Bloco de Notas (19)
1982 ... No dia 21 de Agosto fui ao Barreiro acompanhar José Afonso, com Durval Moreirinhas e António Sérgio. Foi um bom espectáculo. O Zeca começou por cantar "Saudades de Coimbra" e "Balada do Outono". Toquei depois o meu "Lá menor". José Afonso voltou a cantar, agora a "Senhora do Almortão" e eu toquei o já gasto "Lá maior" de António das Águas. Zeca canta "Os Vampiros" e termino esta parte com "Dor na planície". As minhas peças foram muito bem aceites. O Zeca ficou entusiasmado com o espectáculo e começou a pensar em actuar mais vezes com este programa. Mas, pelo que hoje soube, não prevejo grande futuro na continuação destes espectáculos. Zeca Afonso está pior da doença que o aflige. Está a pensar em ir até à Roménia fazer um tratamento. Há dias tinha-me telefonado mostrando o desejo de vir a gravar um disco com peças feitas para serem acompanhadas à guitarra, tipo "Oratória" ( foi mesmo assim que lhe chamou!). Não sei se irá ter forças para levar esta ideia para a frente.
Fui tocar à Ilha da Madeira, a 27 de Agosto, com Machado Soares, António Bernardino e Durval Moreirinhas. No primeiro espectáculo, Machado Soares cantou "Andorinhas", "Ondas do Mar" e" Vira de Coimbra". António Bernardino cantou "Balada do Outono", "Samaritana" e "Balada Açoreana". Terminou-se com a "Balada da Despedida" de Machado Soares, do ano de 1958, Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, com solos pelo autor. Eu toquei o meu "Lá menor", o "Lá maior" de António das Águas, "Rapsódia nº 2" e "Ré menor" de Artur Paredes e "Balada de Coimbra" a fechar. Demos uma volta pela ilha: Curral das Freiras, Cabo Girão, etc.
O segundo espectáculo foi na "boite" Barbarela. Foi um fiasco de público. Havia apenas 15 jovens a assistir. Pelo que nos apercebemos, a "boite" tem má fama e foi uma jogada levarem-nos lá para atenuar essa má fama, só que o tiro saiu-lhes pela culatra. Nenhum antigo estudante de Coimbra compareceu.
No dia 15 de Setembro fui ao Porto acompanhar Machado Soares no programa do 2º canal, "Cantos e Contos de Coimbra". Cantou "Saudades de Coimbra" em lá menor, "Fado Corrido de Coimbra" em si menor e "Fado das Águias" em si menor. Abrimos o programa. No fim da primeira parte, acompanhei o Adriano Correia de Oliveira a cantar "Moça de Aldeia" e "Trova do Vento que Passa". Fui acompanhado à viola por Machado Soares. A acompanhar este à viola, esteve o Eduardo Aroso. No final acompanhei, embora simbolicamente, a "Balada da Despedida" de Machado Soares. Este fez o solo da 2ª quadra e Fernando Rolim da 1ª. No programa estiveram também os grupos do Eduardo Aroso e do Frias Gonçalves.
Morreu Adriano Correia de Oliveira, a 16 de Outubro, um mês depois da sua última apresentação em público na televisão, como atrás foi referido. Na altura tinha ficado muito impressionado com o seu aspecto físico. Mas nunca o vi dar mostras de desalento, antes pelo contário. Até sempre, Adriano!
Depois de uma actuação no Teatro S. Luís, em Lisboa, com Sutil Roque e Durval Moreirinhas, a 7 de Novembro, fui tocar à Reitoria da Universidade de Lisboa a 12 do mesmo mês, para os congressistas de um congresso de farmacêuticos. Abri com meu filho, António Sérgio, tocando quatro peças minhas: "Fantasia - A Espanhola", "Nas Linhas de Torres", "Dor na Planície" e "Dança". O som da sala estava espectacular. Parecíamos uma orquestra, segundo disse o Durval Moreirinhas no final do espectáculo. De facto, poucas vezes me senti tão realizado a tocar. Quando as condições são boas, a motivação é maior. No seguimento do espectáculo, entraram em palco António Bernardino com os violas Durval e Tito Mackay, em Baladas de Coimbra. Cantou depois a Célia, Fados de Lisboa, acompanhada pelos mesmos violas e, no final, realizou-se uma serenata de Coimbra com Machado Soares, António Bernardino, Octávio Sérgio e Durval Moreirinhas. Foi um espectáculo variado e de grande nível. Casa quase cheia!
A 16 de Novembro, novamente na Reitoria numa homenagem a Adriano Correia de Oliveira. Actuei, a fechar a primeira parte, com António Portugal, Rui Pato, Durval Moreirinhas, Machado Soares e António Bernardino. Cada cantor cantou um "Fado" e fechou-se com "Trova do Vento que Passa" que acabou por ser bisada.
1983 ... Destaco agora uma actuação especial , depois de outras que realizei mas que aqui não vou referir. Foi no Coliseu dos Recreios, com António Sérgio, a convite de António Marques, no dia 21 de Janeiro, num "Concerto para S. Salvador", com a casa superlotada. Toquei "Fantasia - A Espanhola", "Entreacto" e "Dor na Planície". Nesta peça fui vibrantemente aplaudido e tive que voltar ao palco para tocar um extra que acabou por ser "Nas Linhas de Torres". Vitorino, que também actuou depois, no final do espectáculo disse-me que a nossa música - referia-se à de Coimbra, segundo me pareceu - também é merecedora de estar presente nos grandes espectáculos, como foi aquele. Actuaram depois Sérgio Godinho, Luís Cília, José Mário Branco, Mário Viegas, Daniel Viglietti e o Grupo A Barraca.
