Bloco de Notas 24
1987 ... Em 12 de Fevereiro, novamente espectáculo no Teatro S. Luís, a favor dos refugiados de Timor-Leste, com António Bernardino e Durval Moreirinhas. A 30 de Janeiro tinha actuado para o GSAL, com Berna, Machado Soares, Durval e António Sérgio (Sérgio Azevedo, agora), tendo-se seguido Vitorino e um grupo da Nicarágua.
23 de Fevereiro – Morreu José Afonso, às três horas da manhã. Embora este desfecho fosse esperado a qualquer instante, cobriu toda a gente de tristeza. O país está de luto. Pensamento positivo: perdeu-se o Homem; ficou a sua música e a poesia.
O funeral realizou-se em Setúbal, com dezenas de milhares de pessoas a acompanhá-lo. A minha emoção aumentou ao ver tanta gente condoída, olhos lacrimejantes, no derradeiro adeus a este lutador que, mesmo sabendo da sua trágica sorte, nunca deixou de lutar. Até sempre Zeca!
Há no bloco de notas referências a várias actuações. Não as vou enumerar, pois seria fastidioso.
Encontro agora uma nota dizendo que comecei a gravar um disco, no dia 2 de Abril, a pedido da Secretaria da Emigração. Gravámos seis números, das 19 às 22 horas, no estúdio de Jorge Costa Pinto, em Belém, Lisboa. Armando Marta gravou “Amigo”, de José Afonso; Arménio Santos, “Feiticeira” de Ângelo Araújo e “Minha Mãe”, de José Afonso; António Bernardino, “Balada Açoreana” de José Afonso e “Sou Barco” de Borges Coelho e Luís Cília, com um interessante arranjo em guitarra. O conjunto instrumental, constituído por mim e António Sérgio nas guitarras, e Durval Moreirinhas na viola, interpretou “Valsa de Outros Tempos” de Gonçalo e Artur Paredes. Realço aqui o acompanhamento inovador e arrojado da guitarra de acompanhamento, efectuado pelo meu filho António Sérgio. Muita gente vai ficar chocada, mas com o tempo aprenderão a sentir a beleza de tal arranjo.
Faço aqui um parêntesis para dizer que não encontrei no Bloco de notas referência aos outros seis números gravados, apenas a data de gravação, nem sequer uma nota sobre o facto de nunca o disco ter vindo a público. Neste Blog, esta parte já foi referida, Quanto aos números gravados, foram eles: António Bernardino, “Cantar de Emigração”, de Rosalia de Castro e José Niza; Armando Marta, “Canção de Fornos”, com música de Francisco Menano e letra popular, e “Marofa”, de sua autoria; Arménio Santos, “Trago a minha vida presa”. Os outros dois instrumentais foram “Bailados do Minho” de Antero da Veiga e “Sede” de Carlos Paredes.
Seguem-se actuações no Grémio Literário, em Lisboa; Faro no Teatro Lethes, com João Gomes à viola, além dos habituais; Gavião – Casa Branca, na casa da secretária do Reitor da Universidade de Lisboa, Meira Soares. Encontrava-se lá também o Ministro da Educação João de Deus Pinheiro, que cantou Fado de Lisboa, acompanhado por mim e pelo Durval.
Segue-se agora uma breve referência, sem data, a uma ida a França, com Arménio Santos, António Bernardino e Durval Moreirinhas.
Foram tantas as viagens a este país que até me esqueci de apontar pormenores.
A 27 de Abril, Luiz Goes, João Gomes e Durval Moreirinhas estiveram na minha casa em Almada, a ensaiar. Não refiro para quê. Talvez uma futura ida à Revigrés.
A 28 de Maio, novamente no Pátio Alfacinha, com a Secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, acompanhada por uns americanos. Foram comigo, António Sérgio à guitarra e Durval Moreirinhas à viola. Cantaram Armando Marta e António Bernardino. Fomos muito apreciados.
A 2 e 3 de Maio, sábado e domingo, fui a Coimbra ao Centenário da Associação Académica de Coimbra. No sábado de tarde houve reunião de todos os intervenientes da Canção Coimbrã, em que cada um tocou ou cantou qualquer coisa. À noite houve serenata na Via Latina. No dia seguinte tocou-se para o Reitor Rui Alarcão, Vice-Reitor Jorge Veiga e o embaixador de Cabo Verde. Acompanhei Jorge Cravo, juntamente com António Moreira, na canção “Saudades de Coimbra”.
A 4 de Maio das 21 às 24 horas, gravei, juntamente com Durval Moreirinhas e António Sérgio, cinco números com Frederico Vinagre: “Ansiedade”, “Fado Triste”, “Canção das Lágrimas”, “Minha Mãe” e “O Sol anda lá no Céu”.
