ANTÓNIO MENANO
(Fornos de Algodres, 05/05/1895; Lisboa, 11/05/1969)
IV - DISCOGRAFIA DE ANTÓNIO MENANO
IV.1 – As Sessões Fonográficas
José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
IV.1.1 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE PARIS
Gravações efectuadas nos estúdios da Odeon em Paris, no mês de Maio de 1927, sendo o cantor acompanhado em Guitarra de Coimbra de 17 pontos, afinada ao natural, por Flávio Rodrigues da Silva (1902-1950), e no violão de cordas de aço por Augusto da Silva Louro (1902-1927). António Manuel Nunes e José dos Santos Paulo, in “Flávio Rodrigues da Silva. Fragmentos para uma Guitarra”, Coimbra, Minerva, 2002, pp. 19-20, confrontandos com a escassez de elementos não se atreveram a escrever que o guitarrista das gravações de Paris fora Flávio Rodrigues. Novos dados surgidos a partir de 2002 permitem superar essa cautela e confirmar a participação do duo Flávio Rodrigues/Augusto Louro nos registos efectuados por António Menano na Odeon de Paris.
As matrizes fonográficas foram comercializadas nos mercados português, europeu, brasileiro e estado-unidense, num total de 9 discos de duas faces, contendo 18 composições. De acordo com o contrato assinado em 1926, o cantor ficava obrigado a gravar material bastante para 10 discos de duas faces (=20 canções). Admite-se que tenha sido gravado material sonoro para dez discos, mas um não chegou a ser comercializado, possivelmente devido a problemas técnicos. Como que a tentar recuperar o disco em falta, na sessão seguinte, feita em Lisboa, o cantor registou material para 11 discos.
Nesta 1ª sessão somos confrontados com 16 temas posicionáveis no estilo de Coimbra e 2 mais vincadamente do campo estético do Fado de Lisboa (“Fases da Lua” e “Fado Hespanhol”). A família Menano está presente em metade do reportório: 7 temas são da lavra de António Menano e pelo menos 2 trazem assinatura de Francisco Menano. Alexandre Rezende fornece 2 composições, Manassés de Lacerda 1, Rui Coelho 1 e José Coutinho de Oliveira 1. Os 18 temas gravados são esmagadoramente do primeiro quartel do século XX, primando isoladamente neste conspecto o oitocentista “Fado Serenata”. No trabalho de inventariação, as composições editadas vão precedidas das respectivas matrizes.
Og 572: FADO DO ALENTEJO (Maria, teu lindo nome)
Og 573: FADO DO CHOUPAL (Minha mãe, quando eu morrer)
Og 574: FADO DOS PASSARINHOS (Passarinho da ribeira)
Og 575: FAZES DA LUA (O amor é como a lua)
Og 576: FADO HESPANHOL (Gosto de cantar o fado)
Og 577: O BEIJO (À minha amada, na praia)
Og 583: FADO DA MENTIRA (Ninguém conhece no rosto)
Og 584: FADO SERENATA (Saudades, ai as saudades)
Og 593: SOLITÁRIO (Dizem que as mães querem mais)
Og 594: O MEU MENINO (O meu filho é pequenino)
Og 595: CARTA D’ALDEIA (Minha querida Maria)
Og 603: FADO MANASSÉS (Trago comigo um pecado)
Og 604: FADO DA PRAIA (Vai tão longe a mocidade)
Og 605: FADO DAS ROMARIAS (Bendita seja a candeia)
Og 606: FADO DO BUSSACO (Dois beijos tiveste um dia)
Og 607: FADO DA SÉ VELHA (Se eu tivesse uns olhos assim)
Og 608: BALADA (Perguntas-me o que é morrer)
Og 609: CANÇÃO DOS MALMEQUERES (Um amigo meu mandou-me)
IV.1.2 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE LISBOA
Gravações concretizadas na cidade de Lisboa, durante a Primavera de 1928. Não está identificado o local onde decorreram as gravações, nem são conhecidos os instrumentistas intervenientes.
