Em tempos de celebração dos 125 anos da fundação do Orpheon Académico, merece ser relembrado o 2º regente daquela agremiação coral, o estudante de Direito Luís Pinto de Albuquerque Stockler. A ideia de retomar o Orpheon de Arroyo teve lugar por alturas da preparação dos festejos do Centenário da Sebenta. Este programa, cuja ideia original foi lançada pelo estudante Veridiano Gonçalves, contou com a participação de académicos de nomeada como Alexandre de Albuquerque, o Pad' Zé, Afonso Lopes Vieira, João Eloy e outros.
O Orpheon da Sebenta estreou-se no sarau de gala do Centenário da Sebenta, ocorrido na noite de 29 de Abril de 1899 e teve alguma actividade ao longo de 1900, com actuações fora de Coimbra.
O regente Luís de Albuquerque era um estudante cábula. Levou arrastados anos a concluir a formatura na Faculdade de Direito. Jovem musicalmente instruído, Luís de Albuquerque conviveu com músicos afamados como Alexandre Rey Colaço que em 1895 lhe dedicou o "Fado Pintasilgo" (O pintasilgo tem penas). Aliás, Rey Colaço foi um músico profissional que se demorou por Coimbra em meados da década de 1890, convivendo com gente como Luís de Albuquerque, Manuel da Silva Gaio e outros. Valeria a pena estudar a sua obra impressa por forma a descortinar se Coimbra influiu na sua produção, ou até que ponto a CC reflectiu alguns seus aportamentos.
Luís de Albuquerque foi autor de pelo menos uma composição situável no universo da CC, obra que infelizmente não conseguimos detectar até ao presente.
Fonte: fotografia extraída de José Bruno Tavares Carreiro, "Uma véspera de feriado. Peça de costumes de Coimbra", 3ª edição, Coimbra, Coimbra Editora, 1929, p. 139 (texto da récita de despedida de 1904, com números musicados por Luís de Albuquerque).
AMNunes
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