Voluta da Guitarra de Mansilha
Grande plano da voluta floral entalhada da Guitarra do Porto que pertenceu ao Dr. Manuel Mansilha (oficina portuense desconhecida, década de 1890). Trata-se de uma herança da Guitarra Inglesa que transitou para a Guitarra do Porto e também para alguns modelos iniciais da Guitarra de Coimbra. São conhecidas variantes, com a flor mais alongada.
A Guitarra do Porto ainda era localmente fabricada e utilizada nas décadas de 1920 e 1930, embora com crescente tendência para o seu abandono em virtude da popularização dos tipos de Lisboa (grupos e espaços ligados à prática do Fado) e de Coimbra antigo (formações estudantis). Um dos últimos grandes tocadores locais da Guitarra do Porto, no chamado "estilo do Porto", terá sido o corretor José SÁ, guitarrista eclético, oscilando entre o Fado, as modas de salão e da rádio, as cançonetas do teatro, e repertório de Coimbra. Nos finais da década de 1920 José Sá ensinou guitarra, pelo modelo do Porto, ao jovem portuense Tomás Archer de Carvalho (1914-1994) que depois veio a ser monge da claustra de Singeverga. O referido tocador, José Sá, tinha um duo com o viola Arnaldo Correia, tendo gravado em Lisboa, no mês de Fevereiro de 1928, na editora Columbia, vários discos de instrumentais no chamado "estilo do Porto": Variações Sobre o Fado em Ré Maior, Variações em Ré Menor, Fado Martins em Ré Menor, Fado das Passagens da Vida e ainda outro cujo título não conseguimos decifrar.
Agradecimentos: José Archer de Carvalho e José Moças
AMNunes
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