De acordo com os relatos orais mantidos pelos familiares de Flávio Rodrigues e Augusto Louro, estes instrumentistas conimbricenses de guitarra e violão apenas participaram na sessão de Paris. A agravar a situação, o guitarrista activo nas gravações de Lisboa apresenta um estilo semelhante ao de Flávio Rodrigues. Admite-se que tenha sido algum guitarrista ligado ao Fado de Lisboa, indicado ao cantor pela Odeon, mas não se sabe quem seja. Competia à editora recrutar os instrumentistas que bem entendesse, não ficando obrigada a aceitar as sugestões de António Menano, facto que explica que Paulo de Sá não tenha podido gravar com António Menano, quando cantor e guitarrista o desejavam. Tão espesso silêncio sobre o guitarrista da sessão Lisboa-1928 pode ocultar propositadamente um nome que não desejava ser publicamente revelado.
Na sessão de Lisboa estão documentados 11 discos de duas faces, num total de 22 faixas sonoras. Em geral são composições do primeiro quartel do século XX, popularizadas em Coimbra, no contexto do Fado de Lisboa e nos palcos dos teatros. Quanto ao reportório no estilo de Lisboa, destacam-se mais vincadamente três composições (“Fado do Ceguinho”, “Fado Antigo” e “Fado Maria Vitória”). “Fado Antigo” parece ser uma composição oitocentista, enquanto o “Fado Triste” (Minha mãe é pobrezinha), de Alexandre Rezende, se apresenta como obra híbrida. Seis composições são dos Irmãos Menanos, quatro de Paulo de Sá, três de Alexandre Rezende e outras de Reynaldo Varela, Augusto Hylario, Vasco Borges, maestros Alves Coelho, Filipe Duarte e outros. As matrizes de “Fado das Fogueiras” e “Carta de Longe são precedidas de “xx”, dado tratar-se de um disco de 30 cms.
Og 652: FADO DA MORENA (Esse teu rosto moreno)
Og 653: FADO DO CEGUINHO (Sou ceguinho de nascença)
Og 654: FADO DO HILÁRIO (A minha capa velhinha)
Og 655: FADO SAUDADES (Ter saudades é viver)
Og 656: FADO PATRIÓTICO (Já se ouviu de serra em serra)
Og 657: FADO D’ANTO (O sino da Velha Torre)
Og 670: AS MENINAS DOS MEUS OLHOS (As meninas dos meus olhos)
Og 671: FADO ANTIGO (Maria, minha Maria)
Og 672: A MAIOR DOR (Sou pobre valha-me Deus)
Og 673: UM FADO (Tenho tantas saudades)
xxOg 674: FADO DAS FOGUEIRAS (entraste com ar cansado)
xxOg 675: CARTA DE LONGE (Minha adorada mulher)
Og 688: FADO DOS NAMORADOS (Não digas não, dize sim)
Og 689: FADO TRISTE (Minha mãe é pobrezinha)
Og 690: CANÇÃO DA BEIRA (Dava a vida de bom grado)
Og 691: FADO DA MÁGUA (Fiz uma cova na areia)
Og 692: FADO DO EMIGRANTE (Vou-me embora, vou deixar-te)
Og 693: FADO DAS TRÊS HORAS (Passei-te rente ao mirante)
Og 694: FADO QUINTO ANO (Nossas mágoas são o fruto)
Og 695: FADO MARIA VICTÓRIA (Em má hora nasci)
Og 696: FADO D’AVEIRO (Se julgas que eu perco muito)
Og 697: FADO DE FORNOS (Quem me dera dar um beijo)
IV.1.3 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE BERLIM
A terceira série fonográfica, ou registos berlinenses, ocorreu entre 11 e 28 de Dezembro de 1928, quase cinco meses após as gravações de Lisboa. O duo de guitarra e violão era formado por instrumentista do Fado de Lisboa, João Fernandes (g) e Mário Marques (v). Em algumas peças, que assinalaremos com asterisco no inventário, António Menano foi acompanhado ao piano por Afonso Correia Leite.
Desta sessão foram comercializados 18 discos de 78 rpm, distribuídos por 36 faixas sonoras. Parecem no entanto faltar 2 discos nesta série, o que elevaria o montante de discos para 20 e as faixas sonoras para 40.
Na sessão de Berlim António Menano diversificou bastante o reportório fonográfico a comercializar, em cumprimento das normas estipuladas no contrato de gravação assinado em 1926. Há pelo menos 9 fados no estilo de Lisboa, 7 canções populares ligadas ao reportório do Orfeon Académico de António Joyce e Elias de Aguiar, 4 composições próximas da cultura de salão/e palco e uns 17 temas mais vincadamente conimbricenses. Porém, a diversificação apontada não oculta o ímpeto massificador da Odeon, uma vez que 16 composições gravadas em Berlim já haviam sido editadas em discos provenientes das sessões de Paris e de Berlim. Da sessão Berlim também foram comercializados diversos discos de 30 cms, assinalados no inventário com “xx”.
