quinta-feira, outubro 19, 2006


A UC e Pombal Posted by Picasa
A reabilitação da Imprensa da UC a partir de finais da década de 1990 como que fez reavivar a produção de estudos ligados à história da própria instituição. Aproveitando os temas tratados no "Congresso Internacional O Marquês de Pombal e a sua época", evento dinamizado pela Câmara Municipal de Pombal com a coordenação da Doutora Ana Cristina Araújo, a Imprensa (IUC) fez sair o colectivo antológico "O Marquês de Pombal e a Universidade".
Se a política pombalina suscitou reacções de distanciamento, também concitou apaixonados aplausos em sectores simpatizantes de ideais autoritários e mesmo republicanos. Basta lembrar o quanto o antijesuitismo pombalino agradava aos propagandistas republicanos, como que a legitimar o laicismo jacobino do Ministro da Justiça Afonso Costa. E basta lembrar que recentemente, uma revista de assuntos económicos ao inquirir alguns gestores portugueses consagrados na conjuntura de crise económica, revelou que para alguns a figura mais admirada era o Marquês de Pombal (a par de políticos autocráticos como Napoleão). Não sendo aqui o lugar para indagar dos motivos que conduzem os gestores e economistas do agora a simpatizarem ostensivamente com Napoleão ou Pombal, e não com um Péricles ou um Churchill, a pergunta não deixa de ter a sua pertinência.
Pombal, reformador da UC em 1772, manteve junto de muitos alunos e docentes uma posição privilegiada e pouco beliscada como político sapiente e progressista até à Revolução Republicana de 1910. Como que a lembrar esta costela pró-pombalina, na Sala do Senado da Reitoria da UC existe um retrato a óleo de Pombal e no Gabinete do Presidente da Direcção Geral da AAC existe outro encomendado pelo Clube Académico durante as celebrações do 1º Centenário da Reforma/1872 [este retrato foi por mim depositado em 24 de Novembro de 1989 no Museu Académico, conjuntamente com o de Camões, que fora encomendado pelo Clube Académico em 1880. São património propriedade da DGAAC, provisoriamente confiado à guarda do Museu Académico].
No volume em apreço escrevem Ana Cristina Araújo, Amorim Costa, Mário Júlio de Almeida Costa, Fernando Taveira da Fonseca, Rui Marcos, Décio Martins, António Filipe Pimentel, João Pita e Manuel Carvalho Prata. Obra por vezes excessivamente erudita (caso da coordenadora), consagra um conjunto diversificado de novas abordagens sobre a Reforma Pombalina de 1772 e suas sequelas, assaz distanciado do tradicional embevecimento que rodeava a figura do Marquês.
Para saber mais: "O Marquês de Pombal e a Universidade", Coimbra, Imprensa da Universidade, 2000, obra coordenada pela Prof. Doutora Ana Cristina Araújo (lente de História Moderna na Faculdade de Letras), com grafismo de António Barros. Trata-se de uma produção da 1ª geração da IUC, dirigida pelo Doutor Fernando Regateiro, com sobrecapa a negro e apontamento do retrato do Reitor-Reformador D. Francisco de Lemos.
Agradecimento: Dra. Maria João de Castro
AMNunes

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