terça-feira, outubro 31, 2006

Armando de Carvalho Homem

Faz hoje 15 anos que faleceu Armando de Carvalho Homem. Licenciado em Ciências Fìsico-Químicas pela Universidade de Coimbra em 1945, foi um dos grandes guitarristas que passou por Coimbra.
É célebre o seu Ré menor, gravado por António Pinho Brojo, ainda no sistema de 78 rotações. Além desta peça, tem Variações em Lá menor, também gravada por Pinho Brojo e Variações em Mi menor, uma peça ainda não gravada e de rara beleza, que já tive o grato prazer de tocar em váris digressões do Coro dos Antigos Orfeonistas. Acrescente-se ainda uma Miscelânea com temas de João Bagão e Artur Paredes, e duas Valsas.
Como guitarrista era um virtuoso, com uma sonoridade fabulosa e uma dedilhação irrepreensível. Foi um continuador de um estilo que começou em Artur Paredes, passando por várias gerações até aos tempos de hoje.
Tocou com os guitarristas João Bagão, José Maria Amaral e António Pinho Brojo. Com base na sua Miscelânea, este último compôs, com temas de Artur Paredes, o seu famoso Estudo em Lá menor.
Tocou ainda com os violas Aurélio Reis e Mário de Castro, além de ter acompanhado Augusto Camacho, Napoleão Amorim, Alexandre Herculano, Anarolindo Fernandes, e outros.
Nos últimos anos de vida fez conjunto com Mário Freitas também na guitarra, Paulo Alão e seu filho, Armando Luís de Carvalho Homem, na viola. Os cantores eram José Miranda e Sousa Pereira; na foto acima só lá falta este último.
Durante o tempo de estudante viveu na República Baco, foi vice-presidente da Tuna Académica e, como guitarrista, acompanhou o Orfeon Académico ao estrangeiro.
Foi meu professor de Matemática no Liceu de Viseu e, aí, tive o privilégio de o ouvir tocar numa das festas organizadas naquele estabelecimento de ensino, acompanhado por José Serrão e o filho deste, cantando Osvaldo Peliz. Foi uma sessão que contribuiu para aumentar o meu bichinho por estas andanças.
Ainda o voltei a ouvir, já no ano de 1980, salvo erro, em sua casa, no Porto, levado por seu filho Armando Luís de Carvalho Homem, com quem estava a preparar um disco com dez peças de minha autoria que viria a chamar-se "Guitarra Portuguesa - Raízes de Coimbra".
É com muita saudade que relembro este Grande Homem, este Grande Artista.
Até sempre, caro Professor!

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