Bloco de Notas (12)
1980 ... Iniciei a composição dum “Ré maior”. Comecei também a tocar com o meu filho António Sérgio, depois de vir das férias do Natal. Já me acompanha, impecavelmente, o “Estudo em Lá maior”, arranjo de António Brojo, e o “Lá maior” de António das Águas; o meu “Lá menor” está quase sabido ...
Andamos agora no Ré maior, que já completei. Já aprendeu as partes mais difíceis. Aprende com uma facilidade espantosa e fixa tudo muito depressa. Agora ensaio também o “Ré menor”. No total são já seis peças que me acompanha.
Fiz hoje – estamos em Fevereiro – a música para um poema de Vasco de Lima Couto, que tinha sido oferecido ao Durval Moreirinhas e que este me passou para as mãos. Fico agora à espera da sua crítica e da do Rui Gomes Pereira.
Não fui a casa de Artur Paredes. Telefonei-lhe e diz-me que anda a fazer um tratamento para a doença da bexiga. Chama-lhe dilatações e está à espera do resultado das análises. Disse-me que eu era imprescindível para tocar com ele – palavras amáveis de circunstância.
Recebi há dias um telefonema do Vitorino, cantor alentejano, a pedir-me para gravar um disco com o irmão João Salomé, Janita. São cinco fados de António Menano para completar um LP. Foi o Rui Pato que lhe falou em mim e no Durval Moreirinhas. Aceitei e, nessa mesma tarde, fui ao estúdio de Arnaldo Trindade para conhecer o cantor e ficar a saber os fados e o respectivo tom.
Com o Durval Moreirinhas fiz um ensaio e dois dias depois do convite estávamos no estúdio a gravar. Fiquei surpreendido por encontrar lá Caldeira Cabral e Fernando Alvim. Fazia-se um ensaio e logo se gravava.
Musiquei hoje o poema de João Dias, “Menino de Espanha às costas”. Espero a crítica. A Isabel desta vez gostou. Falta o cantor dizer de sua justiça.
Artur Paredes anda agora muito abatido com a doença da filha que vai ser operada. Tem um cancro, segundo tudo leva a crer. Ele também não se sente curado com o tratamento que fez no hospital onde trabalha Fernando Xavier.
Recomecei a tocar guitarra clássica. Desde 1976 que não lhe pegava. Estou a recuperar bem.
Vai haver novamente “Seminário do Fado de Coimbra” realizado pela Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, mas subsidiado pelo Turismo.
Fui ao Cacém, a casa duma irmã de Gilberto Grácio, que fazia 25 anos de casada. Estava toda a família Grácio, incluindo o Kim, o Pedro e um que é relojoeiro. Guitarristas eram José Luís Nobre Costa e António Parreira; viola foi Francisco Gonçalves. A cantar estiveram Rodrigo, Manuel de Almeida, José Nunes e Rui Gomes Pereira. A mesa estava posta a preceito, com toda a espécie de comes e bebes. O Rui Gomes Pereira cantou e eu toquei, a pedido, a “Balada de Coimbra”.
Há dias telefonei a Carlos de Figueiredo, a pedido de Artur Paredes. Tem andado um pouco arredado, provavelmente a gravar com Pedro Ramalho, sem ligar aos compromissos anteriores. Mostrou-se muito admirado com o telefonema e, para cúmulo, disse que eu nunca mais lhe tinha ligado!
Estou a compor uma música que começa em sol e acaba em ré, toda com um dedilhado rápido em ambas as mãos. Já tenho dois minutos e meio. (Saio do bloco de notas para dizer que não sei a que peça me refiro. Neste bloco digo que lhe dei o nome de “Lisboa”. Será que a esqueci? Tenho que rever o que tenho nas cassetes).
Estamos em Maio e acabei o “Capricho em Lá”. O comentário do Durval, quando a executei foi que, se a tocasse em público, toda a plateia se levantaria - exageros normais do amigaço Durval!
Para meu desespero continuo a ler no bloco que estou a gostar muito da tal “Lisboa”.
Fui com Rui Gomes Pereira e Durval Moreirinhas ao Palácio do Correio-Mor, em Loures. Estavam também Simone de Oliveira, Shegundo Galarza e Pedro Caldeira Cabral.
Realizou-se o “III Seminário sobre o Fado de Coimbra”. Foi interessante participar nesta iniciativa. No final houve uma Serenata na Sé Velha em que não actuei, pois nem Durval Moreirinhas nem Rui Gomes Pereira compareceram. Toquei depois em Fornos, povoação à saída de Coimbra, o meu “Ré maior”, sem acompanhamento. Saímos de lá às cinco horas da manhã. Os guitarristas Armando de Carvalho Homem, António Brojo e António Portugal marcaram igualmente presença.
