A Tuna em 1888
Fotografia da Tuna Académica da UC (TAUC), tirada entre Março e Dezembro de 1888. A imagem não integra os cerca de 40 sócios fundadores nem todos os instrumentos arrolados pelas crónicas da época. Mesmo assim, descortinam-se violões de pá, bandolins de pá de madeira, violinos e diversos sopros. A Capa e Batina segue o modelo então em uso, com a Batina verticalmente abotoada. Os gorros ameaçam desaparecer, mas a roseta com fitilho é bem visível no ombro direito. A fotografia foi tirada num estrado com dois a três degraus. Os elementos da última fila, incluindo o porta-estandarte, estão de pé. Ao longo desse ano de 1888, a TAUC actuou em Coimbra, Teatro Aveirense (Maio), Associação dos Artistas de Coimbra (Maio), Reitoria da UC (Dezembro) e Palácio de Cristal (Porto, 8 e 9 de Dezembro). A primeira TAUC não era propriamente um grupo amador, integrando estudantes com formação musical, oriundos de tunas espontâneas da década de 1880 e da orquestra do Teatro Académico, como o Presidente Artur Pinto da Rocha e o celebrado João Antunes (Padre Boi). O repertório incluía peças do regente (Simões Barbas era o lente de Música da UC), o Hino Académico (Cristiano de Medeiros), um paso-doble (Espinoza), uma polca (Mazzi) e valsas de Waldteufel. O registo de uma fila traseira com tocadores em pé não autoriza assacar que durante as suas actuações em palcos a TAUC protagonizava espectáculos próximos dos exibidos pelas tunas das décadas de 1980-1990. Tal poderia pontualmente ocorrer numa ou noutra peça seleccionada pelo presidente e regente para conquistar o público, tipo uma rapsódia popular ou um pasecalle. O visual erecto, descontraído, podendo incluir peças cantadas e coreografias simples, ocorreria nas famosas e sempre aplaudidas arruadas ou pasacalles, desfiles em que foi pródiga a TAUC.
Fotografia: capa da partitura "Complaisance", do maestro Simões Barbas, estreada no Palácio de Cristal.
AMNunes
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