Semelhanças (1)

Até ao ano de 1988 não existiam na UC quaisquer investigações actualizadas sobre a origem e evolução das Insígnias Doutorais, continuando a ser indicados como autor e obra de referência uma monografia do antigo lente de Medicina Alberto da Rocha BRITO, "O primeiro dia de aula...", Coimbra, Tipografia da Coimbra Editora, 1935. Baseado na observação da estátua de São Tomás de Aquino, que viera do desmontado portal do Palácio Ameal (comprado para instalação do Palácio da Justiça) para o Museu Machado de Castro e num painel de azulejos do Mosteiro de São Jorge, Rocha Brito intentara na referida monografia uma aproximação plástica ao modelo dos Insígnias Doutorais anteriores ao século XVVIII. Existiam outras fontes que Rocha Brito não consultou, mas a intuição do investigador revelou-se acertada.

Em Outubro de 1989, durante uma longa sessão de trabalho no Seminário de Coimbra, sendo meu anfitrião e interlocutor o Cónego Dr. Brito Cardoso, tornou-se possível fotografar um retrato a óleo do antigo benfeitor Cónego Albino Coelho. O Dr. Brito Cardoso entendia que o pintor distorcera inexplicavelmente o padrão cromático, a tal ponto que o Capelo dos cónegos da Sé de Coimbra mais parecia um Capelo Doutoral da Faculdade de Letras. Este modelo de capelo abriu-nos o caminho para aquilo que teria sido o Capelo doutoral conimbricense em fase anterior à consagração do cânone barroco.

Fonte: retrato a óleo do Cónego Albino Coelho, existente no Seminário de Coimbra

AMNunes