1980 ... Iniciei a composição dum “Ré maior”. Comecei também a tocar com o meu filho António Sérgio, depois de vir das férias do Natal. Já me acompanha, impecavelmente, o “Estudo em Lá maior”, arranjo de António Brojo, e o “Lá maior” de António das Águas; o meu “Lá menor” está quase sabido ...
Andamos agora no Ré maior, que já completei. Já aprendeu as partes mais difíceis. Aprende com uma facilidade espantosa e fixa tudo muito depressa. Agora ensaio também o “Ré menor”. No total são já seis peças que me acompanha.
Fiz hoje – estamos em Fevereiro – a música para um poema de Vasco de Lima Couto, que tinha sido oferecido ao Durval Moreirinhas e que este me passou para as mãos. Fico agora à espera da sua crítica e da do Rui Gomes Pereira.
Não fui a casa de Artur Paredes. Telefonei-lhe e diz-me que anda a fazer um tratamento para a doença da bexiga. Chama-lhe dilatações e está à espera do resultado das análises. Disse-me que eu era imprescindível para tocar com ele – palavras amáveis de circunstância.
Recebi há dias um telefonema do Vitorino, cantor alentejano, a pedir-me para gravar um disco com o irmão João Salomé, Janita. São cinco fados de António Menano para completar um LP. Foi o Rui Pato que lhe falou em mim e no Durval Moreirinhas. Aceitei e, nessa mesma tarde, fui ao estúdio de Arnaldo Trindade para conhecer o cantor e ficar a saber os fados e o respectivo tom.
Com o Durval Moreirinhas fiz um ensaio e dois dias depois do convite estávamos no estúdio a gravar. Fiquei surpreendido por encontrar lá Caldeira Cabral e Fernando Alvim. Fazia-se um ensaio e logo se gravava.
Musiquei hoje o poema de João Dias, “Menino de Espanha às costas”. Espero a crítica. A Isabel desta vez gostou. Falta o cantor dizer de sua justiça.
Artur Paredes anda agora muito abatido com a doença da filha que vai ser operada. Tem um cancro, segundo tudo leva a crer. Ele também não se sente curado com o tratamento que fez no hospital onde trabalha Fernando Xavier.
Recomecei a tocar guitarra clássica. Desde 1976 que não lhe pegava. Estou a recuperar bem.
Vai haver novamente “Seminário do Fado de Coimbra” realizado pela Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, mas subsidiado pelo Turismo.
Fui ao Cacém, a casa duma irmã de Gilberto Grácio, que fazia 25 anos de casada. Estava toda a família Grácio, incluindo o Kim, o Pedro e um que é relojoeiro. Guitarristas eram José Luís Nobre Costa e António Parreira; viola foi Francisco Gonçalves. A cantar estiveram Rodrigo, Manuel de Almeida, José Nunes e Rui Gomes Pereira. A mesa estava posta a preceito, com toda a espécie de comes e bebes. O Rui Gomes Pereira cantou e eu toquei, a pedido, a “Balada de Coimbra”.
Há dias telefonei a Carlos de Figueiredo, a pedido de Artur Paredes. Tem andado um pouco arredado, provavelmente a gravar com Pedro Ramalho, sem ligar aos compromissos anteriores. Mostrou-se muito admirado com o telefonema e, para cúmulo, disse que eu nunca mais lhe tinha ligado!
Estou a compor uma música que começa em sol e acaba em ré, toda com um dedilhado rápido em ambas as mãos. Já tenho dois minutos e meio. (Saio do bloco de notas para dizer que não sei a que peça me refiro. Neste bloco digo que lhe dei o nome de “Lisboa”. Será que a esqueci? Tenho que rever o que tenho nas cassetes).
Estamos em Maio e acabei o “Capricho em Lá”. O comentário do Durval, quando a executei foi que, se a tocasse em público, toda a plateia se levantaria - exageros normais do amigaço Durval!
Para meu desespero continuo a ler no bloco que estou a gostar muito da tal “Lisboa”.
Fui com Rui Gomes Pereira e Durval Moreirinhas ao Palácio do Correio-Mor, em Loures. Estavam também Simone de Oliveira, Shegundo Galarza e Pedro Caldeira Cabral.
Realizou-se o “III Seminário sobre o Fado de Coimbra”. Foi interessante participar nesta iniciativa. No final houve uma Serenata na Sé Velha em que não actuei, pois nem Durval Moreirinhas nem Rui Gomes Pereira compareceram. Toquei depois em Fornos, povoação à saída de Coimbra, o meu “Ré maior”, sem acompanhamento. Saímos de lá às cinco horas da manhã. Os guitarristas Armando de Carvalho Homem, António Brojo e António Portugal marcaram igualmente presença.
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