terça-feira, janeiro 02, 2007



Murça de Cónego

Exemplo de uma murça de arminhos com capuz costal pendente, aqui envergada por um cónego flamengo, integrando um enxoval composto por batina, roquete rendado nas mangas e bainha, gravata, capa magna e cordão de ouro com crucifixo.

Um dos elementos de distrinça entre a murça e o capelo reside principalmente na ausência de abertura peitoral da primeira e na inexistência de capuz ou na sua extrema atrofia.

Nas murças régias e nobiliárquicas confirma-se desde os tempos medievais a tendência para o formato cónico, cosimento inteiriço, abertura única no sítio da cabeça e supressão do capuz costal.

A tendência assinalada não exlui, contudo, soluções nobiliárquicas em que a murça aplicada sobre o manto é frontalmente fendida. Este pormenor da atrofia do capuz costal é mais visível nas murças dos párocos, cónegos, bispos, lentes e reitores das universidades espanholas. As murças doutorais e eclesiásticas são basicamente uma capa curta que se coloca sobre a beca (doutores espanhóis e italianos; juízes superiores britânicos) ou sobre a Batina, Roquete/Sobrepeliz e Capa Magna nas grandes cerimónias e saídas protocolares.

Não sendo um adereço litúrgico mas sim protocolar, marcado pelo luxo e distinção do portador, registou-se ao longo da História da Igreja Católica uma certa tendência para a "apropriação" da murça de arminhos. Na opinião dos altos dignitários católicos, uma peça tão sumptuosa só deveria ser usada por bispos, arcebispos, cardeais e papas. Monsenhores e cónegos tentavam fazer orelhas moucas a estes "normativos", reclamando o direito ao uso da murça de arminhos, luvas de seda e pelica, batinas avivadas e barretes com borlas de cor. O cerimonial eclesiástico interditava o uso deste adereço nos períodos do Advento e Quaresma.

A confecção da murça de arminhos pode admitir tufos dispersos (murças reais, universidades italianas), listas (cónegos belgas), opção pelo branco integral (clérigos portugueses, Presidente do Supremo Tribunal de França) ou mistura de veludo rubro e arminhos (juizes superiores da Grã Bretanha, Escócia e Canadá). No que respeita às murças eclesiásticas, o forro correspondia à cor distintiva da dignidade clerical (ex: rosa forte para cónegos, lilás para bispos, púrpura para cardeais).

Fonte: http://fr.wikipedia.or/

AMNunes

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