1982 ... No dia 21 de Agosto fui ao Barreiro acompanhar José Afonso, com Durval Moreirinhas e António Sérgio. Foi um bom espectáculo. O Zeca começou por cantar "Saudades de Coimbra" e "Balada do Outono". Toquei depois o meu "Lá menor". José Afonso voltou a cantar, agora a "Senhora do Almortão" e eu toquei o já gasto "Lá maior" de António das Águas. Zeca canta "Os Vampiros" e termino esta parte com "Dor na planície". As minhas peças foram muito bem aceites. O Zeca ficou entusiasmado com o espectáculo e começou a pensar em actuar mais vezes com este programa. Mas, pelo que hoje soube, não prevejo grande futuro na continuação destes espectáculos. Zeca Afonso está pior da doença que o aflige. Está a pensar em ir até à Roménia fazer um tratamento. Há dias tinha-me telefonado mostrando o desejo de vir a gravar um disco com peças feitas para serem acompanhadas à guitarra, tipo "Oratória" ( foi mesmo assim que lhe chamou!). Não sei se irá ter forças para levar esta ideia para a frente.
Fui tocar à Ilha da Madeira, a 27 de Agosto, com Machado Soares, António Bernardino e Durval Moreirinhas. No primeiro espectáculo, Machado Soares cantou "Andorinhas", "Ondas do Mar" e" Vira de Coimbra". António Bernardino cantou "Balada do Outono", "Samaritana" e "Balada Açoreana". Terminou-se com a "Balada da Despedida" de Machado Soares, do ano de 1958, Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, com solos pelo autor. Eu toquei o meu "Lá menor", o "Lá maior" de António das Águas, "Rapsódia nº 2" e "Ré menor" de Artur Paredes e "Balada de Coimbra" a fechar. Demos uma volta pela ilha: Curral das Freiras, Cabo Girão, etc.
O segundo espectáculo foi na "boite" Barbarela. Foi um fiasco de público. Havia apenas 15 jovens a assistir. Pelo que nos apercebemos, a "boite" tem má fama e foi uma jogada levarem-nos lá para atenuar essa má fama, só que o tiro saiu-lhes pela culatra. Nenhum antigo estudante de Coimbra compareceu.
No dia 15 de Setembro fui ao Porto acompanhar Machado Soares no programa do 2º canal, "Cantos e Contos de Coimbra". Cantou "Saudades de Coimbra" em lá menor, "Fado Corrido de Coimbra" em si menor e "Fado das Águias" em si menor. Abrimos o programa. No fim da primeira parte, acompanhei o Adriano Correia de Oliveira a cantar "Moça de Aldeia" e "Trova do Vento que Passa". Fui acompanhado à viola por Machado Soares. A acompanhar este à viola, esteve o Eduardo Aroso. No final acompanhei, embora simbolicamente, a "Balada da Despedida" de Machado Soares. Este fez o solo da 2ª quadra e Fernando Rolim da 1ª. No programa estiveram também os grupos do Eduardo Aroso e do Frias Gonçalves.
Morreu Adriano Correia de Oliveira, a 16 de Outubro, um mês depois da sua última apresentação em público na televisão, como atrás foi referido. Na altura tinha ficado muito impressionado com o seu aspecto físico. Mas nunca o vi dar mostras de desalento, antes pelo contário. Até sempre, Adriano!
Depois de uma actuação no Teatro S. Luís, em Lisboa, com Sutil Roque e Durval Moreirinhas, a 7 de Novembro, fui tocar à Reitoria da Universidade de Lisboa a 12 do mesmo mês, para os congressistas de um congresso de farmacêuticos. Abri com meu filho, António Sérgio, tocando quatro peças minhas: "Fantasia - A Espanhola", "Nas Linhas de Torres", "Dor na Planície" e "Dança". O som da sala estava espectacular. Parecíamos uma orquestra, segundo disse o Durval Moreirinhas no final do espectáculo. De facto, poucas vezes me senti tão realizado a tocar. Quando as condições são boas, a motivação é maior. No seguimento do espectáculo, entraram em palco António Bernardino com os violas Durval e Tito Mackay, em Baladas de Coimbra. Cantou depois a Célia, Fados de Lisboa, acompanhada pelos mesmos violas e, no final, realizou-se uma serenata de Coimbra com Machado Soares, António Bernardino, Octávio Sérgio e Durval Moreirinhas. Foi um espectáculo variado e de grande nível. Casa quase cheia!
A 16 de Novembro, novamente na Reitoria numa homenagem a Adriano Correia de Oliveira. Actuei, a fechar a primeira parte, com António Portugal, Rui Pato, Durval Moreirinhas, Machado Soares e António Bernardino. Cada cantor cantou um "Fado" e fechou-se com "Trova do Vento que Passa" que acabou por ser bisada.
1983 ... Destaco agora uma actuação especial , depois de outras que realizei mas que aqui não vou referir. Foi no Coliseu dos Recreios, com António Sérgio, a convite de António Marques, no dia 21 de Janeiro, num "Concerto para S. Salvador", com a casa superlotada. Toquei "Fantasia - A Espanhola", "Entreacto" e "Dor na Planície". Nesta peça fui vibrantemente aplaudido e tive que voltar ao palco para tocar um extra que acabou por ser "Nas Linhas de Torres". Vitorino, que também actuou depois, no final do espectáculo disse-me que a nossa música - referia-se à de Coimbra, segundo me pareceu - também é merecedora de estar presente nos grandes espectáculos, como foi aquele. Actuaram depois Sérgio Godinho, Luís Cília, José Mário Branco, Mário Viegas, Daniel Viglietti e o Grupo A Barraca.
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