Mais uma actuação numa Casa de Fados, a Tágide, com Machado Soares e Durval Moreirinhas. Encontrei lá Fernando Alvim e o meu companheiro de tropa, Torre do Valle.
Mais um ensaio com Luiz Goes, na sua casa, em Cascais. Agora já tenho a certeza que é para ir actuar à Revigrés, em Águeda.
De facto lá fomos a Águeda, no dia 12 de Maio, eu, João Gomes e Durval Moreirinhas para os acompanhamentos. A segunda parte do espectáculo foi preenchida com Amália Rodrigues. Encontrei lá o Horta e Silva que tocava viola com os irmãos Nazaré.
Luiz Goes cantou: ”Saudades de Coimbra”, “Fado dos Cegos”, “Fado da Despedida”, “Amélia”, “Serra d’Arga”, “Samaritana”, “Viagem de Acaso”, “Dissonâncias”, “É Preciso Acreditar” e “Cantiga para quem Sonha”. Tocámos “Valsa de Outros Tempos” e “Bailados do Minho”. Estavam 2000 pessoas na sala.
O disco “Ecos da Canção Coimbrã” que gravei com José Mesquita, saíu no princípio de Maio.
Em 1 e 2 de Junho, novamente em estúdio com Frederico Vinagre.
A 5 deste mesmo mês acabei a gravação para a Secretaria da Emigração.
A 7 de Junho parti para os Estados Unidos com António Sérgio à viola e Frederico Vinagre a cantar. Regressámos a 15. Fomos a Cambridge, New Bedford, Boston, etc. Encontrámos Rosa Mota num dos espectáculos em Boston.
A 28 de Junho fui ao Castelo de S. Jorge com José Amaral à guitarra e Carlos Figueiredo à viola. Actuámos na Sala Ogival. Estava lá Laborinho Lúcio que fez uma prelecção que deixou todo o pessoal encantado.
A mistura do disco para a Emigração começou a 3 de Julho. No dia seguinte fui a Castelo de Vide com Machado Soares e António Bernardino, a 10 à Mobil, em Lisboa, com Marta, Berna e Durval, 22 a Cascais com Carlos Figueiredo, 9 de Agosto Oliveira do Hospital e a partir de 14 de Agosto, a habitual tournée algarvia: Vila do Bispo, Tavira e Lagos.
1987 ... Em 12 de Fevereiro, novamente espectáculo no Teatro S. Luís, a favor dos refugiados de Timor-Leste, com António Bernardino e Durval Moreirinhas. A 30 de Janeiro tinha actuado para o GSAL, com Berna, Machado Soares, Durval e António Sérgio (Sérgio Azevedo, agora), tendo-se seguido Vitorino e um grupo da Nicarágua.
23 de Fevereiro – Morreu José Afonso, às três horas da manhã. Embora este desfecho fosse esperado a qualquer instante, cobriu toda a gente de tristeza. O país está de luto. Pensamento positivo: perdeu-se o Homem; ficou a sua música e a poesia.
O funeral realizou-se em Setúbal, com dezenas de milhares de pessoas a acompanhá-lo. A minha emoção aumentou ao ver tanta gente condoída, olhos lacrimejantes, no derradeiro adeus a este lutador que, mesmo sabendo da sua trágica sorte, nunca deixou de lutar. Até sempre Zeca!
Há no bloco de notas referências a várias actuações. Não as vou enumerar, pois seria fastidioso.
Encontro agora uma nota dizendo que comecei a gravar um disco, no dia 2 de Abril, a pedido da Secretaria da Emigração. Gravámos seis números, das 19 às 22 horas, no estúdio de Jorge Costa Pinto, em Belém, Lisboa. Armando Marta gravou “Amigo”, de José Afonso; Arménio Santos, “Feiticeira” de Ângelo Araújo e “Minha Mãe”, de José Afonso; António Bernardino, “Balada Açoreana” de José Afonso e “Sou Barco” de Borges Coelho e Luís Cília, com um interessante arranjo em guitarra. O conjunto instrumental, constituído por mim e António Sérgio nas guitarras, e Durval Moreirinhas na viola, interpretou “Valsa de Outros Tempos” de Gonçalo e Artur Paredes. Realço aqui o acompanhamento inovador e arrojado da guitarra de acompanhamento, efectuado pelo meu filho António Sérgio. Muita gente vai ficar chocada, mas com o tempo aprenderão a sentir a beleza de tal arranjo.