Og 1000: AS VELAS (As velas vão partindo)*
Og 1001: CANÇÃO DOS PASTORES (Lá vem, lá vem a raposa)*
Og 1002: DONA INFANTA (Dona Infanta, Dona Infanta)*
Og 1003: CONTO D’AMOR (Era uma vez um pastor)*
Og 1005: FADO DO EMIGRANTE (Vou-me embora, vou deixar-te)
Og 1006: O MEU MENINO (O meu filho é pequenino)
Og 1007: MENINA E MOÇA (É preciso ter sofrido)*
Og 1009: FADO DOS PASSARINHOS (Passarinho da ribeira)
Og 1011: FADO DO ALEMTEJO (Maria, teu lindo nome)
Og 1012: FADO DO CHOUPAL (Minha mãe, quando eu morrer)
Og 1013: FADO DO CEGUINHO (Sou ceguinho de nascença)
Og 1014: FADO HESPANHOL (Gosto de cantar o fado)
Og 1015: CARTA DAS TRINCHEIRAS (Vida do meu coração)
Og 1016: FADO DOS DOIS TONS (Ser mutilado é ter jus)
Og 1017: FADO MANASSÉS (Trago comigo um pecado)
Og 1018: FADO TRISTE (Minha mãe é pobrezinha)
Og 1019: FAZES DA LUA (O amor é como a lua)
Og 1020: FADO FRANKLIN (Não me queres, não admira)
Og 1023: FADO SOLITÁRIO (Dizem que as mães querem mais)
Og 1024: FADO PATRIÓTICO (Já se ouviu de serra em serra)
Og 1025: FADO DA ANCIEDADE (O mundo dá tanta volta)
Og 1030: CASINHA DA COLINA (Você sabe de onde eu venho)*
Og 1031: LENDA (Dizem que a Lua é uma princesa errante)*
Og 1034: FADO DE SANTA CRUZ (Quando estavas na igreja)
Og 1035: CANÇÕES ALENTEJANAS (O meu pai não quer/É que eu case contigo)*
Og 1036: CANÇÃO DO CIGANO (Eu dou-vos o meu cavalo)*
Og 1037: CARTA D’ALDEIA (Minha querida Maria/Desejo saber)*
Og 1038: CANÇÃO DO LUAR (Luar que contornas/O cimo dos montes)*
xxOg 1039: NOVE D’ABRIL (Ao escrever-te estas linhas)*
xxOg 1040: CARTA DE LONGE (Minha adorada mulher)*
xxOg 1041: GAROTO DOS JORNAIS (…?...)
xxOg 1042: CANÇÃO DE FORNOS (Moro em vila de Fornos)*
xxOg 1044: VIDA (…?...)
xxOg 1045: MOTIVOS ALENTEJANOS (Lá vai Serpa, lá vai Moura)*
Og……..: FADO DA PRAIA (Vai tão longe a mocidade)
Og……..: FADO DAS ROMARIAS (Bendita seja a candeia)
IV.1.4 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE MADRID
Derradeira sessão fonográfica concretizada na cidade de Madrid, em 1930. Sem qualquer apoio documental, não deixamos de encarar como aceitável que as derradeiras gravações concretizadas por António Menano visassem colmatar os dois discos (4 faixas) que nos parecem faltar na sessão de Barlim. O cantor foi acompanhado em algumas canções pelo pianista Afonso Correia Leite e em Guitarra de Lisboa e violão pelos instrumentistas do Fado de Lisboa Armandinho (g) e Georgino de Sousa (v). Esta derradeira sessão não contempla temas de Coimbra. Os discos antecedidos de “xx” são de 30 cms. Nos discos de desgarradas abaixo indicados, António Menano participa no xxOg 1087, com Joaquim Campos e Ercília Costa, mas não no xxOg 1090 (intervenção de Alfredo Marceneiro e Ercília Costa).
