quinta-feira, novembro 23, 2006


Crise Académica de 1962 Posted by Picasa
Com o fim da 1ª República (1926) e a afirmação do Estado Novo, o significado político e republicano das celebração anuais da Tomada da Bastilha tendeu a esmorecer. Seguiram-se os anos da coexistência pacífica entre o regime, a Academia de Coimbra e as equipas de gestão da AAC. A partir de finais de 1936, o governo presidido por Oliveira Salazar interditou as eleições livres para o apuramento da gestão das associações estudantis e nomeou a primeira de uma longa dinastia de comissões administrativas. Só no ocaso da Segunda Guerra é que a "entente cordial" seria perturbada pela ofensiva comunista e republicana que levou o estudante Francisco Salgado Zenha à Direcção Geral da AAC (1945). Restabelecido o controlo governamental, a situação manteve-se com altos e baixos até aos inícios da década de 1960.
Com a Crise Académica de 1962 instala-se a ruptura entre Academia de Coimbra e regime ditatorial, situação que se vinha a acentuar desde o mandato do estudante de Direito e orfeonista Carlos Candal. As celebrações da Tomada da Bastilha de 25 de Novembro de 1961 seriam proibidas, porquanto consideradas ofensivas ao chefe de Estado. A Crise de 1962 teve como sede o Colégio dos Grilos, em plena Alta. Assumindo uma posição de distanciamente face ao regime político, ao Reitor Manuel Braga da Cruz e ao Ministro da Educação Manuel Lopes de Almeida, a Crise Académica de 1962 empurrou as comemorações da Tomada da Bastilha para a trilha revolucionária que estivera na origem daquele acontecimento em 1920.
A primeira grande crise estudantil da década de 1960 foi abordada como tema de mestrado por Álvaro Francisco Rodrigues Garrido, com orientação do Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem (1994). O autor formou-se em História na Faculdade de Letras da UC em 1991. Após uma fase como docente do ensino básico e secundário, e orientador de estágio, AG ingressou no corpo docente da Faculdade de Economia da UC em 1995. Fez o seu doutoramento em 2003 com uma tese sobre "O Estado Novo e a Campanha do Bacalhau", trabalho editado nesse mesmo ano pelo Círculo de Leitores.
Fonte: Álvaro Garrido, "Movimento Estudantil e Crise do Estado Novo. Coimbra 1962", Coimbra, Minerva, 1996.
AMNunes

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