Bloco de Notas (18)
1982 ... No dia 20 de Fevereiro acompanhei Armando Marta pela primeira vez em público. Foi perto do Cacém, na "Quinta do Pinheiro", a convite dos bancários do Banco Borges e Irmão. Acompanhou-me António Sérgio. Toquei "Dor na planície" que foi muito aplaudida, o que me surpreendeu. Armando Marta terminou com uma peça dele chamada "Descobridores".
A 19 de Março actuei em Almada, na Academia Almadense, com José Afonso, Armando Marta, Durval Moreirinhas e António Sérgio. O Zeca cantou as três peças do costume e eu toquei "Dor na planície", com António Sérgio. Foi muito apreciada esta peça. Armando Marta cantou a sua "Grândola de novo". Fiz-lhe um acompanhamento bastante original.
A 25 de Março fui tocar ao Restaurante Algarve, no terminal do Rossio. Foram Armando Luís de Carvalho Homem, Durval Moreirinhas, António Bernardino e António Sérgio. Toquei o "Entreacto" que me saiu pessimamente, pois já não o tocava há bastante tempo. Serviu-me de lição. Seguidamente toquei "Dor na planície" e "Flores em Abril" que não correram mal. Entraram depois Berna e Durval na execução de baladas. Finalizámos todos com Fados e Guitarradas de Coimbra. Toquei o meu Lá menor, o Lá maior de António das Águas e o Lá menor do Bagão. Já depois da actuação e de pé junto à mesa dos jornalistas, tocámos para estes, sem microfone, a "Desfolhada" e a "Rapsódia nº 2" de Artur Paredes, e a minha "Dança", esta acompanhada por António Sérgio. Mas continua a ser o Lá maior de António das Águas a peça que mais empolga o público. É muito mexida e popular, o pessoal adere logo!
Acabei hoje, dia 13 de Abril, as "Variações sobre o tom de Sol maior" que tinha começado no início das férias. São em estilo clássico de Coimbra. Estou a gostar delas. Fi-las com a intenção de as levar este ano ao Seminário sobre o Fado de Coimbra, nesta cidade.
Quero destacar uma actuação no dia 25 de Abril, em Santarém, a um convívio de Oficiais, integrado nas comemorações daquela data. Actuaram além de outros, Fanha, Vitorino, Carlos Paredes, Ari dos Santos, António Portugal com Luís Filipe e António Bernardino, Natália Correia e Manuel Alegre. Fui com Armando Marta e António Sérgio. Marta cantou uma canção dele e eu toquei "Dor na planície". No final Carlos Paredes veio dizer-me que eu e o meu filho fazíamos um belo conjunto. Os meus filhos Cristina e Mauro foram pedir autógrafos a Carlos Paredes. A Cristina disse-lhe que o pai também, tocava guitarra e ele perguntou-lhe quem era o pai. Depois de identificado, Carlos Paredes disse-lhe que me conhecia e que tocava muito bem! Estava lá Vasco Gonçalves a quem vi aplaudir a nossa actuação com entusiasmo.
As actuações vão-se sucedendo: Reitoria da Universidade de Lisboa, Sines, Vila Moura, etc.
A guitarra de Gilberto Grácio que comprei no final do mês de Maio está a dar-me problemas, pois partem-se muito as cordas. Deve ser de ter o cavalete demasiado alto!
No dia 17 de Junho fui às Caldas da Raínha com José Afonso em apoio dos grevistas da fome do PRP. Toquei "Nas Linhas de Torres" e "Dor na planície". O Zeca cantou quatro fados e, seguidamente, eu e o meu filho António Sérgio acompanhámos Júlio Pereira em dois números de cavaquinho.
Tive que cancelar um convite de José Niza para actuar com Machado Soares num espectáculo político, e ainda cancelei outro com José Afonso na Amadora, pois vou para a Áustria com António Bernardino e Durval Moreirinhas.
Estamos em finais de Junho, rumo à Áustria, escala Zurich, e depois Insbruck, agora em táxi aéreo, um avião de 18 lugares a abanar por todos os lados. O Durval está branco, sem saber se escapa desta. A turbulência é muita. Vamos só cinco pessoas pois muitos passageiros recusaram-se a embarcar, dadas as condições péssimas do tempo. O avião vai entre montanhas e já se avista o aeroporto e ambulâncias a circularem nele para o caso de alguma aterragem mal sucedida.
Chegámos sem problemas. Vamos actuar a 29, último dia da estadia. Estamos numa estância de inverno, Albach, rodeada de montanhas cobertas de neve. O tempo está bom, embora de vez em quando haja chuviscos.