Og 1082: EU BEIJO AS TUAS MÃOS, SENHORA (Eu beijo as tuas mãos, senhora)*
Og 1083: RAMONA (Essa mulher que é perdida)*
xxOg 1084: RESPOSTA À CARTA NOVE DE ABRIL (Meu adorado Manuel)*
xxOg 1087: À DESGARRADA (Há no coração de um homem)
xxOg 1090: DESGARRADA D’AMOR (As fontes da minha aldeia)
xxOg 1091: O MAIS TRISTE FADO (Eu tive uma paixão querida)*
IV.1.5 – COMPOSIÇÕES DA AUTORIA DE ANTÓNIO MENANO GRAVADAS NA MESMA ÉPOCA POR OUTROS ARTISTAS
-FADO MONDEGO, por D. Luiza Baranham, mezzo-soprano, em Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 799), cuja melodia é de "Fado dos Passarinhos";
-FADO DO CHOUPAL, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 629);
-FADO DA GRANJA, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 636);
-FADO DOS PASSARINHOS, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 631);
-FADO DAS ROMARIAS, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926;
-FADO DAS ROMARIAS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, na sessão de Julho-Agosto de 1926, editora Columbia (78 rpm Columbia J 628);
-FADO DAS ROMARIAS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora Odeon (A 136.272)
-FADO DOS PASSARINHOS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora Columbia, sessão de Julho-Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 647);
-FADO DOS PASSARINHOS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora His Master’s Voice, sessão de Maio de 1927 (78 rpm HMV EQ 65);
-FADO MONDEGO, pelo cantor activo em Lisboa (?) Luiz Macieira, Lisboa, editora Odeon, anos de 1925-1926 (78 rpm Odeon 136.270, master Og 538), cuja melodia é a de Fado dos Passarinhos. Luiz Macieira também gravou um "Fado dos Passarinhos" no disco Odeon 123.318, mas neste cas não garantimos que seja a composição de António Menano, pois no Fado de Lisboa também havia um fado que vinha pelo menos de ca. 1912, intitulado "Fado dos Passarinhos";
-FADO DOS PASSARINHOS, pelo estudante Lucas Rodrigues Junot, em Londres, editora Columbia, sessão de Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 8103)
-FADO DOS PASSARINHOS, pela fadista Margarida de Oliveira, Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 795);
-FADO DO CHOUPAL, pela fadista Margarida Oliveira, Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 794).
(Fornos de Algodres, 05/05/1895; Lisboa, 11/05/1969)
IV - DISCOGRAFIA DE ANTÓNIO MENANO
IV.1 – As Sessões Fonográficas
José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
IV.1.1 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE PARIS
Gravações efectuadas nos estúdios da Odeon em Paris, no mês de Maio de 1927, sendo o cantor acompanhado em Guitarra de Coimbra de 17 pontos, afinada ao natural, por Flávio Rodrigues da Silva (1902-1950), e no violão de cordas de aço por Augusto da Silva Louro (1902-1927). António Manuel Nunes e José dos Santos Paulo, in “Flávio Rodrigues da Silva. Fragmentos para uma Guitarra”, Coimbra, Minerva, 2002, pp. 19-20, confrontandos com a escassez de elementos não se atreveram a escrever que o guitarrista das gravações de Paris fora Flávio Rodrigues. Novos dados surgidos a partir de 2002 permitem superar essa cautela e confirmar a participação do duo Flávio Rodrigues/Augusto Louro nos registos efectuados por António Menano na Odeon de Paris.
As matrizes fonográficas foram comercializadas nos mercados português, europeu, brasileiro e estado-unidense, num total de 9 discos de duas faces, contendo 18 composições. De acordo com o contrato assinado em 1926, o cantor ficava obrigado a gravar material bastante para 10 discos de duas faces (=20 canções). Admite-se que tenha sido gravado material sonoro para dez discos, mas um não chegou a ser comercializado, possivelmente devido a problemas técnicos. Como que a tentar recuperar o disco em falta, na sessão seguinte, feita em Lisboa, o cantor registou material para 11 discos.
Nesta 1ª sessão somos confrontados com 16 temas posicionáveis no estilo de Coimbra e 2 mais vincadamente do campo estético do Fado de Lisboa (“Fases da Lua” e “Fado Hespanhol”). A família Menano está presente em metade do reportório: 7 temas são da lavra de António Menano e pelo menos 2 trazem assinatura de Francisco Menano. Alexandre Rezende fornece 2 composições, Manassés de Lacerda 1, Rui Coelho 1 e José Coutinho de Oliveira 1. Os 18 temas gravados são esmagadoramente do primeiro quartel do século XX, primando isoladamente neste conspecto o oitocentista “Fado Serenata”. No trabalho de inventariação, as composições editadas vão precedidas das respectivas matrizes.
