quarta-feira, abril 04, 2007


Chapelaria académica
Em países como a Alemanha, Suiça e Austria, não existe distinção marcante entre a toga clerical protestante e a indumentária universitária/ou doutoral e a judiciária.
Se na Suiça se considera o traje quinhentista de João Calvino (toga preta+boné) a matriz da indumentária do clero e doutores universitários, na Alemanha invoca-se como raiz fundamentante a toga e a gorra consagradas por Lucas Cranach, O Velho, neste retrato de Martinho Lutero, realizado em 1529.
De facto, o trajo à Lutero continua a ser utilizado com variantes cromáticas, ornamentais e de confecção, pelos pastores protestantes (preto integral), doutorandos e doutores (nas cores científicas respectivas) e juízes e advogados.
Não se vislumbram diferenças de vulto entre a toga luterana e o modelo talar italiano consagrado nos tribunais e universidades. A toga forense italiana oscila entre o preto e o vermelho (tribunais superiores), adoptando um cordão de ombros. Nas universidades italianas parece assinalar-se uma espécie de padrão vestimentário que se repete com mais ou menos imaginação: Roma, Pisa, Nápoles, Pavia, Messina, Viterbo, Bari, Perugia. Modelos contíguos ao luterano e italiano (universitário+judiciário) ocorrem nos supremos tribunais de Justiça da Eslovénia, Arménia, Ucrânia e Coreia do Sul.
Neste retrato, Lutero usa uma gorra primitiva, de tecido, com aba de protecção em torno das orelhas e pescoço.
AMNunes

relojes web gratis