terça-feira, dezembro 26, 2006


Museu Digital, Museu Virtual

Olhares sobre a Alta VI

Ruinas da antiga aldeia de Vilarinho das Furnas, junto a Terras dos Bouro, em dias estivais.

Conjuntamente com a Alta de Coimbra, Vilarinho pode considerar-se um dos maus exemplos da arbitrairedade do Estado Novo e de uma política de gestão patrimonial que tendo dos espaços urbanizados uma visão oitocentista e monumentalista, nem sempre respeitava os agregados humanos, os sítios e as suas tradições. Alvo de um estudo de Jorge Dias ("Vilarinho da Furna. Uma aldeia comunitária", 1948), Vilarinho era uma aldeia comunitária do Portugal profundo que reunia todas as características rurais idealmente propangandeadas pelo regime. Enquanto em Monsanto, estas características lhe valeram o Galo de Prata no concurso "A aldeia mais portuguesa de Portugal", em Vilarinho foram sinónimo de submersão fluvial. Enquanto a empreitada de Coimbra não mereceu filmagens e as tomadas de fotografias eram feitas a medo, Vilarinho foi integralmente filmada entre Janeiro de 1969 e Junho de 1970, dando origem a uma película editada em 1971. Desalojadas 52 famílias, a Barragem de Vilarinho seria inaugurada em 21 de Maio de 1972. Em memória dos espoliados, a Câmara Municipal de Terras do Bouro inaugurou em 14 de Maio de 1989 o Museu Etnográfico de Vilarinho.

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