Og 572: FADO DO ALENTEJO (Maria, teu lindo nome)
Og 573: FADO DO CHOUPAL (Minha mãe, quando eu morrer)
Og 574: FADO DOS PASSARINHOS (Passarinho da ribeira)
Og 575: FAZES DA LUA (O amor é como a lua)
Og 576: FADO HESPANHOL (Gosto de cantar o fado)
Og 577: O BEIJO (À minha amada, na praia)
Og 583: FADO DA MENTIRA (Ninguém conhece no rosto)
Og 584: FADO SERENATA (Saudades, ai as saudades)
Og 593: SOLITÁRIO (Dizem que as mães querem mais)
Og 594: O MEU MENINO (O meu filho é pequenino)
Og 595: CARTA D’ALDEIA (Minha querida Maria)
Og 603: FADO MANASSÉS (Trago comigo um pecado)
Og 604: FADO DA PRAIA (Vai tão longe a mocidade)
Og 605: FADO DAS ROMARIAS (Bendita seja a candeia)
Og 606: FADO DO BUSSACO (Dois beijos tiveste um dia)
Og 607: FADO DA SÉ VELHA (Se eu tivesse uns olhos assim)
Og 608: BALADA (Perguntas-me o que é morrer)
Og 609: CANÇÃO DOS MALMEQUERES (Um amigo meu mandou-me)
IV.1.2 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE LISBOA
Gravações concretizadas na cidade de Lisboa, durante a Primavera de 1928. Não está identificado o local onde decorreram as gravações, nem são conhecidos os instrumentistas intervenientes.
De acordo com os relatos orais mantidos pelos familiares de Flávio Rodrigues e Augusto Louro, estes instrumentistas conimbricenses de guitarra e violão apenas participaram na sessão de Paris. A agravar a situação, o guitarrista activo nas gravações de Lisboa apresenta um estilo semelhante ao de Flávio Rodrigues. Admite-se que tenha sido algum guitarrista ligado ao Fado de Lisboa, indicado ao cantor pela Odeon, mas não se sabe quem seja. Competia à editora recrutar os instrumentistas que bem entendesse, não ficando obrigada a aceitar as sugestões de António Menano, facto que explica que Paulo de Sá não tenha podido gravar com António Menano, quando cantor e guitarrista o desejavam. Tão espesso silêncio sobre o guitarrista da sessão Lisboa-1928 pode ocultar propositadamente um nome que não desejava ser publicamente revelado.
Na sessão de Lisboa estão documentados 11 discos de duas faces, num total de 22 faixas sonoras. Em geral são composições do primeiro quartel do século XX, popularizadas em Coimbra, no contexto do Fado de Lisboa e nos palcos dos teatros. Quanto ao reportório no estilo de Lisboa, destacam-se mais vincadamente três composições (“Fado do Ceguinho”, “Fado Antigo” e “Fado Maria Vitória”). “Fado Antigo” parece ser uma composição oitocentista, enquanto o “Fado Triste” (Minha mãe é pobrezinha), de Alexandre Rezende, se apresenta como obra híbrida. Seis composições são dos Irmãos Menanos, quatro de Paulo de Sá, três de Alexandre Rezende e outras de Reynaldo Varela, Augusto Hylario, Vasco Borges, maestros Alves Coelho, Filipe Duarte e outros. As matrizes de “Fado das Fogueiras” e “Carta de Longe são precedidas de “xx”, dado tratar-se de um disco de 30 cms.
