Serenatas e Serestas

Autor: Carlos Carvalho Cavalheiro

Serenatas e serestas - Tradição muito cultivada no passado em Sorocaba e que hoje resiste em alguns eventos e bares como o Quito Rosa na Vila Carvalho. Há algum tempo, era comum também no restaurante Komilão (Vila Santana) e no Bar Tudo Azul.

Antonio Francisco Gaspar ('Minhas Memórias') fala das serestas de rua de Sorocaba no início deste século: 'Quase todos os sábados, eu e Deusdedit éramos os cabeças daquelas saudosas serenatas, que fazíamos com prazer. (...) com a licença prévia do Sr. Delegado de Polícia, percorrer as ruas de Sorocaba nas esplêndidas noites de luar'.

As serenatas ou serestas eram compostas pelos seguintes instrumentos musicais: violões, cavaquinho e sanfona de oito baixos. Aluísio de Almeida, em artigo publicado na sua coluna 'Lendas e Narrativas sorocabanas', no jornal Cruzeiro do Sul (06.11.1969), diz acreditar que existissem as serenatas em Sorocaba desde a independência do Brasil.

A história registrou alguns nomes de seresteiros famosos: Antonio Argento, Antonio Francisco Gaspar, Giacomo Cocozza, Gabriel Amêndola, Tiguera, Aprimo de Oliveira, Deusdedit Marques da Silva, Francisco Grassi, Avelino Argento, Sargento Moura, João Manuel de Camargo, Praxíteles Vieira Cordeiro e outros.

Dizem que as serenatas em Sorocaba teriam desaparecido em data próxima a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) por decreto policial. Entretanto, a notícia coletada e abaixo descrita, é de data posterior. A curiosidade: a polícia tentava impedir as serenatas... na zona de meretrício!Com os serenatistas. A polícia está impedindo que se realizem serenatas na zona de meretrício, não tendo, portanto essa amplitude as licenças que fornece aos serenatistas. Ficam estes scientificados, pois, de que não se permittem absolutamente, serenatas naquellas zonas (in Cruzeiro do Sul, 26 de Abril de 1931, Nº 7280, p. 4).

[texto retirado do endereço "Enciclopédia. Sorocabana. Serenatas e Serestas, http://www.sorocaba.com.br/, AMNunes]