Texto de Sérgio Azevedo
O meu pai foi homenageado pela Cidade de Coimbra no 1º Festival de Guitarra de Coimbra. Nessa altura, numa sala cheia a abarrotar, Paulo Soares tocou primorosamente quase todas, ou todas as obras do meu pai, que não são muitas e cabem num concerto de tamanho normal(apenas porque ele é excessivamente autocrítico do que escreve). O sucesso foi grande, e tenho muito orgulho no pai que tenho e que me ensinou as primeiras noções de música quando eu tinha para aí uns 4 anos. Ainda tenho os cadernos com as claves de sol e fá todas tortas que eu tentava desenhar. Na foto, além de mim, está a abraçar o meu pai o Armando Luis de Carvalho Homem, insigne guitarrista que acompanhou o meu pai no seu disco de solos, contribuindo com a sua imaginação para a beleza do resultado final. A guitarra de Coimbra, com os nomes da família Paredes, do Jorge Tuna, do Bagão, do Portugal e do Brojo, do meu pai e de muitos outros, tem um historial que deveria ser mais estudado pelos musicólogos portugueses, a exemplo do que se faz lá fora pela música de caracter folclórico-urbano ou de raiz folclórica, como é o caso. felizmente, na nova "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", que será publicada pela Universidade Nova (30.000 entradas!) e vai até ao ano de 2000, a guitarra de Coimbra está bastante bem contemplada. Para que não se perca uma tradição musical sem paralelo. Parabéns Pai!
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