Og 652: FADO DA MORENA (Esse teu rosto moreno)
Og 653: FADO DO CEGUINHO (Sou ceguinho de nascença)
Og 654: FADO DO HILÁRIO (A minha capa velhinha)
Og 655: FADO SAUDADES (Ter saudades é viver)
Og 656: FADO PATRIÓTICO (Já se ouviu de serra em serra)
Og 657: FADO D’ANTO (O sino da Velha Torre)
Og 670: AS MENINAS DOS MEUS OLHOS (As meninas dos meus olhos)
Og 671: FADO ANTIGO (Maria, minha Maria)
Og 672: A MAIOR DOR (Sou pobre valha-me Deus)
Og 673: UM FADO (Tenho tantas saudades)
xxOg 674: FADO DAS FOGUEIRAS (entraste com ar cansado)
xxOg 675: CARTA DE LONGE (Minha adorada mulher)
Og 688: FADO DOS NAMORADOS (Não digas não, dize sim)
Og 689: FADO TRISTE (Minha mãe é pobrezinha)
Og 690: CANÇÃO DA BEIRA (Dava a vida de bom grado)
Og 691: FADO DA MÁGUA (Fiz uma cova na areia)
Og 692: FADO DO EMIGRANTE (Vou-me embora, vou deixar-te)
Og 693: FADO DAS TRÊS HORAS (Passei-te rente ao mirante)
Og 694: FADO QUINTO ANO (Nossas mágoas são o fruto)
Og 695: FADO MARIA VICTÓRIA (Em má hora nasci)
Og 696: FADO D’AVEIRO (Se julgas que eu perco muito)
Og 697: FADO DE FORNOS (Quem me dera dar um beijo)
IV.1.3 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE BERLIM
A terceira série fonográfica, ou registos berlinenses, ocorreu entre 11 e 28 de Dezembro de 1928, quase cinco meses após as gravações de Lisboa. O duo de guitarra e violão era formado por instrumentista do Fado de Lisboa, João Fernandes (g) e Mário Marques (v). Em algumas peças, que assinalaremos com asterisco no inventário, António Menano foi acompanhado ao piano por Afonso Correia Leite.
Desta sessão foram comercializados 18 discos de 78 rpm, distribuídos por 36 faixas sonoras. Parecem no entanto faltar 2 discos nesta série, o que elevaria o montante de discos para 20 e as faixas sonoras para 40.
Na sessão de Berlim António Menano diversificou bastante o reportório fonográfico a comercializar, em cumprimento das normas estipuladas no contrato de gravação assinado em 1926. Há pelo menos 9 fados no estilo de Lisboa, 7 canções populares ligadas ao reportório do Orfeon Académico de António Joyce e Elias de Aguiar, 4 composições próximas da cultura de salão/e palco e uns 17 temas mais vincadamente conimbricenses. Porém, a diversificação apontada não oculta o ímpeto massificador da Odeon, uma vez que 16 composições gravadas em Berlim já haviam sido editadas em discos provenientes das sessões de Paris e de Berlim. Da sessão Berlim também foram comercializados diversos discos de 30 cms, assinalados no inventário com “xx”.
Og 1000: AS VELAS (As velas vão partindo)*
Og 1001: CANÇÃO DOS PASTORES (Lá vem, lá vem a raposa)*
Og 1002: DONA INFANTA (Dona Infanta, Dona Infanta)*
Og 1003: CONTO D’AMOR (Era uma vez um pastor)*
Og 1005: FADO DO EMIGRANTE (Vou-me embora, vou deixar-te)
Og 1006: O MEU MENINO (O meu filho é pequenino)
Og 1007: MENINA E MOÇA (É preciso ter sofrido)*
Og 1009: FADO DOS PASSARINHOS (Passarinho da ribeira)
Og 1011: FADO DO ALEMTEJO (Maria, teu lindo nome)
Og 1012: FADO DO CHOUPAL (Minha mãe, quando eu morrer)
Og 1013: FADO DO CEGUINHO (Sou ceguinho de nascença)
Og 1014: FADO HESPANHOL (Gosto de cantar o fado)
Og 1015: CARTA DAS TRINCHEIRAS (Vida do meu coração)
Og 1016: FADO DOS DOIS TONS (Ser mutilado é ter jus)
Og 1017: FADO MANASSÉS (Trago comigo um pecado)
Og 1018: FADO TRISTE (Minha mãe é pobrezinha)
Og 1019: FAZES DA LUA (O amor é como a lua)
Og 1020: FADO FRANKLIN (Não me queres, não admira)
Og 1023: FADO SOLITÁRIO (Dizem que as mães querem mais)
Og 1024: FADO PATRIÓTICO (Já se ouviu de serra em serra)
Og 1025: FADO DA ANCIEDADE (O mundo dá tanta volta)
Og 1030: CASINHA DA COLINA (Você sabe de onde eu venho)*
Og 1031: LENDA (Dizem que a Lua é uma princesa errante)*
Og 1034: FADO DE SANTA CRUZ (Quando estavas na igreja)
Og 1035: CANÇÕES ALENTEJANAS (O meu pai não quer/É que eu case contigo)*
Og 1036: CANÇÃO DO CIGANO (Eu dou-vos o meu cavalo)*
Og 1037: CARTA D’ALDEIA (Minha querida Maria/Desejo saber)*
Og 1038: CANÇÃO DO LUAR (Luar que contornas/O cimo dos montes)*
xxOg 1039: NOVE D’ABRIL (Ao escrever-te estas linhas)*
xxOg 1040: CARTA DE LONGE (Minha adorada mulher)*
xxOg 1041: GAROTO DOS JORNAIS (…?...)
