quarta-feira, julho 12, 2006


Joaquim Carriço Posted by Picasa
Anverso do CD "Joaquim Carriço. Quinta do Valongo. Vacariça. Mealhada", Sons da Terra, Nº 16, STMC 0532, ano de 2004. Recolha levada a cabo em 6 de Março de 2004 por Mário Correia, também signatário do texto do livreto. Nascido em 1929, o gaiteiro Joaquim Pereira Carriço participou longamente em peditórios, procissões, cortejos, bailes de terreiro e festividades como a Queima das Fitas da UC. Nesta gravação, Carriço utiliza uma gaita de foles de traça galega (o que é pena), sendo acompanhado em bombo por Manuel Pereira e em caixa por Emitério Saraiva. São 16 espécimes gravados ao vivo, com destaque para uma versão do "Fado Hilário".
MENSAGEM enviada pelo Eng. Henrique Oliveira em 13 de Julho de 2006, estudioso e entusiasta de matérias correlacionadas com a gaita-de-foles, a quem devemos a informação relativa às recolhas sonoras divulgadas pela editora Sons da Terra:
Caro Dr. António Nunes,
Parabéns pelo seu site que tenho consultado e onde muito tenho aprendido. Escrevo-lhe depois de ler o seu texto sobre a gravação do Mário Correia com o ti Carriço. É que não precisa lamentar a traça galega da gaita do ti Carriço. Ele utilizou na gravação o ponteiro que usa normalmente, ou seja, um dos dois ponteiros feitos pelo José Mendes Seco, um dos últimos artesãos conimbricences que construiu gaitas e que ainda tem várias em uso entre os mais idosos gaiteiros da região de Coimbra. E oponteiro é a alma da gaita, pelo que não diminui o valor do instrumento do ti Carriço que desde há muitos anos é constituído de facto por uma gaita galega, mas, mais importante que tudo, dotada de um velho e rústico ponteiro de factura regional. Foi aliás esse um dos motivos que me levou, logo que conheci o ti Carriço, a insistir nesse gaiteiro junto do Mário Correia, para ele que efectuasse gravações do seu repertório, registando também assim, com meios técnicos de que não disponho, o timbre de um dos últimos ponteiros de factura regional coimbrã. Se ouvir a gravação com atenção, reparará que o timbre é distinto do dos modernos ponteiros galegos principalmente por estes ponteiros rústicos terem um cone interior mais aberto do que os galegos modernos. Produzem um timbre que eu muito aprecio, mais cheio e menos estridente que os galegos, timbre esse que é contudo apelidado de "roufenho" por quem prefere os finos e leves tubos melódicos das gaitas importadas da Galiza. Boa continuação do seu precioso blog.
Saudações cordiais,
Henrique Oliveira
(Bem-Haja o Amigo Eng. Henrique Oliveira, mas o mérito vai todo inteirinho para o autor da ideia, fundador e gestor do blog, Dr. Octávio Sérgio que, além de bom homem, é excelente guitarrista)
AMNunes

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