O espectáculo correu muito bem. Começámos com um indicativo, depois "Toada Beirã", "Balada Açoreana", "Andorinhas", "Chula do Minho", "Serra d'Arga", "Partir", "Avenida de Angola", "Lá maior" de António das Águas, "Balada do Outono", "Saudades de Coimbra", "Coimbra", "Balada de Coimbra" e, como extra, "Lutaremos". As peças mais aplaudidas foram "Partir" e o inevitável "Lá maior" de António das Águas.
No dia 7 de Julho fui à televisão do Porto actuar no programa "Cantos e Contos de Coimbra", do 2º canal, com Armando Luís de Carvalho Homem e António Sérgio. Foi um programa em directo. Fizemos a 2ª parte com 20 minutos aproximadamente. Começámos com "Dor na planície" e "Nas Linhas de Torres"; seguiu-se uma pequena entrevista com Sansão Coelho e acabámos com "Variações sobre o tom de Lá" e "Fantasia - A Espanhola".
Há dias, numa actuação na Mobil, conheci Fontes Rocha, guitarrista fabuloso de guitarra de Lisboa.
Tive algumas actuações no Casino Estoril e um convite para ir a Vilar de Mouros com José Afonso e Machado Soares, mas não concretizado, pois não aceitaram as condições do Zeca.
Dia 4 de Agosto voltei ao 2º canal da televisão noutro programa "Cantos e Contos de Coimbra", com Durval Moreirinhas e Sutil Roque. Toquei o "Lá maior" de António das Águas e Sutil Roque cantou "Fado dos Olhos Claros", "Incerteza" e "Santa Clara".
Sempre fui a Vilar de Mouros no dia 8 de Agosto, mas com Machado Soares, Adriano Correia de Oliveira e Gomes Alves, juntamente com Durval Moreirinhas e António Sérgio. A anteceder a nossa actuação, esteve Travadinha, violinista cabo-verdiano e Cidália Moreira. Esta mal se conseguia ouvir, dado o ambiente de contestação que se criou à volta do Fado. Estavam a preparar-se para nos fazer o mesmo. Resolvi abrir com o meu ex-libris dos espectáculos com José Afonso: "Dor na planície", acompanhada por António Sérgio. Houve acalmia geral e até fomos fortemente aplaudidos. Apareceu depois Adriano e então foi o silêncio absoluto. Acabou por ser um espectáculo muito agradável. Estavam em palco três belíssimas vozes. Adriano e Gomes Alves foram acompanhados de improviso, pois fui lá só para acompanhar Machado Soares. Gomes Alves cantou um Fado seu de muito interesse e com aquela linda voz que, infelizmente, pouca gente conhece.
1982 ... No dia 20 de Fevereiro acompanhei Armando Marta pela primeira vez em público. Foi perto do Cacém, na "Quinta do Pinheiro", a convite dos bancários do Banco Borges e Irmão. Acompanhou-me António Sérgio. Toquei "Dor na planície" que foi muito aplaudida, o que me surpreendeu. Armando Marta terminou com uma peça dele chamada "Descobridores".
A 19 de Março actuei em Almada, na Academia Almadense, com José Afonso, Armando Marta, Durval Moreirinhas e António Sérgio. O Zeca cantou as três peças do costume e eu toquei "Dor na planície", com António Sérgio. Foi muito apreciada esta peça. Armando Marta cantou a sua "Grândola de novo". Fiz-lhe um acompanhamento bastante original.
A 25 de Março fui tocar ao Restaurante Algarve, no terminal do Rossio. Foram Armando Luís de Carvalho Homem, Durval Moreirinhas, António Bernardino e António Sérgio. Toquei o "Entreacto" que me saiu pessimamente, pois já não o tocava há bastante tempo. Serviu-me de lição. Seguidamente toquei "Dor na planície" e "Flores em Abril" que não correram mal. Entraram depois Berna e Durval na execução de baladas. Finalizámos todos com Fados e Guitarradas de Coimbra. Toquei o meu Lá menor, o Lá maior de António das Águas e o Lá menor do Bagão. Já depois da actuação e de pé junto à mesa dos jornalistas, tocámos para estes, sem microfone, a "Desfolhada" e a "Rapsódia nº 2" de Artur Paredes, e a minha "Dança", esta acompanhada por António Sérgio. Mas continua a ser o Lá maior de António das Águas a peça que mais empolga o público. É muito mexida e popular, o pessoal adere logo!
Acabei hoje, dia 13 de Abril, as "Variações sobre o tom de Sol maior" que tinha começado no início das férias. São em estilo clássico de Coimbra. Estou a gostar delas. Fi-las com a intenção de as levar este ano ao Seminário sobre o Fado de Coimbra, nesta cidade.