xxOg 1042: CANÇÃO DE FORNOS (Moro em vila de Fornos)*
xxOg 1044: VIDA (…?...)
xxOg 1045: MOTIVOS ALENTEJANOS (Lá vai Serpa, lá vai Moura)*
Og……..: FADO DA PRAIA (Vai tão longe a mocidade)
Og……..: FADO DAS ROMARIAS (Bendita seja a candeia)
IV.1.4 – REGISTOS FONOGRÁFICOS DE MADRID
Derradeira sessão fonográfica concretizada na cidade de Madrid, em 1930. Sem qualquer apoio documental, não deixamos de encarar como aceitável que as derradeiras gravações concretizadas por António Menano visassem colmatar os dois discos (4 faixas) que nos parecem faltar na sessão de Barlim. O cantor foi acompanhado em algumas canções pelo pianista Afonso Correia Leite e em Guitarra de Lisboa e violão pelos instrumentistas do Fado de Lisboa Armandinho (g) e Georgino de Sousa (v). Esta derradeira sessão não contempla temas de Coimbra. Os discos antecedidos de “xx” são de 30 cms. Nos discos de desgarradas abaixo indicados, António Menano participa no xxOg 1087, com Joaquim Campos e Ercília Costa, mas não no xxOg 1090 (intervenção de Alfredo Marceneiro e Ercília Costa).
Og 1082: EU BEIJO AS TUAS MÃOS, SENHORA (Eu beijo as tuas mãos, senhora)*
Og 1083: RAMONA (Essa mulher que é perdida)*
xxOg 1084: RESPOSTA À CARTA NOVE DE ABRIL (Meu adorado Manuel)*
xxOg 1087: À DESGARRADA (Há no coração de um homem)
xxOg 1090: DESGARRADA D’AMOR (As fontes da minha aldeia)
xxOg 1091: O MAIS TRISTE FADO (Eu tive uma paixão querida)*
IV.1.5 – COMPOSIÇÕES DA AUTORIA DE ANTÓNIO MENANO GRAVADAS NA MESMA ÉPOCA POR OUTROS ARTISTAS
-FADO MONDEGO, por D. Luiza Baranham, mezzo-soprano, em Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 799), cuja melodia é de "Fado dos Passarinhos";
-FADO DO CHOUPAL, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 629);
-FADO DA GRANJA, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 636);
-FADO DOS PASSARINHOS, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 631);
-FADO DAS ROMARIAS, pelo fadista Alberto Costa, em Lisboa, editora Columbia, Agosto de 1926;
-FADO DAS ROMARIAS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, na sessão de Julho-Agosto de 1926, editora Columbia (78 rpm Columbia J 628);
-FADO DAS ROMARIAS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora Odeon (A 136.272)
-FADO DOS PASSARINHOS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora Columbia, sessão de Julho-Agosto de 1926 (78 rpm Columbia J 647);
-FADO DOS PASSARINHOS, pela soprano e fadista Adelina Fernandes, em Lisboa, editora His Master’s Voice, sessão de Maio de 1927 (78 rpm HMV EQ 65);
-FADO MONDEGO, pelo cantor activo em Lisboa (?) Luiz Macieira, Lisboa, editora Odeon, anos de 1925-1926 (78 rpm Odeon 136.270, master Og 538), cuja melodia é a de Fado dos Passarinhos. Luiz Macieira também gravou um "Fado dos Passarinhos" no disco Odeon 123.318, mas neste cas não garantimos que seja a composição de António Menano, pois no Fado de Lisboa também havia um fado que vinha pelo menos de ca. 1912, intitulado "Fado dos Passarinhos";
-FADO DOS PASSARINHOS, pelo estudante Lucas Rodrigues Junot, em Londres, editora Columbia, sessão de Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 8103)
-FADO DOS PASSARINHOS, pela fadista Margarida de Oliveira, Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 795);
-FADO DO CHOUPAL, pela fadista Margarida Oliveira, Lisboa, editora Columbia, Maio de 1927 (78 rpm Columbia J 794).
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