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Fado das Penas
Música: José da Silva Ramos
Letra: 1ª quadra popular; 2ª quadra de Lucas Rodrigues Junot
Incipit: Já fui lavar ao Mondego
Origem: Coimbra
Data: ca. 1926-1927
Já fui lavar ao Mondego
As penas das minhas mágoas…
Tão negras eram as penas,
Que deixei negras as águas.
Mondego-rio de mágoa…
Onde a mágoa é água santa,
Onde a Santa deita rosas
Tão Formosas, a quem canta.
Canta-se o 1º dístico, repete-se, canta-se o 2º e repete-se.
Esquema do acompanhamento:
1º Dístico: Ré M, 2ªRé 2ªRé, Ré M; (1ª vez)
1º Dístico: Sol M, Ré M 2ªRé, Ré M; (2ª vez)
2º Dístico: 2ªSi, Si m 2ªRé, Ré M; (1ª vez)
2º Dístico: Sol M, Ré M 2ªRé, Ré M; (2ª vez)
Informação complementar:
Composição musical estrófica em compasso quaternário (4/4) e tom de Ré Maior, enquadrável nas produções esdudantis comuns à década de 1920. O primeiro e único registo conhecido até ao momento foi efectuado pelo barítono Artur Almeida d’Eça em 1929 no disco de 78 rpm Polydor P42131, acompanhado em 1ª guitarra toeira de Coimbra por Albano de Noronha e em 2ª guitarra por Afonso de Sousa. No disco vem a indicação da música ser do Dr. Silva Ramos e a letra “popular”. Contudo a 2ª quadra «Mondego-rio da mágoa…» é do Dr. Lucas Junot, extraída do poemeto "Recordando", dedicado por Lucas Junot a sua irmã Lucília (in "Cantos Outonais", edição póstuma, Santos, 1977, págs. 18-19). Nesta e noutras matrizes fonográficas registadas por Almeida d’Eça constam as identificações dos instrumentistas da seguinte forma “Guitarristas: Dr. Afonso de Sousa e Dr. Albano de Noronha”, troca que poderia levar a supor que o guitarrista solista é Afonso de Sousa. No entanto, em todos os discos de Almeida d’Eça quem fez os arranjos e os solos de 1ª guitarra foi sempre Albano de Noronha.
Fazendo eco das novas soluções ventiladas por Artur Paredes no trabalho de acompanhamento, Albano de Noronha não deixa de confirmar os testemunhos exarados por Afonso de Sousa, na medida em que alinhava nesta composição uma introdução em ritmo de Fado de Lisboa. A 1ª quadra viria a ser reaproveitada por Carlos Figueiredo e integrada, de forma estropiada, como 2ª copla no tema “O Sol anda lá no Céu”.
José da Silva Ramos, cuja biografia não está levantada, pertenceu ao naipe de violas da TAUC, e nessa qualidade acompanhou aquele organismo académico ao Brasil no Verão de 1925, acamaradando com Lucas Junot, Paradela, Artur Paredes, Paulo de Sá, José Monteiro da Rocha Peixoto, Guilherme Mendes Barbosa e Olindo Moreira Júnior. Foi regente da TAUC em 1927, tendo assegurado as digressões artísticas a Santander, Bilbau, San Sebastian, Valladolid e Salamanca. Este autor não deverá confundir-se com o estudante brasileiro José Júlio da Silva Ramos (Recife, 1853; Rio, 1930), autor da “Ballada de Despedida de 1876-1877”, da récita “Fantasias do Bandarra”.
A cantora Margarida de Oliveira, activa em Lisboa, gravou em 1927 um “Fado das Penas” no 78 rpm Columbia P135, que também circulou no Regal RS 637. Não foi possível aceder à audição do registo referido, pelo que não sabemos se estamos ou não perante a composição de José da Silva Ramos. Após Almeida d’Eça, esta melodia não voltou a ser gravada por cantores de Coimbra.
