A Cabra é um sino de média dimensão, existente na Torre da UC, voltado aos Gerais. É tangido vespertinamente, entre as 18:00 e as 18:30h, anunciando as aulas do dia seguinte, e matutinamente, das 7.30 às 8.00h, a lembrar o começo das aulas. Sem balidos da Cabra é dia de "ponto". Este lendário sino anda associado às mais imaginosas tradições estudantis: já lhe foi roubado o badalo pelo menos duas vezes para que não houvesse aulas; já rachou e foi substituído; foi levada uma cópia fiel dele para o Brasil, pelo TEUC, em 1951; já se lhe fizeram luzidios enterros; foi tocado a rebate nas Invasões Francesas, na Tomada da Bastilha de 1920 e na Crise Académica de 1962; António Nobre e Afonso Lopes Vieira fizeram-lhe versos; Francisco Menano inspirou-se nele em "Fado d'Anto"; foi cantado em disco por António Menano, Edmundo Bettencourt e Adriano Correia de Oliveira; o seu tanger é associado ao chamamento materno; Trindade Coelho dedicou-lhe imortais linhas.
O sineiro da UC é designado na gíria por Cabreiro, competindo-lhe repicar e dobrar a Cabra de acordo com o protocolo. Em certos anos, as comemorações da Tomada da Bastilha, com o devido conhecimento e anuência da Reitoria, costumam incluir um número de subida à Torre e toque da Cabra e do Cabrão (sino grande) a rebate.
A Cabra antiga, que depois de rachada foi apeada, chegou a estar depositada no Museu Académico pela década de 1950, ainda no Colégio dos Grilos. Em data incerta, o sino desapareceu, ignorando-se o seu paradeiro. Caso algum antigo estudante saiba do paradeiro da Cabra antiga, agradecemos que informe detalhamente o Museu Académico de modo a que aquele organismo possa reaver uma peça (extraviada?) do património.
Fotografia realizada em Fevereiro de 1988.
AMNunes
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