Faço aqui um parêntesis para dizer que não encontrei no Bloco de notas referência aos outros seis números gravados, apenas a data de gravação, nem sequer uma nota sobre o facto de nunca o disco ter vindo a público. Neste Blog, esta parte já foi referida, Quanto aos números gravados, foram eles: António Bernardino, “Cantar de Emigração”, de Rosalia de Castro e José Niza; Armando Marta, “Canção de Fornos”, com música de Francisco Menano e letra popular, e “Marofa”, de sua autoria; Arménio Santos, “Trago a minha vida presa”. Os outros dois instrumentais foram “Bailados do Minho” de Antero da Veiga e “Sede” de Carlos Paredes.
Seguem-se actuações no Grémio Literário, em Lisboa; Faro no Teatro Lethes, com João Gomes à viola, além dos habituais; Gavião – Casa Branca, na casa da secretária do Reitor da Universidade de Lisboa, Meira Soares. Encontrava-se lá também o Ministro da Educação João de Deus Pinheiro, que cantou Fado de Lisboa, acompanhado por mim e pelo Durval.
Segue-se agora uma breve referência, sem data, a uma ida a França, com Arménio Santos, António Bernardino e Durval Moreirinhas.
Foram tantas as viagens a este país que até me esqueci de apontar pormenores.
A 27 de Abril, Luiz Goes, João Gomes e Durval Moreirinhas estiveram na minha casa em Almada, a ensaiar. Não refiro para quê. Talvez uma futura ida à Revigrés.
A 28 de Maio, novamente no Pátio Alfacinha, com a Secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, acompanhada por uns americanos. Foram comigo, António Sérgio à guitarra e Durval Moreirinhas à viola. Cantaram Armando Marta e António Bernardino. Fomos muito apreciados.
A 2 e 3 de Maio, sábado e domingo, fui a Coimbra ao Centenário da Associação Académica de Coimbra. No sábado de tarde houve reunião de todos os intervenientes da Canção Coimbrã, em que cada um tocou ou cantou qualquer coisa. À noite houve serenata na Via Latina. No dia seguinte tocou-se para o Reitor Rui Alarcão, Vice-Reitor Jorge Veiga e o embaixador de Cabo Verde. Acompanhei Jorge Cravo, juntamente com António Moreira, na canção “Saudades de Coimbra”.
A 4 de Maio das 21 às 24 horas, gravei, juntamente com Durval Moreirinhas e António Sérgio, cinco números com Frederico Vinagre: “Ansiedade”, “Fado Triste”, “Canção das Lágrimas”, “Minha Mãe” e “O Sol anda lá no Céu”.
Mais uma actuação numa Casa de Fados, a Tágide, com Machado Soares e Durval Moreirinhas. Encontrei lá Fernando Alvim e o meu companheiro de tropa, Torre do Valle.
Mais um ensaio com Luiz Goes, na sua casa, em Cascais. Agora já tenho a certeza que é para ir actuar à Revigrés, em Águeda.
De facto lá fomos a Águeda, no dia 12 de Maio, eu, João Gomes e Durval Moreirinhas para os acompanhamentos. A segunda parte do espectáculo foi preenchida com Amália Rodrigues. Encontrei lá o Horta e Silva que tocava viola com os irmãos Nazaré.
Luiz Goes cantou: ”Saudades de Coimbra”, “Fado dos Cegos”, “Fado da Despedida”, “Amélia”, “Serra d’Arga”, “Samaritana”, “Viagem de Acaso”, “Dissonâncias”, “É Preciso Acreditar” e “Cantiga para quem Sonha”. Tocámos “Valsa de Outros Tempos” e “Bailados do Minho”. Estavam 2000 pessoas na sala.
O disco “Ecos da Canção Coimbrã” que gravei com José Mesquita, saíu no princípio de Maio.
Em 1 e 2 de Junho, novamente em estúdio com Frederico Vinagre.
A 5 deste mesmo mês acabei a gravação para a Secretaria da Emigração.
A 7 de Junho parti para os Estados Unidos com António Sérgio à viola e Frederico Vinagre a cantar. Regressámos a 15. Fomos a Cambridge, New Bedford, Boston, etc. Encontrámos Rosa Mota num dos espectáculos em Boston.
A 28 de Junho fui ao Castelo de S. Jorge com José Amaral à guitarra e Carlos Figueiredo à viola. Actuámos na Sala Ogival. Estava lá Laborinho Lúcio que fez uma prelecção que deixou todo o pessoal encantado.
A mistura do disco para a Emigração começou a 3 de Julho. No dia seguinte fui a Castelo de Vide com Machado Soares e António Bernardino, a 10 à Mobil, em Lisboa, com Marta, Berna e Durval, 22 a Cascais com Carlos Figueiredo, 9 de Agosto Oliveira do Hospital e a partir de 14 de Agosto, a habitual tournée algarvia: Vila do Bispo, Tavira e Lagos.
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