento de “cólicas” que os outros viviam sadicamente gozavam com essa situação. Este género de arruaças terminou com a reforma de 1901 que, por decreto, lhes pôs cobro, marcando o ponto para o mesmo dia em todas as Faculdades (...).
A denominação de “Festa das Latas” ou “Latadas” vem do facto dos caloiros que participam no desfile virem carregados de latas e outros trastes velhos que, presos por barbantes ou arames, são arrastados pelas artérias da cidade, da Alta para a Baixa, fazendo, como se pode imaginar, grande barulho.
Os caloiros, além de arrastadores de toda a espécie de objectos de lata e de ferro, vêm ornamentados com adesivos (é proibido pintar os rostos), com roupagem extravagante, muitas vezes do sexo oposto, frequentemente virada do avesso, transportando cartazes com legendas e versos, de piada mais ou menos subtil e de críticas a professores, governantes e acontecimentos. No desfile tomam lugar de relevo os novos grelados e fitados desse ano. Os grelados, além de trazerem o grelo já colocado na pasta, trazem também um nabo, adquirido, geralmente de manhã, no Mercado D. Pedro V.
Nem sempre há necessidade de comprar aquele tubérculo tradicional. Muitas vezes é oferecido por uma ou outra vendedeira, ou então é o estudante que, com artes de magia, se vê possuidor do nabo dentro da pasta, sem saber como. Esta tradição do nabo está relacionada com um episódio feliz da Academia. Ano houve em que as vendedoras do mercado foram agravadas com uma taxa autorizativa de venda dos seus produtos demasiada alta. Os estudantes, num acto de solidariedade, resolveram comparecer em peso no mercado municipal e compraram todos os produtos ali existentes. Mas os costumes nem sempre evoluem no melhor sentido e são muitos os estudantes que confundem o acto de compra do nabo com o roubo do nabo... O cortejo da latada atinge o auge quando os padrinhos orgulhosos, com a ajuda de um penico, batizam o seu caloiro nas águas do Mondego.
[texto extraído do endereço «http://www.ff.uc.p/», com remissão para "Manual do Caloiro,
publicado em: 2005-10-13"]

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