quinta-feira, janeiro 11, 2007

Tertúlia Coimbrã de Miratejo


Dia 18 de Fevereiro, no Fórum Cultural do Seixal
Tudo começou com os trinados de uma guitarra portuguesa que esporadicamente se ouviam numa rua de Miratejo. Esta foi a semente de um percurso que levou à criação de um grupo, a Tertúlia Coimbrã de Miratejo, que actua, no dia 18 de Fevereiro, sábado, às 21.30 horas, no Auditório Municipal, Fórum Cultural do Seixal.
As baladas e os fados de Coimbra são trazidos nas vozes de Joaquim Monteiro e Filipe Lopes, na guitarra portuguesa de Serrano Baptista e Álvaro Albino, e na viola de João Costa e Nuno Correia e Carlos Taveira.
O grupo foi constituído em 1993 e vale a pena ouvir a história da sua génese: «O Eng. Luís Adão, antigo estudante de Coimbra, que passava frequentemente na Avenida Luís de Camões, em Miratejo, costumava, a certa altura do percurso, ouvir o som de uma guitarra portuguesa. Investigou e descobriu o Romeu Pires que aí vivia e que nos seus tempos de estudante se tinha iniciado na guitarra de Coimbra. Ele foi, na verdade, a semente que facilmente aglutinou um grupo de pessoas a quem a canção de Coimbra dizia alguma coisa. Infelizmente o Romeu Pires faleceu em Agosto do ano passado».
Lançada a semente, a ideia começou a germinar e a Luís Adão e Romeu Pires juntaram--se António José Vieira, ligado à dinamização cultural e autor da ideia de uma Tertúlia Coimbrã, tornando-se um dos seus cantores, José Carita, professor de matemática, músico e dirigente associativo, Rui Sequeira, professor e músico, e Nuno Correia e Sílvia Ribeiro, nesse tempo estudantes ligados a grupos de música tradicional portuguesa.
Canção coimbrã
Estes músicos dizem que o seu repertório não se restringe ao fado: «Preferimos chamar-lhe canção de Coimbra porque há outras coisas que interpretamos que não são fado.» E dão o exemplo das baladas de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, António Bernardino e Luís Goes. Além disso, têm peças só instrumentais de Artur Paredes, Carlos Paredes, João Bagão, Almeida Santos, por exemplo.
O que une os elementos da Tertúlia é o facto de sentirem que se dedicam «a uma arte com raízes populares, mas que de algum modo evoluiu para uma forma semierudita, distinguindo-se do fado de Lisboa». Referem também a incontornável ligação das baladas ao combate pela democracia, que «se começaram a ouvir nos anos 60 e que saíram dos limites de Coimbra».
Evolução permanente
Depois do núcleo inicial, juntaram-se outros elementos à Tertúlia, como Joaquim Monteiro e Filipe Lopes, os actuais cantores, o João Costa, que toca viola com o Nuno Correia e o Álvaro Albino, também guitarrista. «A morte do Romeu Pires, para além do desgosto do desaparecimento de um amigo, foi um duro golpe no valor artístico do grupo que assentava muito na sua técnica e virtuosismo de guitarrista», frisam. No entanto, dizem: «Felizmente para o grupo, veio para Miratejo, no ano passado, o Serrano Baptista, guitarrista de estilo coimbrão, com experiência de participação e liderança noutros grupos e divulgou a canção de Coimbra. A sua vinda marcou a reanimação do grupo.»
Das memórias da Tertúlia, são de realçar a estreia do grupo, com uma serenata, no Centro Comercial de Miratejo, em Dezembro de 1993, a participação em Semanas Académicas, os espectáculos nos Fóruns Culturais de Almada e do Seixal e, claro, a edição do CD, em 2002.
Para o futuro, o objectivo da Tertúlia Coimbrã é aperfeiçoar as técnicas instrumentais e vocais e o virtuosismo do conjunto, seleccionar mais reportório tradicional, compor originais e procurar maior divulgação para o grupo.
Sobre o espectáculo de dia 18, no Seixal, afirmam que gostariam de ter muita gente a assistir, já que o Fórum tem «excelentes condições».
Boletim Municipal do Seixal

relojes web gratis