Quero destacar uma actuação no dia 25 de Abril, em Santarém, a um convívio de Oficiais, integrado nas comemorações daquela data. Actuaram além de outros, Fanha, Vitorino, Carlos Paredes, Ari dos Santos, António Portugal com Luís Filipe e António Bernardino, Natália Correia e Manuel Alegre. Fui com Armando Marta e António Sérgio. Marta cantou uma canção dele e eu toquei "Dor na planície". No final Carlos Paredes veio dizer-me que eu e o meu filho fazíamos um belo conjunto. Os meus filhos Cristina e Mauro foram pedir autógrafos a Carlos Paredes. A Cristina disse-lhe que o pai também, tocava guitarra e ele perguntou-lhe quem era o pai. Depois de identificado, Carlos Paredes disse-lhe que me conhecia e que tocava muito bem! Estava lá Vasco Gonçalves a quem vi aplaudir a nossa actuação com entusiasmo.
As actuações vão-se sucedendo: Reitoria da Universidade de Lisboa, Sines, Vila Moura, etc.
A guitarra de Gilberto Grácio que comprei no final do mês de Maio está a dar-me problemas, pois partem-se muito as cordas. Deve ser de ter o cavalete demasiado alto!
No dia 17 de Junho fui às Caldas da Raínha com José Afonso em apoio dos grevistas da fome do PRP. Toquei "Nas Linhas de Torres" e "Dor na planície". O Zeca cantou quatro fados e, seguidamente, eu e o meu filho António Sérgio acompanhámos Júlio Pereira em dois números de cavaquinho.
Tive que cancelar um convite de José Niza para actuar com Machado Soares num espectáculo político, e ainda cancelei outro com José Afonso na Amadora, pois vou para a Áustria com António Bernardino e Durval Moreirinhas.
Estamos em finais de Junho, rumo à Áustria, escala Zurich, e depois Insbruck, agora em táxi aéreo, um avião de 18 lugares a abanar por todos os lados. O Durval está branco, sem saber se escapa desta. A turbulência é muita. Vamos só cinco pessoas pois muitos passageiros recusaram-se a embarcar, dadas as condições péssimas do tempo. O avião vai entre montanhas e já se avista o aeroporto e ambulâncias a circularem nele para o caso de alguma aterragem mal sucedida.
Chegámos sem problemas. Vamos actuar a 29, último dia da estadia. Estamos numa estância de inverno, Albach, rodeada de montanhas cobertas de neve. O tempo está bom, embora de vez em quando haja chuviscos.
O espectáculo correu muito bem. Começámos com um indicativo, depois "Toada Beirã", "Balada Açoreana", "Andorinhas", "Chula do Minho", "Serra d'Arga", "Partir", "Avenida de Angola", "Lá maior" de António das Águas, "Balada do Outono", "Saudades de Coimbra", "Coimbra", "Balada de Coimbra" e, como extra, "Lutaremos". As peças mais aplaudidas foram "Partir" e o inevitável "Lá maior" de António das Águas.
No dia 7 de Julho fui à televisão do Porto actuar no programa "Cantos e Contos de Coimbra", do 2º canal, com Armando Luís de Carvalho Homem e António Sérgio. Foi um programa em directo. Fizemos a 2ª parte com 20 minutos aproximadamente. Começámos com "Dor na planície" e "Nas Linhas de Torres"; seguiu-se uma pequena entrevista com Sansão Coelho e acabámos com "Variações sobre o tom de Lá" e "Fantasia - A Espanhola".
Há dias, numa actuação na Mobil, conheci Fontes Rocha, guitarrista fabuloso de guitarra de Lisboa.
Tive algumas actuações no Casino Estoril e um convite para ir a Vilar de Mouros com José Afonso e Machado Soares, mas não concretizado, pois não aceitaram as condições do Zeca.
Dia 4 de Agosto voltei ao 2º canal da televisão noutro programa "Cantos e Contos de Coimbra", com Durval Moreirinhas e Sutil Roque. Toquei o "Lá maior" de António das Águas e Sutil Roque cantou "Fado dos Olhos Claros", "Incerteza" e "Santa Clara".
Sempre fui a Vilar de Mouros no dia 8 de Agosto, mas com Machado Soares, Adriano Correia de Oliveira e Gomes Alves, juntamente com Durval Moreirinhas e António Sérgio. A anteceder a nossa actuação, esteve Travadinha, violinista cabo-verdiano e Cidália Moreira. Esta mal se conseguia ouvir, dado o ambiente de contestação que se criou à volta do Fado. Estavam a preparar-se para nos fazer o mesmo. Resolvi abrir com o meu ex-libris dos espectáculos com José Afonso: "Dor na planície", acompanhada por António Sérgio. Houve acalmia geral e até fomos fortemente aplaudidos. Apareceu depois Adriano e então foi o silêncio absoluto. Acabou por ser um espectáculo muito agradável. Estavam em palco três belíssimas vozes. Adriano e Gomes Alves foram acompanhados de improviso, pois fui lá só para acompanhar Machado Soares. Gomes Alves cantou um Fado seu de muito interesse e com aquela linda voz que, infelizmente, pouca gente conhece.
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