BREVE MENÇÃO DE PROVEITOSOS ESTUDOS QUE SE PODEM LER...
Mais cedo ou mais tarde, a diversificação dos centros dedicados ao estudo/investigação e ensino da música em Portugal acabaria por revelar a abertura a novos campos temáticos, provocando a erosão do leque de interesses outrora permitido pelos conservatórios.
Algo se perdeu, algo se conquistou. No mundo dos ensinantes, as fricções entre os docentes de Educação Musical do 2º Ciclo (5º e 6º anos obrigatórios) e 3º Ciclo (7º, 8º e 9º, facultativos) saídos do "consertório" e dos "institutos superiores" é evidente. Diz-se que o diploma oriundo dos "institutos" confere mais regalias profissionais, mas quando chega a hora de tirar a limpo quem é quem, os do "conservatório" é que sabem ler as partituras.
Se um debate desta natureza não interessa aos cultores da CC, o mesmo já se não dirá dos critérios que caucionam certos géneros musicais no ensino superior, com preterição de outros. Não é evidente que a opção de uma universidade pelo Jazz seja apenas fruto de aprofundada reflexão científica. O Jazz tem mais dignidade cultural e artística do que a Canção de Coimbra? O Tango é menos arte do que a Ópera? O Fado de Lisboa é uma "arte menor", se comparado com a "divina arte maior que é o Ballet"?
Quando se comparam artes distintas, isto é, não comparáveis, o resultado só pode redundar na consagração do preconceito e no retorno ao estafado maniqueísmo artes menores/artes maiores.
Dos novos estudos que timidamente irrompem, podem ler-se com proveito e agrado:
-Maria do Amparo Carvas Monteiro, "A Iconografia Musical na Cidade de Coimbra", Coimbra, Faculdade de Letras da UC, 1992 (tese de mestrado);
-Luís Correia de Sousa, "Iconografia Musical na Escultura Românica em Portugal", in Medievalista on line, Ano 1, Número 1, 2005, http://www.fcsh.unl.pt/;
-Maria Manuela Braga, "Marginalia Satírica nos cadeirais do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e Sé do Funchal", in Medievalista on line, Ano 1, Número 1, 2005, http://www.fcsh.unl.pt;
AMNunes
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