VERDES SÃO OS CAMPOS
Música: José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (1929-1987)
Letra: mote de autor desconhecido; voltas de Luis Vaz de Camões (ca. 1524-1580)
Origem: Setúbal?
Data: 1970
Verdes são os campos
Da cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De erva vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
(...)
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Verdes são os campos
Da cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Informação complementar:
Canção de melodia singela e agradável efeito auditivo, em compasso quaternário (4/4), originariamente no tom de Fá# Maior, com uma espécie de refrão atípico. Na presente transcrição adopta-se a afinação de Coimbra, ficando a melodia em Lá Bemol Maior.
Uma das versões impressas mais recuada destas redondilhas com voltas e mote alheio, consta da edição de 1598, de Estêvão Lopes.
“Verdes são…” foi gravada por José Afonso em Londres no ano de 1970, nos estúdios Pye Records. Integrou o LP "Traz Outro Amigo Também", ORFEU STAT 055, do ano de 1970, tendo sido o cantor acampanhado em viola de cordas de nylon não por Rui Pato mas por Carlos Correia (Bóris).
Na letra, José Afonso socorre-se de um mote alheio (Verdes são os campos), glosado por Luís de Camões em duas "voltas" de oitavas.
O cantor pouco ou nada altera em termos de mote (quadra) e de 1ª volta. Contudo, nos versos dois e três do mote, moderniza “assi” para “assim” e toma “de” por “da”. Na 2ª volta suprime os primeiros quatros versos (Gados, que pasceis,/Com contentamento,/Vosso mantimento/Não o entendereis), construindo a oitava com os quatro versos finais da 1ª volta.
Após terminar a 2ª oitava, o cantor volta a repetir o texto, mantendo-se dentro da melodia.
Para acabar, canta apenas uma quadra (Isso que comeis), deixando incompleta a 2ª oitava. José Afonso segue uma dicção vincadamente conimbricense, merecendo destaque o dizer "ovêlhas".
Não se conhece notícia de cantores ligados à CC que tenham regravado este espécime, nem de translado em notação impressa. O seu repousado ar de salão como que se adequa a renovados tratamentos e a incursões de meias sopranos, possibilitando diversificações reportoriais. Embora o tema mais conhecido deste disco de 1970 seja “Traz Outro Amigo Também”, popularizado a partir de uma gravação feita ao vivo no Jardim de Santa Cruz de Coimbra em 1983 (com o grupo de António Portugal, disco “Zeca em Coimbra”, Fotosonoro SPA 83), pode considerar-se que o tema “Verdes são…” é a chave de encerramento do Movimento da Balada.
Original disponível no CD "Jose Afonso. Traz Outro Amigo Também", Lisboa, Movieplay, JA 8003, ano de 1996, faixa nº 9, com discutível transcrição da letra em 4 quadras.
Transcrição musical: Octávio Sérgio (2007)
Texto: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
Música: José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (1929-1987)
Letra: mote de autor desconhecido; voltas de Luis Vaz de Camões (ca. 1524-1580)
Origem: Setúbal?
Data: 1970
Verdes são os campos
Da cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De erva vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
(...)
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Verdes são os campos
Da cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Informação complementar:
Canção de melodia singela e agradável efeito auditivo, em compasso quaternário (4/4), originariamente no tom de Fá# Maior, com uma espécie de refrão atípico. Na presente transcrição adopta-se a afinação de Coimbra, ficando a melodia em Lá Bemol Maior.
Uma das versões impressas mais recuada destas redondilhas com voltas e mote alheio, consta da edição de 1598, de Estêvão Lopes.
“Verdes são…” foi gravada por José Afonso em Londres no ano de 1970, nos estúdios Pye Records. Integrou o LP "Traz Outro Amigo Também", ORFEU STAT 055, do ano de 1970, tendo sido o cantor acampanhado em viola de cordas de nylon não por Rui Pato mas por Carlos Correia (Bóris).
Na letra, José Afonso socorre-se de um mote alheio (Verdes são os campos), glosado por Luís de Camões em duas "voltas" de oitavas.
O cantor pouco ou nada altera em termos de mote (quadra) e de 1ª volta. Contudo, nos versos dois e três do mote, moderniza “assi” para “assim” e toma “de” por “da”. Na 2ª volta suprime os primeiros quatros versos (Gados, que pasceis,/Com contentamento,/Vosso mantimento/Não o entendereis), construindo a oitava com os quatro versos finais da 1ª volta.
Após terminar a 2ª oitava, o cantor volta a repetir o texto, mantendo-se dentro da melodia.
Para acabar, canta apenas uma quadra (Isso que comeis), deixando incompleta a 2ª oitava. José Afonso segue uma dicção vincadamente conimbricense, merecendo destaque o dizer "ovêlhas".
Não se conhece notícia de cantores ligados à CC que tenham regravado este espécime, nem de translado em notação impressa. O seu repousado ar de salão como que se adequa a renovados tratamentos e a incursões de meias sopranos, possibilitando diversificações reportoriais. Embora o tema mais conhecido deste disco de 1970 seja “Traz Outro Amigo Também”, popularizado a partir de uma gravação feita ao vivo no Jardim de Santa Cruz de Coimbra em 1983 (com o grupo de António Portugal, disco “Zeca em Coimbra”, Fotosonoro SPA 83), pode considerar-se que o tema “Verdes são…” é a chave de encerramento do Movimento da Balada.
Original disponível no CD "Jose Afonso. Traz Outro Amigo Também", Lisboa, Movieplay, JA 8003, ano de 1996, faixa nº 9, com discutível transcrição da letra em 4 quadras.
Transcrição musical: Octávio Sérgio (2007)
Texto: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
Etiquetas: Partituras
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