Transcrição musical: Octávio Sérgio (2006)
Pesquisa e texto: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
Agradecimentos: Dr. Artur Ribeiro (Museu Académico); José Moças (Tradisom)
Letra: 1ª quadra popular; 2ª quadra de Lucas Rodrigues Junot
Incipit: Já fui lavar ao Mondego
Origem: Coimbra
Data: ca. 1926-1927
Já fui lavar ao Mondego
As penas das minhas mágoas…
Tão negras eram as penas,
Que deixei negras as águas.
Mondego-rio de mágoa…
Onde a mágoa é água santa,
Onde a Santa deita rosas
Tão Formosas, a quem canta.
Canta-se o 1º dístico, repete-se, canta-se o 2º e repete-se.
Esquema do acompanhamento:
1º Dístico: Ré M, 2ªRé 2ªRé, Ré M; (1ª vez)
1º Dístico: Sol M, Ré M 2ªRé, Ré M; (2ª vez)
2º Dístico: 2ªSi, Si m 2ªRé, Ré M; (1ª vez)
2º Dístico: Sol M, Ré M 2ªRé, Ré M; (2ª vez)
Informação complementar:
Composição musical estrófica em compasso quaternário (4/4) e tom de Ré Maior, enquadrável nas produções esdudantis comuns à década de 1920. O primeiro e único registo conhecido até ao momento foi efectuado pelo barítono Artur Almeida d’Eça em 1929 no disco de 78 rpm Polydor P42131, acompanhado em 1ª guitarra toeira de Coimbra por Albano de Noronha e em 2ª guitarra por Afonso de Sousa. No disco vem a indicação da música ser do Dr. Silva Ramos e a letra “popular”. Contudo a 2ª quadra «Mondego-rio da mágoa…» é do Dr. Lucas Junot, extraída do poemeto "Recordando", dedicado por Lucas Junot a sua irmã Lucília (in "Cantos Outonais", edição póstuma, Santos, 1977, págs. 18-19). Nesta e noutras matrizes fonográficas registadas por Almeida d’Eça constam as identificações dos instrumentistas da seguinte forma “Guitarristas: Dr. Afonso de Sousa e Dr. Albano de Noronha”, troca que poderia levar a supor que o guitarrista solista é Afonso de Sousa. No entanto, em todos os discos de Almeida d’Eça quem fez os arranjos e os solos de 1ª guitarra foi sempre Albano de Noronha.
Fazendo eco das novas soluções ventiladas por Artur Paredes no trabalho de acompanhamento, Albano de Noronha não deixa de confirmar os testemunhos exarados por Afonso de Sousa, na medida em que alinhava nesta composição uma introdução em ritmo de Fado de Lisboa. A 1ª quadra viria a ser reaproveitada por Carlos Figueiredo e integrada, de forma estropiada, como 2ª copla no tema “O Sol anda lá no Céu”.
José da Silva Ramos, cuja biografia não está levantada, pertenceu ao naipe de violas da TAUC, e nessa qualidade acompanhou aquele organismo académico ao Brasil no Verão de 1925, acamaradando com Lucas Junot, Paradela, Artur Paredes, Paulo de Sá, José Monteiro da Rocha Peixoto, Guilherme Mendes Barbosa e Olindo Moreira Júnior. Foi regente da TAUC em 1927, tendo assegurado as digressões artísticas a Santander, Bilbau, San Sebastian, Valladolid e Salamanca. Este autor não deverá confundir-se com o estudante brasileiro José Júlio da Silva Ramos (Recife, 1853; Rio, 1930), autor da “Ballada de Despedida de 1876-1877”, da récita “Fantasias do Bandarra”.
A cantora Margarida de Oliveira, activa em Lisboa, gravou em 1927 um “Fado das Penas” no 78 rpm Columbia P135, que também circulou no Regal RS 637. Não foi possível aceder à audição do registo referido, pelo que não sabemos se estamos ou não perante a composição de José da Silva Ramos. Após Almeida d’Eça, esta melodia não voltou a ser gravada por cantores de Coimbra.
Transcrição musical: Octávio Sérgio (2006)
Pesquisa e texto: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
Agradecimentos: Dr. Artur Ribeiro (Museu Académico); José Moças (Tradisom)
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