segunda-feira, janeiro 08, 2007

Europa (A) de Leste ou "o eu" e "o outro" (3) – Viagem à Hungria (V)

13.
14.
Doutoramento h.c. em Farmácia de Liisa Tellervo Kanava e Gerald Blunden pela Universidade de Szeged (2004) (V)
13./14. Cumprimentos reitorais subsequentes às intervenções dos doutorandos, colação do grau e entrega dos diplomas.
Comentário final: O luxo e a exuberância não estão aqui propriamente ausentes; mas estão-no a níveis inferiores - e tendo apenas em conta a Europa Oriental - aos que já vimos na Eslováquia e aos que vamos ter oportunidade de observar na República Checa e (sobretudo) na Polónia. Para além do que, aquilo que vemos nesta cerimónia numa Universidade húngara dá-nos por vezes a sensação de gosto discutível (como aliás já aconteceu relativamente a uma Universidade romena). E, por último, um certo artificialismo: será que não havia na sala, entre a assistência, mais do que 5 lentes da U. Szeged ?! se houvesse, por certo as câmaras fotográficas os teriam captado... Já vi actos destes pouco concorridos pelos Mestres da Casa; mas a este ponto... A menos que se trate de Directores de Unidades Orgânicas e que só estes usem traje e insígnias; é uma plausibilidade não inédita e com exemplos mais ou menos contemporâneos numa Alemanha, numa Suíça, num Brasil...
Prosseguindo. Temos na série de imagens 4 zonas/momentos:
  • a presidência da sessão e o elogio dos doutorandos;
  • as intervenções dos próprios doutorandos;
  • a assistência;
  • e os cumprimentos finais, subsequentes à colação de grau.

Que dizer de tudo isto ? Os lentes da U. Szeged usam uma toga talar preta, com gola na cor da especialidade científica. Vemos nas imagens 5 cores (azul-claro, verde-claro, vermelho, azul-noite e amarelo; mas nada no «site» nos informa sobre as correspondências cores/áreas do Saber). A toga aperta à frente com 3 alamares (os superiores parcialmente encobertos pela gola), sendo os dois limites da zona de abotoadura debruados na mesma cor da gola; tal debrum prolonga-se até á base; os canhões das mangas são da mesma cor, com adornos pretos. Gola, debrum e canhões parecem de material aveludado (no caso do azul-claro, do vermelho ou do amarelo) ou acetinado (no caso do verde-claro). O conjunto é usado com uma medalha de metal dourado, pendente de corrente no mesmo material, ornamentada de "pedras preciosas" (a excepção é a lente vestida de verde-claro: os elos da cadeia parecem ser, eles próprios, "pedras preciosas"). Não se patenteia o uso de qualquer chapéu / gorra / barrete, nem de luvas. Para além do que, só porventura algum detalhe na medalha distinguirá o Reitor dos restantes lentes.

Os doutorandos são portadores de toga talar, sem ornamentos cromáticos na gola ou debrum frontal: a peça aperta de forma ultra-discreta. Em compensação, usam sobre os ombros uma dupla estola vermelha, em cetim, prolongada até à base. Globalmente estão bem mais simples do que os lentes. Mas, e talvez por isso mesmo, com maior elegância de visual. Mais uma vez «o eu» e «o outro» ?...

Armando Luís de Carvalho HOMEM


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