Grupo de pequenos burgueses
Trajos populares usados em Coimbra entre meados e, sobretudo, finais do século XIX. São "tricanas" e "futricas" que ascenderam socialmente aos patamares da pequena burguesia local. Estavam ligados a ofícios e serviços como a encadernação, latoaria e tratos diversos. Os homens , reflectindo a vasta aceitação do preto como sinónimo dos valores do trabalho, poupança e honestidade burguesas, não escondem alguma adesão a sinais ostentatórios. Concitam as atenções a jaqueta masculina com ornatos e alamares de prata e o longo gabão de lã, o último muito vendido até finais da 1ª Grande Guerra nas casas de Coimbra e nos grandes "armazéns" de Lisboa e Porto. As mulheres, mantendo elementos do trajo local, reflectem a recepção a peças da moda ocidental: colete rico, sombrinha, xaile de cachemira com as famosas oito pontas. Antes dele, e a título de versão de transição da capoteira para o xaile de cachemira, fora usado o xaile de atoalhado, que além de mais barato, podia lançar-se sobre a cabeça à maneira de capuz, resguardando o corpo das pesadas bilhas de água e trouxas que vinham à cabeça.
Reconstituição e foto: Doutor Nelson Correia Borges para o Grupo Folclórico de Coimbra
AMNunes
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