Trinitários: a Alta os viu
Monge da Ordem da S. Trindade, numa aguarela de inícios do século XIX: o trajo apresenta algumas variantes, nomeadamente a aplicação da cruz no capelo branco (e não preto). Os sapatos de chinelo guarnecidos de fivela de prata seguem a moda. Destaque para o tricórnio de feltro preto, comum aos jerónimos, dominicanos, monges de São Francisco de Paola e Ingleses de São Patrício.
Enormes abeiros de feltro, entre o preto e o castanho, também eram usados pelos beneditinos, franciscanos, monges de Santo Antão, carmelitas e frades de São Filipe de Nery, mas de figurino distinto do tricórnio.
O estabelecimento dos trinitários em Coimbra teve início no ano de 1555, graças aos bons ofícios de Frei Roque do Espírito Santo. As obras de edificação do colégio arrancaram em 1562, num vasto lote situado entre os colégios de São Paulo-o-Apóstolo, São Pedro e Couraça de Lisboa.
Extinto o colégio em 1834, serviu o edifício fins múltiplos: tribunal judicial da comarca de Coimbra, ginásio académico, sede provisória da AAC, carpintaria de móveis, taberna, albergue de retornados. Em Julho de 2006 a Faculdade de Direito da UC apresentou publicamente um projecto que visa adaptar o arruinado colégio a sede do Tribunal Judicial Universitário Europeu.
Fonte: aguarela de autor desconhecido, in Ana Paula Assunção, "Costumes Portugueses. Aguarelas Inéditas", Lisboa, Livraria Olisipo, 1999, figura 34.
AMNunes
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